Aparte
Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Republicanismo de Edvaldo Nogueira está sendo confundido com política menor. É uma pena!
Compartilhar

Edvaldo Nogueira: “não vou transformar a Prefeitura em comitê de campanha de seu ninguém”

Na sexta-feira, 10, em evento oficial na sede do Governo de Aracaju, e nesta segunda, 13, em longa conversa com esta Coluna Aparte, o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, PC do B, fez um profundo desabafo deixando bem claro que ele está vacinado contra quaisquer tipos de intriga ou cobrança que tentem fazê-lo em desarmonia neste momento de sucessão com o grupo político ao qual pertence e com algumas coerências pessoais e republicanas que ostente.

E esse “grupo político” é o de Jackson Barreto, de Belivaldo Chagas, de Rogério Carvalho, sem dúvida seus candidatos ao Governo do Estado e ao Senado. Desde que Edvaldo ausentou-se da convenção do PSD, no domingo, 5, por estar num evento com a esposa Danusa Silva em Alagoas, agendado há um ano, pipocaram comentários apontando estranhamento em relação a ele e ao projeto ao lado dos governistas.

Para Edvaldo Nogueira, nada mais inconsequente do que colocar em dívida a sua opção política neste momento e a maneira de ele exercê-la. “Há 15 dias antes da convenção, eu comuniquei a Belivaldo que não poderia estar nela, porque teria um compromisso familiar especial em Alagoas e não tinha como faltar”, disse ele a esta Coluna.

Edvaldo Nogueira lembra que no mesmo dia da convenção da base aliada de Belivaldo aqui em Sergipe era feita uma reunião nacional em São Paulo, do seu PC do B, para definir a aliança de Manuela d’Ávila com o PT na disputa pela Presidência da República. Ele era um convidado vip. Não foi, e nem iria. “Pelo meu compromisso assumido antes no âmbito familiar, eu deixaria de ir a 200 convenções. Poderiam ser as do meu partido”, diz.

Mas segundo Edvaldo Nogueira, não serão as intrigas no campo da sua relação institucional com o deputado federal André Moura que lhe fará desviar o foco nesta hora. “Eu já disse a seu Jackson Barreto, a doutor Belivaldo Chagas e a Rogério Carvalho que na hora em que me perguntarem: “Ô Edvaldo Nogueira, André Moura lhe ajudou?”. Eu direi: “Ajudou”. “E você, o que acha disso?”. “Ah, eu sou muito agradecido a ele”. Pronto”, diz o prefeito.

“Mas, na hora em que também me perguntaram “quem é o seu candidato ao Governo e os seus dois candidatos ao Senado”, eu direi: “Belivaldo Chagas e Jackson Barreto e Rogério Carvalho. É isso, e tchau””. Ora, eu fui o primeiro político com mandato a declarar apoio a Belivaldo Chagas”, diz ele à Coluna.

“Trabalhei incessantemente, de maneira muito efetiva, para que ele fosse o nosso candidato a governador. Poucos políticos trabalharam como eu trabalhei para que Belivaldo Chagas fosse o candidato. Fui eu que numa reunião com todos os partidos primeiramente defendi o nome Eliane Aquino para vice, mesmo em prejuízo à minha gestão, que deixará de ter uma vice-prefeita”, completa.

“E vou cumprir o meu papel, porque sou um político, filiado a um partido e tenho grupo. Eu não vou é transformar a Prefeitura Municipal de Aracaju em um comitê de campanha de seu ninguém. Fazer campanha, eu vou. Não vou fazer é nenhuma estripulia por causa de uma eleição. Nenhum malabarismo. Eu sou prefeito de todos os aracajuanos. Não significa que eu não vá votar em Belivaldo Chagas, Jackson Barreto e Rogério Carvalho. Ao contrário. Vou votar e vou fazer campanha para eles. Eu só não vou é acabar com a Prefeitura por causa de uma eleição”, desabafa.

“Ninguém vai me encontrar na campanha de ninguém entre as 9 da manhã e o meia dia, e nem entre 14 horas e as 17 horas. Isso são horas reservadas ao trabalho. Mas toda noite você vai me encontrar numa ação de campanha eleitoral num bairro, numa rua. Mas vou dar meu expediente como prefeito. Só vou fazer campanha nos horários vagos. Chamei cada secretário e lhes disse: “Lembrem-se que vocês são secretários e que têm responsabilidade com tudo e com todos da cidade. Hora de trabalho é hora de trabalho. Hora de campanha é hora de campanha. Claro que quero que todos eles se envolvam e que estejam nas ruas. Mas na hora permitida”, diz o prefeito.

Você gostando ou não figura pública e política de Edvaldo Nogueira, não há como, à luz da razão e da boa política, negar-lhe acerto nessas suas posturas que separam gestão de campanha. Não há como suprimir o muito de republicanismo que ele deixa vazar com estas visões atitudes anunciadas. É uma pena que, diante de interesses políticos pessoais, possa alguém confundir as premissas dele com política menor.

Deixe seu Comentário

*Campos obrigatórios.