Aparte
Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Brasil elege o 8º presidente e Sergipe, o 10º governador depois do golpe militar
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Jair Bolsonaro X Fernando Haddad: o povo, soberano, decidirá

No âmbito local, o que for eleito neste domingo, entre Belivaldo e Valadares Filho, será o décimo governador sergipano no pós-resgate das eleições diretas, que haviam sido interditadas pela quartelada dos milicos lá em 1964 - até 1982, o último governador sergipano eleito pelo voto do povo havia sido Seixas Dória, em 1962, mas banido do poder a fórceps em 1964, logo após o golpe.
 
Pela ordem, vieram João Alves Filho em 1982; Antonio Carlos Valadares, em 1986; João Alves, em 1990; Albano Franco, em 1994 e 1998 - este foi o primeiro a se valer do ciclo das reeleições, que começaram ali; João Alves novamente 2002; e 2006 e 2010, Marcelo Déda, que faleceu em 2 de dezembro de 2013, deixando o mandato para o vice-governador Jackson Barreto, que se reelegeu em 2014. Domingo, os sergipanos decidem quem será o 10º governador dessa ciranda de 36 anos de democracia.
 
Portanto, o domingo 28 é recheado de simbologia e de significado tanto no âmbito nacional quanto no estadual. Esta Coluna Aparte não vai fazer apreciação e nem depreciação de nenhum dos quatro candidatos ou projetos que estão aí expostos. Os quatro já passaram por um funil primeiro dos eleitores. Que se salvem agora os dois que os brasileiros e os sergipanos acharem que devem se salvar.
 
A estimativa é a de que, justamente pelo fato de as duas eleições estarem afuniladas em dois homens - dois lá e dois cá -, a participação de eleitores de cá e de lá se dê numa proporção maior do que ocorrera no primeiro turno. 
 
Dos 147.306.295 eleitores aptos a votar em 7 de outubro no Brasil, apenas 117.364.654 compareceram - ou seja, 79,67%. A abstenção foi de 29.941,171 - ou 20,33%. Dos comparecidos, 7.206.222 de eleitores - ou 6,14% - anularam seus votos, e 3.106.937 - ou 2,65% - votaram em branco.   
 
No âmbito de Sergipe, dos 1.577.123 eleitores aptos a votar no primeiro turno, apenas 1.280.300 compareceram - ou seja, 81,18%, levemente acima da média nacional. A abstenção foi de 296.823 - ou 18,82%. Dos comparecidos, 107.796 eleitores - ou 8,42% - anularam seus votos, e 32.124 - ou 2,51% - votaram em branco. Que esse dia da eleição seja bem mais tranquilo do que os dias das campanhas. 

Este domingo, 28 de outubro, é um dia politicamente histórico para o Brasil e para o Estado de Sergipe. É um dia simbólico para a democracia nacional e para o destino sergipano.
 
Das 8h às 17h, 147.306.295 brasileiros habilitados ao voto – incluindo aí os 1.577.123 de sergipanos - escolhem entre Jair Bolsonaro, PSL, e Fernando Haddad, PT, o futuro presidente do Brasil, e entre Belivaldo Chagas, PSD, e Valadares Filho, PSB, o futuro governador de Sergipe.
 
Portanto, é o dia em que se encerram duas campanhas fortemente - bem mais a nacional - marcadas pelo ódio, pela violência e por uma escassez total de tolerância entre os contrários. 
 
Depois que a ditadura militar implantada em 1964 foi se dissolvendo, esta será a oitava eleição nacional - elas se deram em 1989, com a escolha de Fernando Collor de Mello, PRN; em 1994 e 1998, com as eleições de Fernando Henrique Cardoso, PSDB; em 2002 e 2006, com as de Luiz Inácio Lula da Silva, PT, e em 2010 e 2014, com as escolhas de Dilma Rousseff, PT. 
 
Nesse intervalo de 29 anos, houve dois acidentes de percurso traumáticos: a renúncia seguida de impeachment de Collor em 29 de dezembro de 1992, e o impeachment de Dilma, em 31 de agosto de 2016. Da terra arrasada deixada pelos dois, nasceram Itamar Franco e Michel Temer. Aquele, saiu-se bem, fez o Plano Real e elegeu em 1994 FHC como sucessor; este, vai sair em situação deplorável no dia 31 de dezembro deste ano.

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