Aparte
Opinião - Três Mosqueteiros desastrados

[*] Adalberto Vasconcelos Andrade

“Um por todos, e todos por um”. Esse é o lema de “Os Três Mosqueteiros”, da obra de Alexandre Dumas, que deveria servir de inspiração para o agrupamento político que faz oposição ao Governo do Estado de Sergipe.

Na chapa majoritária, são quatro vagas para quatro nomes - se contarmos o vice -, mas mesmo assim não chegam a um denominador comum. No jogo de ‘quebra-cabeça’ para a formação das chapas majoritárias, as peças mais difíceis de se encaixarem estão nas mãos dos “três mosqueteiros” sergipanos - para quem o lema virou um dilema.

Mas a celeuma criada até agora não está presa necessariamente à figura de quem vai ser o pré-candidato ao Governo. Desde 2014, quando Eduardo Amorim, PSDB, perdeu a eleição para Jackson Barreto, MDB - cuja vitória, para muitos, era tida como certa -, que o seu nome já saiu selado pelo agrupamento para voltar a concorrer em 2018. É o que seus aliados de primeira hora esperam que aconteça - inclusive o próprio Amorim. 

Mas o “X” da questão não é e nunca foi para descobrir quem vai concorrer com Belivaldo Chagas, MDB, o mandato de governador. Isso já está definido há muito tempo. O imbróglio todo entre as três maiores lideranças - Antônio Carlos Valadares, Eduardo Amorim e André Moura -, há quem afirme que nasceu junto com a ambição vertiginosa de um dos “três mosqueteiros”: André Moura. 

A queda de braço é por causa do Senado. Todos desejam uma das vagas, mas sabem que dificilmente conseguirão as duas. Com a confirmação do nome de JB na chapa majoritária da situação pro Senado, alguém vai ter que ceder. 

Em 2014, Eduardo Amorim perdeu uma eleição tida como ganha, mas foi salvo pelo mandato de senador, que lhe rendeu mais quatro anos para poder respirar e repensar seu futuro político. Agora é diferente: quem perder, fica sem mandato. Todos sabiam disso, e tudo parecia certo. Mas nem tanto. 

O fato é que há fortes evidências de que a ambição desenfreada do “mosqueteiro” André Moura, acabou alterando o projeto original defendido pelo agrupamento político. Para alguns observadores, a vaidade do deputado - e sua suposta supremacia - não passa de delírio.

André age como uma foice na base da oposição, que a princípio parecia sólida. Hoje, ela balança e pode cair graças às suas peraltices e ingenuidades na arte de fazer política. Só que isto pode lhe custar caro.

Na sua condição de líder de Michel Temer - considerado o presidente com maior taxa de rejeição em todo o mundo -, por efeito dominó, o seu nome pode também ser rejeitado nas urnas, independentemente do mandato que por ventura venha a concorrer em outubro. Em suma: agindo assim, atenta contra si e, por extensão, prejudica seus pares.

[*] É administrador de empresas, policial rodoviário federal aposentado e escritor.

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