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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Qual é mesmo o projeto político-eleitoral de Valmir de Francisquinho em 2022?
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Valmir de Francisquinho possivelmente não tenha como escapar: vai cair numa candidatura, sim, em 2022

Depois de sete mandatos consecutivos e sempre numa crescente de votação - cinco de vereador e dois de prefeito de Itabaiana -, e de um mandato de deputado estadual do filho Talysson de Valmir como o mais votado do Estado em 2018, o político Valmir dos Santos Costa, o Valmir de Francisquinho, 52 anos, está na planície. Está sem mandato.

Esta situação, aliada ao fato de ter sido considerado um dos melhores prefeitos sergipanos dos últimos tempos, tem proporcionado que no entorno dele pipoquem as mais variadas especulações sobre o destino político-eleitoral que deve tomar no ano que vem.

E nessas especulações entram boatos de que Valmir pode disputar desde mandato de deputado estadual a senador, passando por uma vaga na Vice-Governadoria ou um espaço na Câmara Federal.

Operoso e irrequieto - por vezes sestroso, desconfiado -, Valmir de Francisquinho está há 70 dias apeado do poder, não diz a que se propõe nas próximas eleições, mas não tem, também, como evitar a central de boatos que o encaixa nessa ou naquela disputa futura. Ele virou uma espécie de domínio público do Estado.

De um fato, no entanto, Valmir possivelmente não tenha como escapar: vai cair numa candidatura, sim, em 2022. Diz-se em Itabaiana que a de deputado estadual seria um rito de passagem para depois tentar voltar à Prefeitura para um terceiro mandato. Mas isso os amigos mais próximos dizem que ele dá por descartado.

Primeiro, porque isso seria atropelar um espaço que o filho Talysson de Valmir já ocupa, do alto dos 42.046 votos obtidos em 2018, quase 100% em decorrência do poder dele enquanto pai e liderança político de Itabaiana e do agreste. Segundo, porque um projeto desse seria uma sabotagem deselegante e desnecessária ao mandato de Adailton Sousa, prefeito que ele ajudou a eleger em 2020, que é do seu grupo e seu amigo pessoal e fraterno. Ou não é mais?

Sobrariam-lhe aí o Senado, a Câmara ou a Vice-Governadoria. Para esta última, Valmir já foi cutucado inclusive por gente que faz política ao lado do governador Belivaldo Chagas, PSD, que não vai à reeleição, mas que, por sua vez, é carne e unha com o deputado estadual itabaianense Luciano Bispo, MDB, que é arqui-inimigo de Valmir. Cada um deles quer ver o cão com os beiços pintados de batom e não quer ver um ao outro num mesmo espaço político - se é que em política tem desse fechamento todo e total.

Em 2022, a eleição é de uma única vaga de Senado - condição na qual Maria do Carmo venceu três vezes seguidas - 1998, 2006 e 2014. Há quem veja Valmir de Francisquinho bem postado numa disputa por esse espaço e diz-se que ele olha a ideia com olhos dilatados.

Mas há quem o veja muito melhor na busca pela Câmara Federal. Eufemisticamente falando, há quem diga que se Valmir for um dos pleiteantes, restarão apenas sete e não mais oito vagas disponíveis de deputado federal no ano que vem - embora a matemática política nunca seja bem assim.

Reitere-se: Valmir de Francisquinho está olhando tudo isso e não dizendo absolutamente nada. Esta análise, por exemplo, é feita sem trocar um dedo de prosa com ele - pouco importa se ele ou seus oponentes (ou aliados) gostem ou não.

O que se sabe em Itabaiana é que, além de Valmir não se manifestar no aspecto político-eleitoral sobre o futuro, ele tem deixado vazar uma certa impaciência sobre o ócio que lhe alcançou nesse 2021. Ele é um executivo super operoso e não sabe ficar coçando sacas de cebolas. Uma autoescola que dispõe como meio de vida, ficou pequena para a capacidade gestora dele. Quer fazer algo a mais e maior.

No final do mês de fevereiro, Valmir de Francisquinho esteve em Brasília, conversou demoradamente com a Executiva Nacional do PL lá dele, mas voltou em silencioso, de farol à meia luz. Tem tratado o conversado por lá com a mesma discrição com a qual trata o futuro político e eleitoral por cá.

O caso de Valmir de Francisquinho parece ser um destes que pedem a mão do tempo para dirimir. Para assinalar o que vai acontecer. E nisso, o tempo é um senhor pleno e absoluto. Um Deus.  

 

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