Aparte
Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Henri Clay quer chegar ao centro indo pelas margens e filia-se ao PSOL
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Henri Clay Andrade: buscando saídas à margem

Sob muitos, ou quase todos, aspectos, o advogado Henri Clay Andrade é um grande sujeito. Uma personalidade humana, e pública se quiserem assim, que não desbota. Contra quem há muito pouco de negativo a ser levantado, brandido e mostrando.

Ultimamente Henri Clay Andrade, que fará 52 anos no dia  30 deste abril, é um sujeito que está sempre batendo às portas de uma possibilidade eleitoral no mundo da política - na OAB, ele já mostrou o que foi, ao passar tantas vezes pela Presidência da subseção sergipana e sair dela sem uma mínima mácula.

E, admita-se, HC, como lhe chamam os íntimos, bate bem nessa porta política. É preciso que mais pessoas boas do naipe dele batam à porta dessa elementar atividade tão crivada de pessoas tão ruins - sobretudo nesta quadra atual da vida nacional.

E da primeira tentativa dele, que foi a disputa de um mandato de senador - será que HC é movido a empáfia e quer começar sentando logo na maior janela? - não se pode dizer que ele foi um fracassado. Jamais. Nunca.

Ao contrário. HC obteve nada menos do 109.562 votos dos sergipanos, sendo que destes, 52.203 vieram expressamente dos aracajuanos, entre os quais esse lagartense é mais conhecido. E isso por um tal de PPL, partido desconhecido, pequeno e desgarrado de alianças plausíveis no campo da sergipanidade.

Depois disso, HC filou-se ao Partido Rede Sustentabilidade, outra abstração de ilusos militantes da política nacional, e no ano passado fez-se de apêndice do projeto do PT ao apoiar a candidatura de Marcio Macêdo a prefeito de Aracaju, sem indicar nada e nem ninguém.

No geral, perderam, e ele saiu com uma mão na frente e outra atrás - pra não dizer que não falei das flores, elegeu o vereador Ricardo Vasconcelos, advogado como ele. Nesta quarta-feira, 31 de março, Henri Clay Andrade anuncia um cartão vermelho ao Rede.   

“Torno pública a minha decisão de desfiliação do valoroso Partido Rede Sustentabilidade. Foi honroso para mim exercer o cargo de porta-voz do partido no Estado de Sergipe. O Rede possui valorosos quadros políticos que se destacam pela retidão, compromisso social e combatividade republicana”, disse o moço em nota. Ok.

“Fui convidado por Guilherme Boulos e aceitei. Vou me filiar ao PSOL na próxima segunda-feira, dia 5, em ato público. Será numa live com Boulos e o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros”, diz HC a esta Coluna Aparte.

Certo, e que seja feliz nessa nova casa partidária. Mas, com todo o respeito que se tenha - e merece, viu Flaviano Cardoso - pelo PSOL, a opção de HC o reafirma como um caminhante marginal. Marginal de à margem, entenda-se, e não de ao centro.

O PSOL não é uma casa grande da política sergipana, nem nacional - e isso não é em oposição à senzala. Mas parece que as opções partidárias de HC escondem um certo preconceito dele frente aos classudos da política de Sergipe. Misturar-me a essa gente, mesmo que alguns deles venham de lutas gloriosas contra a tenebrosa ditadura militar? Vou nada.

Como um sujeito de alinhamento petista e acanhado em levantar a bandeira deste partido um tanto quanto desgastado, HC prefere ir pela margem, pelas escarpas feito um cabrito montanhês, em busca de aliados nanicos, mesmo querendo construir um projeto gigante. Está certo ou errado?

É preciso ter em mente que nem todo mundo nasceu com o cu pra lua como um Alessandro Vieira, Cidadania, que no primeiro e único ovo eleitoral que pôs a chocar nasceu-lhe uma ninhada inteira em forma de um estirado mandatão de senador.

Diferentemente dessa sorte grande de Alessandro, em Sergipe os ovos dos grandes projetos eleitorais vêm de chocadeiras coletivas. Grupais. Por querer ser tão bom sozinho, HC parece indisposto a seguir os passos dessa lição.

Tomara que sob o P desse novo SOL ele consiga chocar seu desejado ovo futuro. Tem méritos pessoais.

 

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