
sovar o aço feito fosse o pão.
movê-lo e remoldá-lo,
adobe de argila, no corpo
da sua farinha-férrea.
domá-lo como a um cão
ao osso dúctil da prensa.
do fervor da forja. da limalha.
um potro bravio
de bem com a brida,
e a compostura da sela
em marcha de escultura.
demudá-lo em expressão
de um dardo da vida atirado
no coração estético do olhar,
no campoafeto da admiração.
enfim, ao aço
sacudi-lo pelos compactados
ombros risonhos do carbono.
pelo humano labor,
em traço de aço domado,
vertê-lo, manso, amanteigado
e expressionista ao centro das salas
ao longo das avenidas
dos largos, das praças
a nos saudar em hóstias laminadas
em garças pombas peixes cruzes
e na farpada flor que arama a testa do justo.
(Este poema é inédito)