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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Opinião – A vacina é o passo decisivo na batalha contra o coronavírus. E ela chegou!
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[*] Edvaldo Nogueira

A vacina chegou. E desde que iniciamos a luta contra o novo coronavírus, tenho defendido que somente com o surgimento dos imunizantes poderíamos, de fato, voltar à normalidade.

No último domingo, dia 17, com o comunicado emitido pela Agência Nacional de Vigilância - Anvisa -, autorizando o uso emergencial dos imunizantes produzidos pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica Sinovac, e pela Fundação Oswaldo Cruz, com a Astrazeneca, um sopro de esperança tomou nossos corações.

É a luz que aparece neste longo túnel que temos atravessado há dez meses. É um momento histórico, para comemorarmos. É o passo decisivo na batalha contra este agente infeccioso, que rapidamente se espalhou pelo mundo, marcando, por completo, a nossa história.

A partir de agora, todos os esforços estão concentrados na imunização dos brasileiros. Em Aracaju, tão logo recebemos as 21.878 doses da Coronavac, demos o pontapé da campanha de vacinação, nesta terça-feira, 19, com a aplicação da vacina em servidores da rede municipal de saúde e em idosos residentes em abrigos.

Acompanhei de perto o trabalho. Estive no Hospital Governador João Alves Filho, quando a enfermeira Sonia Aparecida Damásio foi a primeira sergipana vacinada. Logo após, estive na Unidade de Pronto Atendimento Fernando Franco, onde a imunização dos servidores municipais foi iniciada.

Prefeito Edvaldo Nogueira e a secretária Waneska Barboza acompanham a imunização do pessoal da saúde com a vacina

A médica pediatra Juliana Nogueira e o técnico em enfermagem Paulo Ferreira dos Santos foram os primeiros a receber o imunizante. Ambos com mais de uma década de serviços prestados aos aracajuanos.

Ao longo da manhã também estive nos abrigos de idosos Rio Branco e Nossa Senhora da Conceição – Same -, nos hospitais Gabriel Soares, Cirurgia e São José e na unidade básica de saúde Onésimo Pinto. Em todos estes locais, vivi e revivi a emoção dos profissionais da saúde e dos idosos ao receber a imunização. Momentos que não esquecerei jamais.

Para que este sonho se tornasse realidade, elaboramos o plano de vacinação, ainda em dezembro de 2020, de forma a garantir o acesso seguro ao imunizante pela população, respeitando a urgência dos grupos prioritários. Estabelecemos as estratégias, as logísticas para distribuição e armazenamento, além das metas no esquema de vacinação do município.

É respeitando as prioridades que imunizaremos, inicialmente, os profissionais de saúde, combatentes na linha de frente da pandemia - que atuam em Unidades de Terapia Intensiva, urgências e unidades básicas exclusivas para síndromes gripais -, idosos institucionalizados e seus cuidadores.

São 11 mil aracajuanos que receberão as duas doses. Um número ainda pequeno perto dos nossos 600 mil habitantes, mas que representa o início de uma longa caminhada, rumo à vitória. Não descansaremos até que toda a população esteja vacinada. Essa é a nossa principal missão. E tenho a esperança de que até o segundo semestre teremos imunizado mais da metade dos aracajuanos.

Trabalharemos para que isso ocorra, porque tenho a convicção de que a vacina será fundamental para a retomada da normalidade.  Saúde e economia nunca estiveram tão dependentes uma da outra como neste momento em que vivemos.

Sendo assim, continuo defendendo que o Governo Federal siga liderando o processo de imunização dos brasileiros, avançando, cada vez mais, na aquisição e distribuição das vacinas, e que os estados e municípios continuem sendo os executores.

Nosso país sempre foi referência em campanhas de imunização, tendo a melhor estrutura vacinal do mundo. Prova disso é que erradicamos doenças, como a poliomielite, e temos campanhas que se tornaram sucessos mundiais, inclusive como modelo de combate a muitas outras doenças, como o sarampo, a varíola e a meningite. Temos capacidade de fazer o mesmo com a vacinação contra o novo coronavírus, e é por este motivo que sigo defendendo a execução do plano nacional, sem politização.

É hora de rompermos as barreiras da politização. A imunização do nosso povo deve estar acima de todas as divergências. A extrema politização, desde o início, da pandemia e da vacinação, contribuiu para que chegássemos a este ambiente de avanço tão agressivo da doença. Essa politização tem sido muito nociva ao povo brasileiro.

Confio na chegada de novas remessas de vacinas e, assim que isso acontecer, avançaremos para as próximas fases do nosso plano, que foi dividido em quatro etapas. Após imunizar os profissionais de saúde e idosos em asilos, será a vez de vacinarmos os idosos com mais de 80 anos, seguidos dos idosos com idade entre 75 a 79 anos.

Edvaldo: “Tudo o que fizemos foi, justamente, para chegar a este momento, ao início da campanha de vacinação. E ele chegou”

Na sequência, aplicaremos a vacina em idosos de 70 a 74 anos e, na fase seguinte, os idosos acima de 60 anos, divididos em subgrupos. Na fase três, serão imunizados os aracajuanos com comorbidades. Depois, os professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, além dos funcionários do sistema prisional e os privados de liberdade.

Num momento posterior, avançaremos para a vacinação dos aracajuanos em geral, mantendo a organização, o planejamento e comunicando os cidadãos de maneira transparente sobre cada etapa. Essa é a grande virada de chave com a qual tanto sonhamos para o desfecho desta jornada que temos vivido nos últimos dez meses.

Muitas foram as medidas adotadas até aqui. Sempre atentos às recomendações sanitárias e com base em estudos científicos, trabalhamos de forma incansável, em uma verdadeira corrida contra o tempo, com a missão de salvar vidas.

Adotamos medidas duras para garantir o distanciamento social, para evitar o colapso no sistema de saúde e a propagação do vírus. Muitas vezes fomos incompreendidos. Mas não esmorecemos. Porque foram essas ações, bem definidas, traçadas em um plano de contingência, que nos permitiram figurar entre as cidades do país com menor taxa de letalidade e que melhor tem respondido às demandas do enfrentamento à pandemia.

Tudo o que fizemos foi, justamente, para chegar a este momento, ao início da campanha de vacinação. E ele chegou. Até aqui, combatemos o bom combate, tendo como aliado o Governo do Estado, a iniciativa privada e a própria população, mas é preciso entender que a luta continua.

Mesmo com este importante instrumento para erradicação do vírus ao nosso alcance, não podemos esquecer de que a pandemia não acabou. O coronavírus está nas ruas. Não é a hora de relaxar. Há um longo caminho a ser percorrido e a vacina não está substituindo os outros mecanismos de proteção coletiva.

Os cuidados devem ser mantidos. Ainda é preciso usar máscara, manter o distanciamento social, lavar bem as mãos e evitar aglomerações. Somente assim, alcançaremos o nosso objetivo maior, que é vencer, por completo, a pandemia. Chegaremos lá!

[*] É prefeito de Aracaju.

 

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ROMULO RODRIGUES
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