Aparte
Opinião - Uma federação mostra sua cara e revela a força de Valadares Filho

[*] Rômulo Rodrigues

Foi na noite desta sexta-feira, que a federação partidária PT, PC do B, PV reuniu sua militância para apresentar sua chapa majoritária, em pré-campanha, com os nomes que efetivamente devam ir para o julgamento nas urnas em 2 de outubro de 2023.

Para a disputa de governador, já se sabe há bastante tempo que o nome será o do senador Rogério Carvalho,com um acúmulo de campanhas vitoriosas desde 2006 que poderá colocá-lo no segundo turno.

Para disputar o mandato de senador, o ex-deputado federal Valadares Filho, também com um bom acúmulo de expressivas votações ao longo de 16 anos de batalhas por votos, que o deixam com musculatura eleitoral capaz de ser vencedor no término da caminhada.

Para os que leem a bula do remédio e não conseguem entender o seu princípio ativo, o fato de o pré-candidato ao Senado ter se afastado do PT por 8 anos depois de uma jornada conjunta de 20 anos, quando contribuiu decisivamente para colocar no palco principal da política nacional os saudosos petistas Marcelo Déda e José Eduardo nas eleições de 1994, a volta a uma disputa unitária seria uma degradação política, ou quebra do protocolo moral. Mas não é!

A trajetória política de Valadares Filho é bastante relevante e não pode ser medida pela régua do maniqueísmo entre o bem e o mal. Pelo contrário: ele tem uma vida política bastante significativa, como podemos ver pelos números.

Na sua estreia em eleição, para deputado federal em 2006, teve uma votação de 85.450 votos. Na segunda,cresceu em 2010 subindo para 95.680 votos e na terceira em 2014, caiu para 68.199 votos - queda essa que pode ser atribuída à sua dedicação à disputa na capital, deixando de dar a cobrada assistência a outras bases.

Em 2012, para prefeito de Aracaju teve 113.932 votos. Em 2016, novamente para prefeito de Aracaju, teve 98.071votos no primeiro turno e 134.435 no segundo, disputando contra o bem avaliado ex-prefeito Edvaldo Nogueira apoiado pelo bloco que governava o Estado desde 2007 e a Prefeitura de Aracaju de 2001 a 2012.

Em 2018, na disputa para o Governo do Estado, Valadares Filho alcançou 212.169 votos no primeiro turno e 370.171 no segundo, numa disputa com o governador que estava disputando a reeleição, Belivaldo Chagas.

Alguém afirmar em nome de embasamento científico que Valadares Filho é o antipetista que restou ao PT é a negação do dinamismo que move as conjunturas políticas onde a necessidade urgente é aglomerar forças para derrotar o fascismo. Ou seja: a importância de quem vai estar ao lado na trincheira, ser maior que a própria guerra.

A candidatura do petista Lula a presidente da República, tendo como candidato a vice Geraldo Alckmin do PSB, tem em Sergipe a única dobradinha no Nordeste, sua fonte de energia política, com Rogério Carvalho governador e Valadares Filho para senador.

Como é real que Lula tende a ultrapassar os 60 milhões de votos no primeiro turno, superando os 46.662.365 que obteve contra Geraldo Alckmin com 39.968.369 votos, sendo que em Sergipe Lula obteve 476.339 votos e Geraldo Alckmin 446.454 votos.

Portanto, mesmo com uma distância de 16 anos entre as duas eleições, a chapa Lula-Alckmin não surpreenderá se, na conjuntura com a necessidade das forças democráticas derrotarem o fascismo. Pelo comprovado perfil progressista do eleitorado sergipano, esta chapa tende a ultrapassar os 600 mil votos e impulsionar para cima as candidaturas de Rogério Carvalho e Valadares Filho.

Claro que não são números cabalísticos, eivados de cartesianismo ou euclidianismo. Nada disso, mas são marcas deixadas nos mapas de apurações eleitorais, possivelmente, mais perto da realidade do que missa encomendada, rezada por quem se acha o sabido da ciência.
 

[*] É sindicalista aposentado e militante político.

 

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