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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Sergas é uma mina de ouro que vai render ao Governo R$ 1,5 bi extras
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Wellington Paixão: liderando um negócio volumoso, que deixa recursos para Sergipe e aumenta em 447% o faturamento da Sergas

Ainda que ela seja mista, numa parceria entre a Mitsui Gás e Gaspetro (que equivale à Petrobras), a Sergas é uma empresa fantástica, de um potencial enorme e que esteve dormitando desde que fundada por João Alves Filho no começo da década de 1990.
 
Sem que muitos lhes deem atenção que merece. Sem que, às vezes, nem mesmo o próprio Governo lhe garanta o peso que de fato tem mercado, no ano passado ela fechou com um faturamento de R$ 154 milhões, numa comercialização direta de 101 milhões de metros cúbicos de gás.
 
O seu poder de fogo é literalmente quente. Forte. Ela atende a um pool de 23.718 unidades residenciais concentradas em condomínios de Aracaju - pelo que tem 220 km de rede,ou dutos - uma distância circular maior do que a  entre a Capital e Canindé de São Francisco.
 
Atende a 34 postos de combustíveis com GNV, tem 8 centrais de geração e cogeração de energia, supre 168 espaços comerciais e estende seus tentáculos a 42 unidades industriais – o que é seu grande filão, equivalendo a cerca de 42% do seu potencial de negócio.  
 
Ela é uma empresa enxutíssima. Modelo. É tocada por 62 servidores, entre os quais apenas oito cargos em comissão. Os demais, concursados. Desde o dia 16 de fevereiro do ano passado para cá, a Sergas sofreu um enxugamento rigoroso em seus custos.

Em exemplo comparativo gritante: em 2015, quando ela era um brinquedinho cedido ao deputado Gustinho Ribeiro, a Sergas teve um custo de R$ 844 mil. Ano passado, terminou com R$ 112 mil e tem custo previsto de R$ 65 mil para 2017.
 
A solução não foi encontrado em Marte. Veio de um senhor de 77 anos, um velho conhecido dos sergipanos, que atende pelo nome de Wellington Paixão, já foi prefeito de Aracaju e que, dizem, não faz gracinha com a coisa pública, ainda que híbrida, e que tem planilha até para a quilometragem do automóvel oficial que o serve no dia a dia de diretor-presidente.   

ENXUGAMENTO 
Em 2015, teve um custo de R$ 844 mil. Ano passado, terminou com R$ 112 mil e tem custo previsto de R$ 65 mil para 2017

Mas tudo isso que Wellington Paixão e seus companheiros de Diretoria fizeram em nome da Sergas nesses menos de dois anos não equivale a um décimo do que pode vir a acontecer por esta empresa ainda este ano. Pode vir, e vai.
 
Para começo de conversa, os 101 milhões de metros cúbicos de gás comercializados por ela podem catapultar, a partir de agora em outubro, para 540 milhões. Isso significa que o faturamento pularia dos R$ 154 milhões para R$ 689 milhões. Ou seja, 447% a mais.
 
Milagre? Uma chuva de molécula de gás desabando sobre a empresa? Nada disso. Por habilidade administrativa, conhecimento jurídico e sobretudo boa vontade de Wellington Paixão foi desentocada uma ação judicial que a Sergas move contra a Petrobras, à qual foi dado ganho de causa em favor de Sergipe. Não cabe mais recursos.
 
Entenda: desde que a Sergas foi fundada, a Petrobras manda diretamente da Bahia o gás que a indústria Fafen consome em território sergipano. Por isso, não paga impostos ao Governo do Estado e não partilha lucro com a Sergas. É um negócio à parte, que lesa Sergipe, que lesa a Sergas.
 
A ação é velha. Foi julgada desde o tempo de Marcelo Déda governador. Nada foi feito para valer os direitos de Sergipe em virtude do compadrio entre o então governador e José Eduardo Dutra, que presidia a companhia.

FATURAMENTO
Os 101 milhões de metros cúbicos de gás comercializados podem catapultar, a partir de agora em outubro, para 540 milhões. O faturamento pularia dos R$ 154 milhões para R$ 689 milhões

O mais significativo disso tudo: a decisão gera R$ 1,5 bilhão em forma de ICMS a serem pagos ao Estado de Sergipe. Cabe à Petrobras desembolsar, sem mais recursos jurídicos.
 
Já está tudo, inclusive, acertado entre Sergipe e Petrobras. E a partir de agora, o gás que viria da Bahia, sairá da própria Sergas. Daí não haver nenhum milagre. Apenas algo real, e bem encarnado, à espera de cumprimento.

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