Aparte
Opinião - Itabaianense, quem elege prefeito é você!

[*] Rômulo Rodrigues 

A eleição em Itabaiana em 2020 vai escapar do padrão de aprisionamento do eleitorado e vai quebrar os arames das cercas que os mantém quase indefesos nos currais  eleitorais.

A história do município está pautada por uma eterna e periódica troca de comando, onde a mudança anunciada é sempre para nada mudar.

Não precisa ir muito longe. É só ler o que aconteceu nesse século XXI. 
Em 2000, Luciano Bispo, PMDB, se elegeu prefeito da cidade com 20.170 votos, derrotando Maria Mendonça, PSDB, que obteve 17.597 votos, Erotildes, PT, com 416 votos e Zé Meneses, do PSTU, com 81 votos num total de 38.418 válidos.
Em 2004, Maria Mendonça, PSDB, venceu com 22.378 votos contra Carlinho da Atlética, PMDB, candidato do episcopado - com 21.112 votos, Zezinho Queiros, PDT, com 733 e Prof. Abércio, PSTU, com 81 votos, num total de 44.302 válidos.

Em 2008, Luciano Bispo, PMDB, volta a vencer a eleição com 26.371 votos, contra 23.645 de Maria Mendonça, que disputou pelo PSB, num total de 49.836 votos válidos.

Em 2012, Valmir de Francisquinho, PR, venceu Luciano Bispo, PMDB, que era candidato à reeleição, pelo placar de 27.435 votos a 23.758 votos, num total de 51.193 votos válidos.

Valmir foi vencedor como herdeiro do espólio do velho cacique Chico de Miguel, de que se fez político na sua cozinha. Já em 2016, amplia sua liderança e dá um capote em Roberto Bispo - candidato do episcopado -, com 35.559 contra apenas 18.461 votos, num total de 54.020 votos válidos.

Foi com esse resultado que Valmir estofou o peito, mesmo com Carminha Mendonça de vice, que fez carreira solo e, mesmo experimentando o desconforto de uma prisão elegeu seu filho Alysson como o mais votado deputado estadual de Sergipe, conseguindo a expressiva votação de 17.220 votos só em Itabaiana, contra 14.560 de Luciano e 7.960 de Maria, deixando claro que construiu seu próprio campo eleitoral e levou metade do de Maria, a grande derrotada na guerra municipal.

Melhor dizendo: parece que Valmir de Francisquinho, que foi criado na cozinha do coronel Chico de Miguel, aprendeu todas as lições e saiu da casa levando quase tudo que tinha dentro. O fato mais relevante do atual momento eleitoral é que o povo demonstra enorme cansaço com a mesmice da política no município, que é ótima referência em quase tudo que diz respeito aos valores de um povo e só decepciona na política.

Vejamos a contradição que impede mais desenvolvimento e respeito à cidade serrana: o povo de Itabaiana é, comprovadamente, o mais trabalhador e empreendedor do Estado e qualquer pessoa ao chegar à cidade sente o impacto positivo do progresso, principalmente, no tocante ao comércio e à maioria das habitações.

Itabaiana é terra de um povo obstinado, corajoso e vencedor, e isso é sentido em todo o canto da cidade. Mas, como o mundo e o universo não são perfeitos, há sempre o que melhorar, modificar e corrigir e Itabaiana está nesse universo.
O obstáculo que impede o município de ser ainda mais pujante é o revezamento dos mesmos grupos - ou famílias - no comando da política. O nome disso é mesmice.

No 15 de novembro de 2020, dia consagrado à proclamação da República, Itabaiana deverá deixar de ser um principado de famílias e ser uma República de seu povo, com independência e soberania. A mesmice vai ser batida nas urnas, com o voto de quem sabe que é o povo quem elege o prefeito. Dessa vez, com um novo governo de participação popular. É só votar, para ver.

[*] É sindicalista aposentado e militante político. 

 

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