JLCultura
05 de Nov de 2023, 06h33
FUNILARIA DA FALA

Poema Jozailto Lima/Ilustração Ronaldson
minha voz suspensa no ar
filha das cisternas,
soluço das cavernas.
pássara cortada ao meio
em pleno voo.
palha seca e hidratada
no feno da babel
no fardo do que digo
desde a primeira hora.
digital de quê no elo
entre o azul e o verde?
em que forja, que bigorna,
fundiram-te e te infundiram
em mim, em meus poros
e deram-te o nome de fala
a fecundar os desertos
a transbordar os cântaros
a cobrir vales e montanhas
e a confundir as multidões?
(Do livro “Ainda os lobos”, editora Patuá, São Paulo, 2016).
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