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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Morre com Seu Noel Barbosa um modelo de empresário ativo e discreto
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Seu Noel Barbosa: discreto até na hora de morrer

Na noite de 20 de dezembro do ano passado, um domingo, o empresário sergipano Noel Barbosa de Jesus, de 79 anos - ele nasceu em 19 de julho de 1941 -, fez uma visita à uma pequena chácara que ele tinha a caminho da Atalaia, vizinha ao Palácio de Veraneio do Governo do Estado de Sergipe, quando literalmente tropeçou na morte que finalmente o levaria na última segunda-feira, dia 8. Ou 50 dias depois. Ele deixa dois filhos e como viúva, Luza Mabel Noronha Oliveira de Jesus.

Seu Noel, como era solenemente chamado por todos, tropeçou num cachorro à bordo da piscina, assustou-se com isso, caiu, levou um corte na região dos lábios, recebeu assistência e pontos, mas três dias depois, se viu sob sangramentos de bronco aspiração e desenvolveu uma breve pneumonia que terminaram conduzindo-o a Hospital São Lucas. Depois de liberado e em casa, testou positivo para a Covid, voltou ao São Lucas e a família decidiu então leva-lo a São Paulo numa UTI área, onde foi mantido numa UTI hospitalar.

Lá, seu Noel não resistiu. Teve problemas pulmonares e renais e falências de órgãos. Ele era uma “pessoa sincera, cordial e de excelente caráter”, como bem sintetiza o conterrâneo, empresário e sócio João Carlos Paes Mendonça. “O João Carlos Paes Mendonça era uma pessoa que me ligava mais de duas vezes por dia, preocupado com o estado de saúde do meu pai”, diz o filho Álvaro Neto.

Seu Noel poderia muito bem ser síntese de uma piada que dissesse que no dia em que Deus foi distribuir a discrição aos humanos ele acordou cedo, se apressou e pegou para si a maior porção desta qualidade.

As primeiras informações repassadas por familiares são de que o corpo dele será cremado em São Paulo e as cinzas trazidas a Sergipe possivelmente até sexta-feira, para um rito de velório obviamente discreto como fora ele.

João Carlos Paes Mendonça: “Meu maior pesar é pela perda de um amigo como poucos”

Durante uns bons pares de anos, Noel Barbosa foi sócio minoritário, mas muito presente, do irmão Gentil Barbosa no Grupo GBarbosa, fundado no dia 13 de julho de 1955 em forma de um armazém de secos e molhados e vendido por eles no ano de 2001 ao grupo holandês Royal Ahold.

Na época, falou-se que o negócio custou R$ 630 milhões, tendo a família Barbosa ficado de posse de todos os prédios sob aluguel à rede de supermercado que abrigavam as lojas em Sergipe e na Bahia.

Seu Noel, que era um homem bem ativo até aquele dia 30 de dezembro, desde 2001 passou a ser um empreendedor multivariado e de bastante sucesso em Sergipe e na economia de outros Estados do Nordeste.

Tendo por suporte os únicos dois filhos - Álvaro Fonseca de Oliveira Neto e Sonia Maria Oliveira de Jesus –, ele, com o Grupo NB, abriu fronteira de empreendimentos no agronegócio, mantou a conceituada distribuidora de combustíveis Petrox, instalou hotéis e, em parceria com o amigo e conterrâneo João Carlos Paes Mendonça, o sergipano-pernambucano do Grupo JCPM e do antigo Grupo Bompreço, se fez um investidor ativo de shoppings, algo sobre o que João Carlos reúne uma grande expertise.

Álvaro Neto e a tristeza: o filho que, juntamente com a irmã Sonia Maria, viu o pai ir longe

João Carlos Paes Mendonça, que acompanhava rotineiramente o quadro de saúde do amigo e sócio no hospital em São Paulo, sentiu duramente o baque da morte dele. Noel Barbosa foi um grande amigo e parceiro dos negócios. Guardarei as melhores lembranças dele. Fará falta”, disse João Carlos em nota na tarde da última terça.

Mas revelou mais: “Empresário discreto, atuante e atento às oportunidades do mercado, era um dos grandes nomes de Sergipe e do Nordeste. Nossos caminhos se cruzaram há muitos anos, quando eu atuava no varejo de supermercado e ele também”, relembrou.

“Depois, nos tornamos sócios em empreendimentos no setor de shopping center, tanto em Aracaju quanto em outras cidades da região Nordeste. Mas meu maior pesar é pela perda de um amigo como poucos. Da pessoa sincera, cordial e de excelente caráter. Infelizmente, nesse último ano, formos forçados a nos manter distantes”, afirmou JCPM na mesma nota.

Certamente esse “maior pesar” pela partida de Noel Barbosa não será privativo e nem exclusividade de João Carlos Paes Mendonça. Sim, ele fará falta a muitos.

Matéria editada quarta-feira, 10, às 12h24min.

 

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Alberto Marcelino
Conhci seu Noel. Pessoa muito simples e gentil. Que Deus o receba e conforte os familiares e amigos.