
Camarão Parati Tropical: uma novidade a ser incorporada pela casa
“Os molhos são líquidos que acompanham o ingrediente principal dos pratos. Têm a finalidade de aperfeiçoar o sabor deste ingrediente”
Harold McGee, “Comida e Cozinha - Ciência e Cultura da Culinária”
E lá fomos nós ao evento gastronômico intitulado, genericamente, Sabor Brasil e ancorado no um tanto quanto pretensioso slogan “O Maior Festival Gastronômico do Mundo”. Bem dizia Winston Leonard Spencer Churchill: “Há sempre quem padeça da falta de bom senso e de senso quanto à proporção”.
Ao chegarmos, eu e Iara, deparamo-nos com uma realidade atroz: comeríamos - pelo menos, tentaríamos -, porém, não ouviríamos e nem conversaríamos. O ruído tido como “música” pela massa ignara, era ensurdecedor.
Contudo, detenhamo-nos nos aspectos significativos que nos agradaram. Espaço amplo, estrutura física satisfatória. Mesas em quantidade. A disposição dos stands foi bem planejada.
Logística para venda dos pratos, todos a um só preço, R$ 25, eficiente. Oferta relativamente variada: de chocolate a pizza; de hamburguer a “comida de vó”. Focamos em três pratos: o do Parati, o do Tasca do Chiado e o do Brasa e Fogão.

Primeiro ponto positivo: a apresentação, “empratamento” -levando-se em consideração o ambiente estressante, mais para forrozão do que um evento gastronômico -, foi muito boa em todas as vezes em que fomos servidos.
A estrutura de sabor, equilibrada, permaneceu em todos os dias. Atendimento decente, pessoal sempre gentil. Conversei com os chefes - com especial emoção por reencontrar o chef Ademir, amigo de longa data, que me serviu, impecavelmente, durante o tempo em que trabalhou no La Távola. Imbatível no Spaghetti all Mare.
Lamentamos não ser possível harmonizar os pratos com vinhos. Para o do Parati, um Tannat seria, na nossa opinião, o ideal; para o da Tasca do Chiado, um Riesling ou um Torrontés; para o do Brasa e Fogão, sem dúvidas, minha muito amada Pinot Noir.
Quanto aos pratos, de forma objetiva: o “Codorna ao Molho do Chef”, restaurante Brasa e Fogão, é nada mais na menos que elegante e delicioso. O purê alcança sedosidade ímpar.

O “Punheta de Bacalhau Defumado à Tasca”, do Tasca do Chiado, é muito bom. Mas fica ainda melhor se adicionamos um pouco do molho de pimenta que é servido à parte.
O “Camarão Parati Tropical”, servido no coco verde, e este com a polpa mantida, é uma proposta que nos leva a comer devagar e a refletir sobre as infinitas possibilidades da culinária.
Outra coisa legal: o prato do restaurante Parati, por exemplo, “Camarão Parati Tropical”, criado para o evento, gostoso e generoso, será incluído no cardápio permanente do restaurante. Passou-se já um tempão que não apareço por lá. Voltar a comer o “Camarão Parati Tropical” será um bom motivo para fazê-lo.
Ficamos felizes diante da proposta de valorização e promoção da gastronomia em Sergipe. Creio que a presença do público consumidor tenha ultrapassado as expectativas.
Todos os estabelecimentos, cada um com suas especificidades, estão de parabéns. Que o bom resultado se reflita no dia a dia dos restaurantes, seja na capital ou no interior. Bon appétit et santé.
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