Aparte
Opinião - Aracaju no rumo certo

[*] Luciano Correia

Dentre tantos papéis importantes que cumprem, as eleições servem também de palco para materializar as discussões que naquele momento mobilizam a sociedade, daí seus resultados funcionarem como um retrato do humor do público para com a política e os políticos e suas propostas de políticas públicas.

Aracaju vai fazer essa discussão em 15 de novembro ao julgar a continuidade ou não da obra de Edvaldo Nogueira e os candidatos pretendentes a sucedê-lo. A insistência de vários candidatos em serem identificados com lideranças nacionais como Bolsonaro ou Lula revela o caráter ideológico que pretende contaminar o debate. Ou, se não tanto, o desejo desses candidatos em buscarem muletas políticas nesses líderes ideológicos para vitaminar suas campanhas no plano municipal.

Essa ideologização do processo político-eleitoral não tem sido boa para o país, com sua capacidade de dividir e incendiar vários segmentos, incluindo grande parte das instituições que, muitas vezes, têm se comportado como verdadeiros partidos políticos.

O pontapé inicial que instalou essa desordem na esfera pública foi a operação Lava-Jato que, se foi inédita em botar na cadeia agentes políticos e empresariais envolvidos em corrupção, foi tragada pela vaidade e ambição de seus comandantes, esparramando para todos os setores da vida brasileira um sentimento de punitivismo irremediável e nocivo, pela forma como se aplica.

Sabe-se lá como esses ingredientes vão temperar novamente as eleições de 2022 que, por serem nacionais, são o palco apropriado para disputas desse tipo. Já a eleição municipal funciona por outras lógicas, tem um caráter plebiscitário sobre os atuais gestores, aprovando ou rejeitando suas administrações.

Em Eclipse Oculto, Caetano já dizia: “Demasiadas palavras / Fraco impulso de vida / Travada a mente na ideologia”. A esquerda clássica, enferrujada e obsolescida, segue travada na ideologia, cada vez mais fora do barco da História. A novidade é uma direita que ressuscita de longa hibernação para se corporificar na militância justamente com as mesmas ferramentas e símbolos, só que em sinal invertido.

Cansados desse blá-blá-blá inócuo que em nada afeta suas vidas diretamente, os moradores das cidades, sobretudo das grandes e médias, cada vez mais afetados pelo brutal processo de urbanização e crescimento desordenado, querem só uma coisa: ser feliz agora e já.

Alguém com a disposição de um síndico para liderar a busca de solução para os problemas de cada comunidade e da cidade de forma geral, com capacidade para executar, criatividade e experiência para fazê-lo da forma mais competente e responsável.

O calejado eleitor, tapeado por uns e outros à esquerda e à direita, não quer nenhum desses personagens excêntricos que diariamente infestam as redes com uma linguagem explosiva e inconsequente. O aracajuano não quer dirigente para dar cavalo de pau na gestão da cidade.

Diferentemente da maioria dos postulantes de Aracaju, todos inexperientes e sem um desempenho que os fizessem referências em suas áreas, Edvaldo Nogueira é o prefeito com mais conhecimento dos problemas da cidade nos últimos 40 anos, sem os vícios nefastos do velho populismo que revoltou a população e fez germinar a semente dessa contaminação ideológica referida acima.

Diferentemente de todos os outros anteriores, Edvaldo é um apaixonado pela gestão, com a disposição de um menino para buscar diariamente a inovação como norte para seus planos de governo. Não foi por outra razão que ele, ao encontrar uma prefeitura quebrada em 2016 (R$ 540 milhões de dívidas diretas), com a máquina emperrada e com graves questões de natureza ética (lembram da declaração do próprio vice-prefeito Machado, acusando colegas das piores práticas morais, pra usar um eufemismo?), colocou a gestão nos trilhos e transformou a capital em um lugar melhor para todos.

Edvaldo sempre disse, desde o primeiro dia, que não ia governar olhando pelo retrovisor. E foi o que fez. No segundo dia, “invadiu” o Santa Maria com máquinas, disparando um mutirão de limpeza que começou por ali e se espalhou por todos os bairros.

Imediatamente, iniciou um programa de recuperação parcial dos principais corredores, paliativos que resolveram a situação emergencialmente, até que pudesse, por fim, implementar o arrojado plano de recuperação de todos os principais corredores do transporte na capital.

Não só limpou a cidade, como criou os Eco-pontos, instalados em vários bairros. Na Saúde, ampliou a rede e aumentou o investimento na qualidade do serviço, mas, talvez, o mais significativo foi o uso da tecnologia para atacar o principal calo do atendimento ao público, tanto com o prontuário eletrônico quanto pelo aplicativo para marcação de consultas.

Só esta medida, aparentemente simples, remove velhos problemas incrustados como vícios no modo dos velhos caudilhos administrar, eliminando intermediários na marcação de exames e consultas, acabando com aproveitadores políticos e econômicos do sofrimento do povo. 

O relatório de obras da gestão de Edvaldo é tão longo, que não devemos cansá-los com a enumeração de cada área, até porque a população aracajuana já tem bastante conhecimento do volume e da qualidade dessas realizações.

O que cabe aqui e agora é, além de avaliar a oportunidade de aprofundar todos avanços e conquistas, pensar na nossa cidade de uma perspectiva absolutamente nova, baseada na incorporação de mais tecnologia e inovação, sem descuidar do perfil social (só na habitação, vai entregar mais de mil casas na antiga invasão das Mangabeiras).

Edvaldo já disse que também não pretende olhar para o retrovisor de sua atual administração, mesmo farta em acertos e consertos. Quer consolidar as mudanças, mas, prioritariamente, radicalizar num novo modo de pensar a política e fazer gestão para que Aracaju encontre seu lugar no futuro.

[*] É jornalista e presidente da Funcaju.

 

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