Articulista
Valter Joviniano de Santana Filho

É fisioterapeuta e reitor da UFS. Escreve às sextas.

A paz sempre será fruto da justiça
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O fruto da paz é a vida

Começo este artigo lembrando aos leitores que o Brasil, colonizado por Portugal, herdou o cristianismo como um dos pilares da sua formação religiosa e ética. Na dimensão da ética religiosa cristã, o profeta Isaías, religioso que viveu na atual Palestina, 700 anos antes de Cristo, pregou que a paz é fruto da justiça. Escreveu Isaías: “O fruto da justiça será a paz; o resultado da justiça será tranquilidade e confiança para sempre”.

Teria o profeta imaginado que, quase 3 mil anos depois, entre idas e vindas, sua terra estaria marcada pela dor e pela morte de milhares de vidas inocentes? Não sabemos, mas concordamos com Isaías que não haverá paz em qualquer lugar do planeta terra enquanto não houver justiça naquele espaço.

Se os frutos da justiça são a paz e a confiança, o contrário, as sementes da injustiça, semearão a cizânia, a guerra e a intranquilidade. Insisto: sem justiça, não haverá paz. Concordo com aquilo que disse o já mencionado Isaías e, como nunca, precisamos de justiça para resolver grandes problemas humanos.

Após séculos de experiências desastrosas e aterradoras na história, não é crível que tenhamos conflitos e guerras pautadas em práticas injustas, com ações bárbaras terríveis, a exemplo da matança de milhares de crianças, mulheres, idosos, televisionadas e divulgadas online, quase que ao vivo, acompanhadas de narrativas manipuladas na base do suposto maus contra os bons, dos desumanizados que devem ser destruídos.

Como podemos aceitar a morte de milhares de crianças, o ataque a escolas, hospitais e pessoas em fuga ou presos e sitiados em sua própria terra? Sob qualquer ponto de vista, isso não é admissível. Não é humano, não é defensável.

Do que precisamos, então? Precisamos de justiça! Sem justiça, lembremo-nos, não teremos paz. A guerra não se justifica entre exércitos iguais, poderes iguais, forças iguais, quiçá entre forças distintas, sendo uma delas formada por um exército de famintos, desamparados, desvalidos, abandonados do mundo. A guerra, em qualquer tempo, desumaniza crianças, instala dor e desespero em mulheres e mães e elege como sonho básico a ideia de não morrer injustamente.

A paz sempre foi e será um sonho humano. A bandeira da paz, fruto da justiça, da tolerância, do respeito, do aprendizado e da necessidade humana de construção de um mundo melhor e justo, grita para a humanidade que o preço da guerra e da barbárie é a morte.

É o inverso da ideia de civilização. O fruto da paz é a vida. Um grande palestino judeu, chamado Jesus Cristo, na sua passagem pela terra deixou registrado: “Eu vim para que tenham vida e a tenham plenamente”. Que assim seja!

 

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