Aparte
Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

De Valadares para Belivaldo: “O despeito seu me põe no apogeu”
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Valadares e Belivaldo Chagas: um caso de amor mediado por Ataulfo Alves

Ainda que informalmente, sem que nenhum dos dois se diga candidato ao Governo de Sergipe, a tensão política entre o vice-governador Belivaldo Chagas, PMDB, e o senador Antônio Carlos Valadares, começa a ditar o ritmo o rumo do que vai ser o ano eleitoral de 2018.

Na edição de ontem desta coluna, Belivaldo Chagas levantou o estandarte do enfrentamento ao ex-companheiro de tantas jornadas, ao jurar que não tem medo de enfrentá-lo nas urnas e até a apontar alguns defeitos no modo de atuar de Valadares.

Antônio Carlos Valadares, com aquele seus olhos verdes que dão uma boiada para entrar numa briga e mais uma outra para permanecer nela, reagiu entre irônico e provocativo.

“Para convencer ao sempre desconfiado e ciumento Jackson Barreto de que não tem mais nada comigo, o vice procura rasgar o passado e passa a falar mal de mim”, disse o senador Valadares.

O senador tentou tirar por menos, quase menosprezar, o fato de que Belivaldo, segundo ele, em sua fala à coluna Aparte “não tivesse tocado em só tema que traga soluções para os problemas graves de Sergipe”.

“Sobre dar resposta à inexpressiva entrevista do vice, não quero falar. Nenhuma contribuição trouxe para solucionar os problemas de Sergipe, um Estado à deriva, sem comando e sem planos para o futuro”, disse ele, por escrito, na noite de quinta, assim que o link de Aparte caiu em seu dispositivo móvel.

Para desconstruir a importância da fala do ex-aliado e agora opositor Belivaldo, Antônio Carlos Valadares evocou a letra de uma velha canção dor de cotovelo de Ataulfo Alves, a “Falem mal, mas falem de mim”, de 1939.

A letra diz que “você faz cartaz pra mim” e num verso que evoca inveja, afirma o seguinte: “O despeito seu/ me põe no apogeu”. Caprichoso em seus enfrentamentos, o senador mandou um trecho completo pelo whatsapp, como se o discurso embutido na canção fosse o dele para Belivaldo Chagas.

É este o trecho: “Fale mal/ Mas fale de mim/ Não faz mal/ Quero mesmo assim/ Você faz cartaz pra mim/ O despeito seu/ Me põe no apogeu”. Por zap, a coluna tenta fomentar no senador uma discussão maior. “Mas produza uma reflexão boa”, sugeriu-lhe. Fleumático, Vavazão empinou o topete: “Melhor do que essa, não tenho”, disse, só faltando disparar um kkk.

Mas, pragmático, o senador Valadares tinha, sim, mais um boi para sua boiada de brigão. “As pesquisas estão me colocando em primeiro lugar para governador. Será também por isso essa preocupação com o meu nome? Mas a ninguém eu disse que sou candidato. Me recuso a falar sobre isso. Até para deixá-los mais desesperados”, disse.

Ontem, Belivaldo Chagas teve um dia atribulado. Às 6 horas da manhã, estava se dirigindo para a TV Atalaia, onde foi entrevistado pelo programa Balanço Geral, com Fábio Henrique, e na pauta estava a fala dele sobre o senador.

Às 11 horas, Belivaldo falou de volta a esta coluna. “Quase não consegui trabalhar, com tanta gente me ligando” disse ele. Entre os ligadores, certamente não estava o senador Valadares. Possivelmente, estivesse ocupado com uma audição de “Falem mal, mas falem de mim”, sob os trinados de vecchio e bom Ataulfo Alves.

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