
Parecia um presságio, uma profecia nada agradável. Avisei na Coluna da semana passada acerca do potencial destrutivo da inaptidão e omissão de prefeitos e governadores sobre o que passam os empresários de Sergipe atualmente. Eu alertava sobre a tragédia que estava prestes a acontecer neste mês de junho. A famosa frase “falidos a gente vê depois”, nunca foi tão dura e cruel.
Notícias de fechamento de estabelecimentos empresariais pipocam em todos os grupos de whatsapp e redes sociais. Desde estabelecimentos menores, como a comovente história da loja de jeans que existia no mesmo ponto há 22 anos e teve que fechar as suas portas, até empresas grandes e bastante conhecidas, como o restaurante Muratto.
Há também outras grandes empresas se readaptando e diminuindo de tamanho, reduzindo a quantidade de filiais, como o famoso Açaí & Cia, e até a Casa Alemã. Existem ainda aqueles que não sabem como será o futuro, como pudemos perceber no dramático áudio que circula nos grupos empresariais com o desabafo do conhecido proprietário do restaurante Cariri.
Para piorar tudo, o lampejo de esperança do plano de retomada da atividade econômica, alardeado na semana passada pela equipe de comunicação e de assessores do Governo, veio sem nenhuma previsão de data. Sem nenhuma perspectiva segura para planejamento dos empresários. Sem prazos concretos.
Pior: segundo matéria em um portal de notícias sergipano, o governador decidiu não tocar no assunto nesta segunda-feira, conforme fora previsto. Ou seja: empresários mais uma vez à deriva, ao Deus dará.
A incerteza e a falta de perspectivas são angustiantes para os empresários. Endividados e no limite em suas contas, muitos sequer conseguem empréstimos para reparar os danos desta prolongada quarentena. Os problemas são: ou os bancos estão temerosos demais nos critérios de aprovação ou os empresários estão negativados. Ou um, ou outro! E dinheiro, nada!
Semana passada fez um ano do trágico acontecimento do empresário que, num ímpeto de desespero, tirou a própria vida na frente do governador. O que mudou no ambiente econômico para atenuar o sufoco de quem gera empregos e impostos? Vida que segue?
Já que abrir motéis não fora lá tão eficiente para o isolamento e contenção do vírus, sugiro ao governo do estado mudar a estratégia e liberar os cultos em instituições religiosas. Talvez recorrer a Deus seja o melhor a ser feito agora. Só Jesus na causa!
COMPRA SOLIDÁRIA
Foi um sucesso a ação mobilizada pelo Brasil200 para atenuar os prejuízos do lojista que gravou um vídeo desmontando a sua loja do Centro, a Club Jeans. O grupo se reuniu para adquirir peças do estoque com intuito de ajudar a família de proprietários neste momento tão difícil.
A ação no estilo “compra solidária” levou os donos da loja às lágrimas e deu-lhes uma esperança de que nem tudo estava perdido. Parabenizo a todos que divulgaram a ação e aos que se dispuseram a ir comprar.
“Muitos vieram aqui sem nem se preocupar com o que estavam comprando. Só queriam mesmo me ajudar. Foi gratificante” disse o proprietário Jonathan Alencar.
CLIENTE DIRETO
A Globo acaba de lançar um aplicativo que está deixando as agências de publicidade com as orelhas em pé. A ferramenta permite a criação e produção de comerciais para ser veiculados na emissora sem a necessidade de intermediários. Tudo autoexplicativo, na melhor modalidade “faça você mesmo”, estreitando ainda mais o elo entre o anunciante direto e a tv. E agora, agências?
CONTRATO EMERGENCIAL I
Não vejo motivos para condenar a agência de publicidade contratada pela Prefeitura no contrato emergencial. A Art & C é uma empresa conceituada, já presta serviços à Secom e não é culpada por nenhum tipo de contrato ou verba.
Aliás, faz um excelente trabalho, diga-se de passagem. O problema está na verdade em quem decidiu por um contrato emergencial com dispensa de licitação. É a tal questão: pode, mas não deve. É lícito, mas não convém.
CONTRATO EMERGENCIAL II
É lógico que a comunicação pública é uma necessidade e quase uma obrigação do gestor, como uma espécie de prestação de contas, por conta da necessidade de dar visibilidade aos atos públicos.
Mas explico os dois problemas nesse caso. Primeiro, o montante de verba para o período de três meses é flagrantemente alto e exagerado. R$ 2,5 milhões é muito dinheiro para alcançar uma sociedade que está com pouco deslocamento, impactada por menos opções de mídia. É óbvio que não precisa tanto.
CONTRATO EMERGENCIAL III
Segundo, se fosse pra ser emergencial, se fosse para escolher a agência a dedo, por que não escolher uma empresa genuinamente sergipana? Quantas estão realmente precisando deste trabalho neste exato momento?
Para o município, não seria importante que toda a verba circulasse aqui dentro ao invés de sair para uma empresa de fora? Minha solidariedade às agências sergipanas. Com a palavra, meus amigos empresários do grupo É de Sergipe.
FEITO À MÃO
No melhor estilo dos copos da Starbucks com nomes dos clientes, os recadinhos escritos à mão têm feito sucesso nas entregas delivery. Numa sociedade hiperconectada e digital, onde tudo é artificial, frio e on line, receber um bilhetinho de gratidão, feito à mão, num pedacinho de papel, é por demais envolvente e ativa os vínculos afetivos e emocionais com as empresas. Meu último bilhetinho eu recebi do Açaí & Cia, do Caio.
SEM PARTIDO
O fundador do projeto “Escola sem Partido”, Miguel Nagib, deu entrevista à distância na Rádio Jornal FM, com Carlos Batalha, e no Balanço Geral Sergipe da Tv Atalaia, com Ricardo Marques, e alertou aos donos de escola e professores de Sergipe que existem direitos dos pais dos alunos que podem estar sendo infringidos em sala de aula.
Ele deu dicas de como o colégio e os professores devem proceder para evitar que a sala vire um ambiente ilegal e insalubre, especialmente no que se refere aos valores da família do aluno. Em tempos de aula on line em que os pais têm o direito de filmar a atuação dos professores, todo cuidado é pouco! Nagib chama seu projeto de Código de Direito do Consumidor da Educação.
ELOGIE AQUI
Para mudar este estigma de usar redes sociais apenas para falar mal das empresas e reclamar de atendimentos, queremos fazer o contraponto em nossa coluna! Se você tiver uma experiência que superou suas expectativas com alguma empresa, divulgue aqui!
Envie o seu depoimento para nós, que publicaremos neste espaço. Falar bem, faz bem. O e-mail é: lucioflaviorocha@gmail.com
PARA REFLETIR
“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.” Atos 3:
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