Aparte
Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Recado de Jackson Barreto: “Nosso Governo não faz negócio com a coisa pública”
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Jackson Barreto: uma outra visão de Estado

Diferentemente do que pensam os seus opositores, que costumam lhe atribuir responsabilidade direta pela grave crise em que se encontra Sergipe, o governador Jackson Barreto, PMDB, entende que o Estado não está pior exatamente por causa do seu despojamento, que só lhe “faz pensar no interesse público” e não desvia o foco.

Sem citar nome de qualquer opositor, em conversa com a coluna Aparte Jackson Barreto dá um recado direto e duro: “No nosso Governo, não se faz negócio com a coisa pública. Aí, com todas as dificuldades, mesmo devendo aqui, ali e acolá, a gente está de pé e está andando”, diz o governador.

Jackson Barreto não fecha os olhos para a crise. Sabe que ela existe e que é de fato gravíssima - tem até dito de público que é um homem triste por ter de pagar salários atrasados. Mas sempre levanta o bordão de que “seria bem pior se não houvesse zelo com os recursos escassos” e se o governante principal “cedesse a interesses pessoais e não-republicanos”. 

“O que seria deste Estado se ele fosse um balcão de negócios? Se o Governo estivesse nas mãos de pessoas que têm negócios, o Estado não seria o que é hoje. Seria bem pior”, diz ele. A expressão “balcão de negócios” vincou a campanha dele ao Governo em 2014, com associação direta à família Amorim. O marketing de JB fez a sociedade acreditar que se o eleito para o Governo fosse Eduardo Amorim, o Estado seria massa de manobra dos interesses de Edivan Amorim, o irmão de Eduardo.

Agora, apesar de evocar os termos “balcão de negócios”, Jackson, que anda meio leve, tira o corpo de banda. “Não estou com isso fazendo referência pessoal a ninguém em específico. Não estou me referindo a A, B ou C. Mas é que este governador que vos fala governa com respeito ao dinheiro público”, diz.

“Eu não tenho negócios”, insiste. “E como eu não sou empresário, como não sou homem de negócios - o meu negócio é servir ao público -, o que seria deste Estado se neste momento não estivesse nas mãos de quem não tem negócios pessoais para resolver?”, questiona ele.

“Nessa hora de crise, as pessoas precisam se situar fazendo uma avaliação do contexto como um todo. E se a gente não assumisse a responsabilidade deste Estado, não transformando os problemas públicos em problemas de ordem pessoal, conduzindo as soluções desses problemas com cuidado e carinho diariamente, o que seria de Sergipe?”, pergunta ele.

“Eu tinha que retirar de foco as brigas pessoais. Elas não constroem nada. Eu faço questão de dizer que com estas dificuldade todas para se fazer a travessia, se não tiver amor à coisa pública, respeito ao erário, que é do coletivo, nada funciona. Veja que são quatro anos de Governo de Sergipe feitos em maio e não se levantou um só questionamento da nossa ética e nossa transparência enquanto governador. Não sou patrimonialista. E nem tenho negócios com o Estado”, completa.

“A minha preocupação é exclusivamente com o Estado e com o seu povo. É a de juntar os tostões e aplicar nas coisas de interesse do povo. Tudo amarradinho. Me reúno com o secretário da Fazenda, com os assessores da área econômica, com o pessoal da área de captação de recursos, o de planejamento e decido: temos dois tostõezinhos? Então esse tostõezinho vai para aqui e esse vai para ali. Pronto”, diz.

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