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ANTÔNIO DA CRUZ, O POETA DO AÇO
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sovar o aço feito fosse o pão.
movê-lo e remoldá-lo,
adobe de argila, no corpo
da sua farinha-férrea.
 
domá-lo como a um cão
ao osso dúctil da prensa.
do fervor da forja. da limalha.
 
um potro bravio
de bem com a brida,
e a compostura da sela
em marcha de escultura.
 
demudá-lo em expressão
de um dardo da vida atirado 
no coração estético do olhar,
no campoafeto da admiração.
 
enfim, ao aço
sacudi-lo pelos compactados
ombros risonhos do carbono.
 
pelo humano labor,
em traço de aço domado,
vertê-lo, manso, amanteigado
e expressionista ao centro das salas
ao longo das avenidas
dos largos, das praças 
 
a nos saudar em hóstias laminadas
em garças pombas peixes cruzes
e na farpada flor que arama a testa do justo.
 
(Este poema é inédito)

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