Aparte
Opinião - O bom jogador conhece o jogo pela regra

[*] Rômulo Rodrigues 

Em geral, candidatos a vereador podem se eleger, podem depois ser deputados estaduais, federais, governadores, como o caso de Jackson Barreto. Senadores e até presidente da República, como foi o caso do Dr. Jânio da Silva Quadros.

Porém, parece que a quase totalidade quando entra no jogo, desconhece a regra - e tem até os que exercem e exerceram mandatos e continuam desconhecendo.

Começo contestando o cálculo bizarro de dividir o número de candidaturas pelo de vagas em disputa e obter um número para lá de abstrato

É desabonador para o processo político a generalização da divisão do número de candidatos inscritos pelo de vagas existentes, uma vez que não se trata de provas de múltiplas escolhas ou o método primitivo de perguntas e análises de respostas.

O observador atento tem que levar em conta que o total de concorrentes à câmara municipal, por elevado que seja, tem algumas centenas que nem chegam a concorrer de fato (dê uma olhada na São Silvestre), pela linha de corte do quociente eleitoral.

No caso de Aracaju, talvez metade de uma centena esteja realmente dentro do critério de possibilidades. De qualquer forma, se alguém quiser se alarmar com o número alto de concorrentes é bom pensar que quanto mais postulantes mais gente estará atuando no processo democrático, e isso é muito bom.

É muito provável que alguém ache meu raciocínio injusto. Não o é, e explico: é comum ouvir afirmações que existem muitos partidos políticos e que são uma vergonha.

Ora, pois, uma democracia para ser pulsante tem que ter partidos políticos organizados e atuantes que dialoguem com os movimentos sociais, com o povo e transformem as aspirações populares em demandas realizáveis e, quanto aparecerem mais a sociedade tende a se sentir estimulada na participação do seu desenvolvimento.

O problema é que ao mesmo tempo aparecem siglas e não partidos em que seus membros estarão sempre à disposição para depreciar a política. É bom que leiam o que disse Ulisses Guimarães.

Acontece que muitos participam de outras organizações da sociedade civil e não emitem comentários desabonadores sobre suas participações, não tão elogiáveis quanto na atuação política.

Vamos a alguns exemplos: no Brasil existem muito mais igrejas e seitas religiosas e os que questionam a quantidade de partidos não as questionam.

Poderia dizer que existem muitos clubes de futebol. Blocos carnavalescos, quadrilhas juninas e por aí vai. Afinal, somos um país continental, plural e miscigenado em que tudo cabe.

O problema não é na quantidade. É na qualidade da avaliação, ou seja, avaliar que tudo é normal e que o único ponto fora da curva é justamente onde as coisas têm o dever de funcionar corretamente e os defeitos corrigidos e não participar do jogo com o intuito de piorar.

Como a corrida está apenas começando, vão ficar pelo caminho uma maioria que veio se divertir, uma quantidade que veio experimentar e dar vazão a uma vontade reprimida, os que vêm para participar do processo para fortalecê-lo e tem até os que pensam em usufruir da divisão do sonhado bolo do fundo partidário.

É a sociedade plural e seus acertos e erros; mas, em movimento. Como fiz uma projeção e publiquei, aproveito para dizer que estou de olho nas correções, porque já começa a passar água de sangradouro debaixo da ponte dos votos.

[*] É sindicalista aposentado e militante político.

 

 

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