
Armando Batalha: “A pessoa dizer que não gosta de política é se assumir analfabeta”
“Minha política sempre foi a de benefício coletivo. As pessoas hoje só querem o miudinho”
28/10/2023-19h
Armando Batalha foi emancipado aos 16 anos pelos pais. Foi joalheiro com cinco joalherias bem conceituadas e estabelecidas em Aracaju e foi empresário do setor gráfico.
Teve uma rede de postos de combustíveis, obteve quatro mandatos públicos e eletivos - um de vereador, dois de prefeito e um de deputado estadual -, hoje é empreendedor cultural, vai ser no ano que vem empreendedor de um setor voltado à saúde por uma vertente holística, se declara um coach e, mais que isso, um místico.
Tudo isso num espaço temporal de 60 anos, que é a idade que ele vai completar na próxima quarta-feira, dia 1º de novembro, e em virtude da qual lançará um livro muito particular e específico - “A vírgula que faltava em sua vida”.
O livro “A vírgula que faltava em sua vida” e o seu conteúdo dizem muito desse novo Armando Batalha que o outro Armando Batalha nem tão velho assim quer deixar, ou já deixou, definitivamente para trás.
““A vírgula que faltava em sua vida” vai tratar de reflexões. São 60 anos e serão 60 frases e de cada frase eu faço uma reflexão sobre o que significa para mim. Isso eu venho escrevendo já há algum tempo e tratam das minhas vivências e das minhas caminhadas”, diz.
E devem, o livro e o conteúdo, traduzir o místico que ronda esse novo Armando Batalha. “Refletem os caminhos que eu fiz. O caminho de Cristo, em Jerusalém. O de Machu Picchu, no Peru, o caminho de Santiago. A Chapada Diamantina. Eu sempre busquei nesse lado um pouco místico tentar achar meu autoconhecimento. Algo dentro de mim”, teoriza o jovem senhor.
“Acho que todos somos místicos de nós mesmos. Eu acredito nessa linha de pensamento e acredito que todo mundo é capaz de fazer suas próprias transformações e buscar o seu próprio autoconhecimento”, reforça Armando Batalha.No caso pessoal de Armando Batalha, o místico nele está ancorado no coach, esse tipo moderno que vive de tentar potencializar - ou emparedar - pessoas, espremendo nelas o carnegão do que há de melhor e escondido em suas vidas.
Para isso, Armando Batalha diz que fez estudos em setores especializados na atividade. “Eu fiz o curso lá no Instituto Brasileiro de Coaching, em São Paulo. Fiz a formação em coach. Parece um curso de vida. Fiz também o de extensão, o que dá a dimensão de faculdade”, diz.
Mas nada de contemplação etérea, devaneios tipo pé em estrada de pó e calça rasgada nesse místico. Ex-político, Armando Batalha quer unir sua experiência na área com a de coach recém-chegado e levar gentes às alturas de suas potencialidades.
“Um coach serve para levar uma pessoa que está em um estado atual para seu estado desejado. A gente pode guiar. O coach significa um condutor, um modelador de humanos. Então a gente conduz as pessoas, orienta, conversa sobre as nossas experiências através de técnicas que podem fazer isso”, diz ele. E vai agir no campo político e eleitoral já do ano que vem.
Na prática, ele já busca o bem-estar das gentes com o Alquimia Cultural, um complexo que reúne livraria, cinema, café, loja de presentes, coworking e está em fase de implantação de um estúdio para podcast.
Armando Batalha planeja um big negócio para a segunda fase desse empreendimento - agora sob o nome de Alquimia do Ser. Mas do que se trata? “O Alquimia do Ser é um espaço holístico. É um hotel fazenda antigo que a gente está reestruturando e que busca a harmonia do ser. O lado espiritual, desde a parte da saúde das pessoas ao seu conhecimento interior”, diz.
“Vai ter médicos voltados para a Medicina mais alternativa, a Medicina mais naturalista, fazendo com que as pessoas tenham uma longevidade maior. Será uma área de 300 tarefas de terra, com rio dentro e um hotel com 18 apartamentos”, traduz. Ah, e será em São Cristóvão, cidade na qual ele obteve aqueles quatro mandatos todos.
Nesta Entrevista Domingueira você vai encontrar um Armando Batalha possivelmente bem diferente daquele meteórico que foi político. Ele está essencialmente mais zen, mais pragmático, mas não criminaliza nem de longe a política.
