Politica & Negócios
Maria Tereza Andrade

É jornalista graduada desde 1995 e tem experiência em veículos de mídia em Sergipe e no Brasil.

Paola Santana: “Fasc despertou uma cadeia produtiva adormecida em São Cristóvão”
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Paola Santana: “O Fasc é uma obrigação nossa com a cidade”

Política & Negócios -  Qual o investimento para a realização de um festival dessa grandiosidade?  

PS - O investimento no Fasc é em torno de R$ 2,1 milhões. A maior dificuldade para a realização do festival sempre é a financeira. Mas desde o início o prefeito estabeleceu que, independentemente das parcerias, nós não recuaríamos.

Política & Negócios -  Os empresários locais e nacionais ainda não enxergam o retorno do Fasc para suas marcas?

PS -  A participação de empresas locais e nacionais ainda é muito tímida. É mais fácil, inclusive, a parceria com empresas nacionais do que locais. Desde fevereiro estamos fazendo um processo de convencimento com os empresários. A gente vem rodando, eu o prefeito temos ido de porta em porte, temos conversado, mas é bem difícil. Chega a ser desanimador. No lançamento do evento, o prefeito parabenizou a equipe de organização do evento. Mas acho que ele é o exemplo claro de resistência. Enquanto eu esmorecia, ele dizia que não existia opção, que as pessoas esperavam por isso. O Fasc é uma obrigação nossa com a cidade, mais que shows, ele movimenta a economia. Até o festival teremos uma rede de oficinas de capacitações que serão iniciadas. É o legado que deixamos para a cidade. Construímos o festival para que ele não recue, independentemente da gestão que esteja administrando a cidade.

Política & Negócios -   A valorização das manifestações culturais e artísticas parece ser uma marca desta gestão. Para além da importância na formação de um povo, investir em cultura é um bom negócio?

PS -  Investir em cultura e turismo é sempre um bom negócio, principalmente numa cidade como São Cristovão. Não adianta a gente tentar implantar uma vocação para uma cidade que não é dela. Entendemos que a vocação de São Cristóvão é produção cultural, turismo, artesanato. Então, a gente vai resistir até ser cansado ou vencer as pessoas pelo cansaço. E eu espero que seja isso: que as pessoas entendam que o Fasc é necessário. E que não há mais Sergipe sem o Fasc.

GRANDES PARCEIROS, BONS NEGÓCIOS 

Neste ano, o Fasc contará com a parceria da Fecomércio Sergipe, do Sesc, do Governo do Estado de Sergipe, da Universidade Federal de Sergipe, da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe e do Governo Federal, além do patrocínio da Jaguar, da Stanza, do Real Classic Bahia Hotel e da Vitória Transportes. O evento conta ainda com o apoio da RR Conect e da Auto Viação Progresso.

Quer ficar por dentre da programação completa do 36º Fasc? Clique aqui.

Fotos: Heitor Xavier e Dani Santos​

Política & Negócios - Qual a importância do Fasc para o segmento cultural sergipano?

PS - O Fasc tem uma relação direta com a produção cultural sergipana. É um espaço que a gente entende ser uma vitrine para os artistas locais. Para quem é daqui e está fora também - o ano passado, por exemplo, conseguimos trazer Sergival de volta. Portanto, encaramos o Fasc como uma vitrine para novos grupos culturais, os que estão em formação e os já consolidados.

Política & Negócios - E sob o olhar da economia, o que o Fasc representa para São Cristóvão?  

PS – O Fasc hoje é um dos maiores eventos de São Cristóvão, e do Estado. Consegue movimentar a economia, faz rodar o dinheiro no município.  São Cristóvão é uma cidade pobre, e acaba dependendo diretamente da Prefeitura. Então, com o Fasc, foram-se criando outras oportunidades de negócios, de capacitação, de fomento ao comércio.  Pessoas se profissionalizaram para trabalhar com esse segmento - de comércio gastronômico, de bebidas, de artesanato. O Fasc despertou uma cadeia produtiva que estava adormecida, mas que era já vocação das pessoas de São Cristóvão.

