Aparte
Opinião - Herança e esperança política 

[*] Francisco Emanuel Meneses Alves

Edvaldo Nogueira tinha algum afeto e a lealdade de Marcelo Déda, já que foi seu vice-prefeito por duas vezes e teve seu apoio quando candidato à Prefeitura de Aracaju.

Edvaldo reivindica a amizade e a aliança com Déda, ainda que tenha trocado de partido devido às possibilidades de futuro do PCdoB e de suas pretensões políticas também.

Eliane Aquino foi vice-prefeita de Edvaldo neste mandato que ainda não terminou e hoje é vice-governadora do Estado de Sergipe.

O deputado estadual Rodrigo Valadares é filho de Pedrinho Valadares, ex-deputado federal, sobrinho do ex-senador Antônio Carlos Valadares.

O pai de Rodrigo morreu no mesmo trágico acidente que em 2014 matou Eduardo Campos, ex-deputado federal e ex-governador de Pernambuco.

De centro direita, Pedrinho era assessor do amigo pessebista Eduardo Campos. Pedrinho era firme, mas nunca desdenhou de seus adversários.

ACM Neto, em Salvador, é neto de Antônio Carlos Magalhães, um ex-quase tudo, e filho de Antônio Carlos Magalhães Júnior, ex-suplente de senador do próprio pai.

Bruno Covas em São Paulo é neto de Mário Covas, que foi prefeito, deputado federal, senador, governador paulista e candidato à Presidência da República em 1989.

Sobre êxitos eleitorais, todos esses tem vitórias consistentes, excetuando o desconhecido Rodrigo Valadares, que se elegeu numa atmosfera do irrepetível no pleito de 2018.

Sempre há quem ou o que questione sobre os limites da lealdade de um ou de outro, mas a maioria dos nomes citados foi introduzida na política pelos seus aliados ou parentes e apresentada ou associada a esses.

O tio de Pedrinho já esteve no mesmo lado que ele, antes de adentrar no PSB, muito mais identificado historicamente com setores progressistas até apoiar o fiasco do golpe parlamentar de 2016. Esse feito iniciou perdas eleitorais gigantescas para Valadares tio.

Por falar em Valadares tio, esse é o pai de Valadares Filho - três vezes deputado federal -, duas vezes candidato à Prefeitura de Aracaju e candidato derrotado ao Governo do Estado em 2018.

Em meio a tantos herdeiros de sobrenomes, o que este colunista gostaria de chamar atenção é para as novas lideranças. 

No interior do Estado e na capital é preciso fugir de caminhar no círculo vicioso de eleger os mesmos nomes e seus indicados de sempre. 

Precisamos de gente preocupada com justiça social, educação, saúde e diversidade. Desenvolvimento não pode ser qualquer coisa. Tem que ser humano. 

[*] É professor de Sociologia, cientista social, poeta, psolista e fiscal de acesso. Aracajuano de registro, capelense de alma e sancristovense de experiência.

 

 

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