Aparte
Opinião - A importância de dar valor ao voto

[*] Rômulo Rodrigues

Nunca antes na história deste país o voto a ser dado em 2 de outubro vai ter uma relevância jamais vista antes. A retrospectiva mais recente é imperativa para que os cidadãos e cidadãs eleitores e eleitoras usem esse dia para dizer, de verde, que país construir para seus filhos mais novos, netos e bisnetos sem os sofismas de que é tudo igual e que os políticos só pensam em si, e votarem exatamente neles.

Se olharem pelo retrovisor da locomotiva da história, no calendário de 2018 vão ver que a degradação moral, política e econômica provocada pela escolha influenciada pelo ódio, pela pouca importância do voto, pela negação da política e dos partidos políticos, que o resultado da bizarrice na eleição presidencial poderia ter sido evitada, quando dos mais de 147 milhões de eleitores e eleitoras capazes de exercerem direito ao voto apenas um pouco mais de 107 milhões validaram os votos no primeiro turno e um pouco mais de 104 milhões no segundo turno.

No primeiro turno, um pouco mais de 10,4 milhões votaram branco e nulo e no segundo turno 11 milhões votaram em branco ou anularam o voto.

Aí vem a constatação de que 29,9 milhões de pessoas fizeram de conta que a eleição não era com eles na primeira votação e 31,3 milhões na segunda. Ou seja, mais de 40 milhões não foram votar e jogaram à própria sorte o destino de uma nação.

Culpa deles para termos um quadro tão dantesco? Necessariamente, não! O guru de Trump, Steve Bannon, veio assessorar Bolsonaro e implantou a inversão de demanda, com os filhos dele num sistema criminoso de fake news, onde captou R$ 2 bilhões com 167 grandes empresários e botou em ação seu exército de robôs para manipular os manipuláveis pelo sistema de Think Tanks dos irmãos Koch, e conseguir a vitória do fascismo pela legitimação eleitoral.

Jair Bolsonaro começou a ser ventilado como candidato a presidente em 2017, quando vi e ouvi pela primeira vez um grupo de imbecis falando sobre aquela hipótese e, juro, não levei a sério. Estava em Caicó, para os festejos de Nossa Senhora Sant’Ana, onde vem gente do mundo todo, e ignorei o perigo.

Na volta, no ônibus de traslado no Aeroporto Guararapes, no Recife, duas moças com pintas de modelos curtiram no celular uma postagem sobre Bolsonaro e comentaram em voz baixa assim: “Esse cara é muito louco, mas se for candidato a presidente, vai ser eleito”.

De menosprezado a real, o projeto que já vinha sendo gestado, foi tomando forma e os partidos. Militar sob o comando do general Villas Boas, moderador sob o comando de Sergio Moro e procuradores federais e, midiático controlado pelo império Globo, todos sob a supervisão do Departamento de Estado dos EUA, pariram o monstro, e hoje estamos vendo o tamanho da catástrofe.

Novamente, estamos em um ano eleitoral sob as ameaças e execuções programadas feitas por policiais rodoviários federais e paus mandados de garimpeiros e madeireiros, afrontando a sociedade e testando as reações do povo, com requintes do que praticavam fascistas e nazistas das décadas de 20 e 30 e a ditadura militar de 1964 a 1985, no século passado.

É provável que nas eleições de 2022 o Brasil ultrapasse os 150 milhões de aptos a votar e será necessária uma campanha de todos envolvidos para que o número de votos válidos para presidente da República atinja, pelo menos, 115 milhões para legitimar, ainda mais o eleito.

A minha dosimetria do voto, nos números do momento, apurado por regiões, indica que Lula ultrapassará a casa dos 60 milhões de votos no próximo dia 2 de outubro e quem for inteligente vai conclamar o voto em si, para colher o voto para si, e desmoralizar os gorilas vendilhões da pátria.

[*] É sindicalista aposentado e militante político.

 

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