Política & Negócios - De fato há um retorno econômico do Fasc para a população local?

PS - O retorno econômico do Fasc para a população é nítido. É concreto. A gente tem depoimentos de pessoas que conseguiram se organizar nesse perfil mesmo - de produtores culturais, no artesanato, na gastronomia -, depois da retomada do Fasc. Temos a estimativa de que o Fasc tenha movimentado pelo menos R$ 800 mil na primeira edição, pós-retomada, e em torno de R$ 1,5 milhão, na edição passada, em todo o comércio - aluguel de casas, formalização de pequenas empresas, Micro Empreendedores Individuais - MEIs -, ambulantes. Hoje, com a retomada do festival, há uma circulação de demandas que não existiam na cidade.  

Prefeito Marcos Santana e equipe: competência e compromisso com a cultura

Esta semana, na terça-feira, 3, a Prefeitura Municipal de São Cristóvão anunciou a programação oficial do 36º Festival de Artes do município, um dos mais importantes eventos culturais de Sergipe.  Grande acerto da gestão de Marcos Santana, MDB, a retomada do Festival de Artes de São Cristóvão -  Fasc -, deixa, a cada edição, lições de boa governança, possibilidades econômicas e exemplos concretos de que investir em políticas públicas na área cultural traz desenvolvimento.

Sim, é possível transformar uma cidade com a arte. O Fasc mostra isso. Para ter uma ideia, nas duas edições passadas, o festival movimentou em torno de 2,3 milhões de reais. Em 2018, foram mais de 300 ambulantes cadastrados e 80 mil pessoas visitando São Cristóvão durante os dias do evento.

Isso, sob o olhar econômico, com a concretude dos números. Porque o legado deixado pelo Fasc na formação da identidade do povo sancristovense - e sergipano - é incalculável.  A secretária municipal de Governo e Relações Comunitárias, Paola Santana, sabe dessa importância e defende o Fasc como uma ação prioritária desta gestão  - e para além desta gestão.

 “O Fasc é uma obrigação nossa com a cidade. É o legado que deixamos para São Cristóvão. Construímos o festival para que ele não recue, independentemente da gestão que esteja administrando a cidade”, argumenta Paola Santana, cuja pasta, em parceria com a Fundação de Cultura e Turismo João Bebe-Água, coordena o evento.  

Para falar sobre a 36ª edição do Fasc, que ocorrerá de 14 a 17 de novembro, a Coluna Política & Negócios conversou com Paola Santana.  No breve bate-papo, a secretária falou sobre diferentes aspectos do Fasc - estrutural, econômico, cultural - e reforçou o direito de pensar e ser, um claro posicionamento sociopolítico expresso no tema do festival: Resistir para existir.

Boa leitura - e que venham muitas edições do Fasc, que existe para resistir. Hoje mais do que nunca.

Política & Negócios - O Fasc chega a sua 36ª edição, terceira após a retomada do festival por esta gestão municipal. Quais as novidades para este ano?

Paola Santana – Uma das novidades desta terceira edição com a gente, 36ª do festival, são as parcerias. O Sesc vem com algumas ações durante o festival deste ano. A Redbull vai ter um espaço durante os dias do Fasc, e pós-show. A ideia é a de que, depois do festival, aconteça um ‘after’ na Casa da Redbull. Também fizemos a readequação de alguns espaços para reduzir os custos. Há ainda as oficinas, que a gente não conseguiu efetivar de maneira concreta o ano passado. Agora em setembro e outubro tem um calendário de oficinas para capacitar as pessoas da cidade para que participem de forma direta no festival - desde a produção, a equipe de limpeza, os bombeiros civis e a equipe de palco.

Lançamento do Fasc na Cidade Mãe de Sergipe
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