Aparte
Eleição da Câmara de Santana do São Francisco acaba em reviravolta, e prefeito derrotado por um aliado

Aos 23 anos, vereador Bartô é eleito presidente da Câmara  à revelia do plana do prefeito

Na última quarta-feira, dia 6, a Câmara de Vereadores de Santana do São Francisco viveu um episódio bem típico da tão conhecida “política de interior”, onde parece que vale tudo para se conseguir um objetivo. Mas só parece.

Numa dessas reviravoltas que mostram o contrário, vereadores da situação e da oposição se uniram para eleger Manoel Santos Pereira Júnior, PSD, conhecido como Bartô, presidente da Câmara. Tudo começou uns meses atrás, quando, segundo Bartô revelou à Coluna Aparte, o prefeito da cidade, Ricardo Roriz, também PSD, sugeriu a antecipação da votação.

A Câmara realizou os trâmites legais e antecipou a eleição. Mas, no dia, ainda segundo o vereador, o prefeito mudou o nome do escolhido e indicou um dos vereadores da oposição, Valdisson Silva, PT. “O prefeito tinha feito um acordo de que seria outra candidata, uma vereadora do grupo, mas, as aos 45 do segundo tempo, indicou outro”, afirma Bartô.

De acordo com ele, o prefeito sequer justificou sua decisão, o que deixou os parlamentares indignados. “Valdisson Silva não votou no prefeito, mas o gestor conseguiu trazê-lo para a situação. Já deu Secretaria, cargo a familiares, e agora daria a Presidência. Nós não concordamos. Eu entrei de cabeça e fui eleito”, diz Bartô.

Bartô teve seis votos - três da situação e três da oposição, que também não gostou de ter sido traída. Ao todo, Santana tem nove vereadores. Apesar de tudo, Bartô garante que não deixou o agrupamento político.

“Meu posicionamento é o mesmo: eu continuo a ser vereador da situação, até porque o prefeito faz um bom trabalho aqui, é um município que possui muitas obras e tem o pagamento em dia, não posso deixar de ser do lado dele”, assegura.

No entanto, Bartô admite que pode ocorrer outra reviravolta. “Vai depender do prefeito também. Ele exonerou cargos ligados a mim, o que achei precipitado. Estou disposto a continuar aliado e ser um presidente da situação. Mas a Câmara é um órgão a parte, são poderes diferentes”, ressalta.

Bartô deixa claro que não traiu seu grupo. “Apenas votei em mim, porque acredito que tenho mais condições de assumir, pois já era aliado, estive na campanha. Eu, mais do qualquer pessoa da oposição, mereço estar onde estou”, reforça.

Bartô tem apenas 23 anos de idade e se torna o presidente de Câmara mais jovem da história da cidade. “Agradeço os votos da oposição também, porque acreditaram que eu seria um bom presidente. Sempre gostei da política justa, honesta e inclusiva. Sou de família pobre, fui eleito sem recursos, sem mentiras e mereço estar aqui”, reitera.

 

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