E mais: tem de si mesmo a melhor impressão de um homem público, diz que o filho e deputado estadual Neto Batalha lhe é meio que sucedâneo, acha que ele vai bem em sua empreitada política, vê no filho que leva seu nome um bom quadro e acha que eles devem mesmo unir as oposições de São Cristóvão para fazer frente a Marcos Santana na sucessão do ano que vem.
Armando Batalha de Goes nasceu no dia 1º de novembro de 1963, em Aracaju. É filho de José Batalha de Goes e Maria Madalena Carvalho de Goes.
Divorciado, é pai de oito filhos: Artemise Barreto de Goes, 41 anos, Armando Batalha de Goes Júnior, 40 anos, Armando Prado, 36, Armando Guimarães, 31, José Batalha de Goes Neto, 31, Pedro Armando Batalha, 20, Victória Gerkem Batalha, 17, e Salomão Batalha, 12 anos.


Ele tem formação acadêmica superior incompleta em Direito, formação em Filosofia e em coaching.
“Não digo que a política não é uma boa conselheira. Ao contrário, acho que a política é uma atividade necessária na vida de todo cidadão. A pessoa dizer que não gosta de política é se assumir analfabeta, porque tudo depende da política. Eu particularmente gosto da política”, diz.
A Entrevista com Armando Batalha vale um bom convite para a leitura.
O QUE SIGNIFICA CHEGAR AOS 60?
“É um momento de reflexão. Uma reflexão do tipo que já percorremos mais estrada do que o que tem a percorrer. A gente fica muito seletivo em tudo aquilo que vai fazer a partir de agora e no sentimento do que vivemos”
JLPolítica & Negócio - Comecemos por este fato temporal: o que significa fazer 60 anos?
Armando Batalha - É um momento de reflexão. Uma reflexão do tipo que já percorremos mais estrada do que o que tem a percorrer. Diante disso, a gente fica muito reflexivo, muito seletivo em tudo aquilo que vai fazer a partir de agora e no sentimento do que vivemos, vivenciamos e o que temos a viver.JLPolítica & Negócio - Vai ter uma festa específica no dia 1º de novembro para os seus 60 anos?
AB - Não. Talvez em família ou então sempre eu faço um retiro, vou para a Chapada Diamantina e passo sete dias lá. Geralmente sou meio místico nisso. Às vezes fico aqui, vou fazer alguma coisa informal com a família, às vezes vou embora. Teve uma véspera que minha mãe fez uma coisa e eu não estava aqui. Fui embora porque eu gosto.JLPolítica & Negócio - Que história é esta de que o senhor se emancipa aos 16 anos e de que começa a empreender a partir dali?
AB - É fato. Eu sempre fui um louco pelas coisas, fui muito inquieto e aí quando eu iniciei a minha atividade de vendedor de relógio, e de joias, eu precisava ter um talão de cheques para poder iniciar a minha carreira. Tinha 15 anos, só que não podia ser emancipado com essa idade, tive que esperar fazer 16 anos e minha mãe foi para o cartório contragosto do meu pai. Mas mesmo assim confiaram em mim e me emanciparam para que eu pudesse então iniciar o meu comércio. E aí eu iniciei com um relógio no braço e depois cheguei a ter cinco joalherias espalhadas por dentro de Aracaju.JLPolítica & Negócio - Como se chamavam elas e que fim levaram?
AB - Chamavam-se Armando Joias e ainda hoje existem através da Trícia Joias, que minha irmã continuou. De modo que uma loja que iniciei a 40 anos, na Rua de São Cristóvão, hoje permanece com minha irmã Patrícia Batalha, que é a Trícia Joias.

DA EMANCIPAÇÃO AOS 16 ANOS
“Sempre fui um louco pelas coisas, fui muito inquieto e aí quando iniciei minha atividade de vendedor de relógio, e de joias, precisava ter um talão de cheques para poder iniciar a minha a carreira. Tinha 15 anos, só que não podia ser emancipado com essa idade, e tive que esperar fazer 16 anos”
JLPolítica & Negócio - Mas o senhor tem participação?
AB - Não. Só fundei e ela deu seguimento.JLPolítica & Negócio - Como se chamará o livro que o senhor lançará a propósito dos seus 60 anos e do que ele tratará?
AB - O livro chamar-se-á “A vírgula que faltava em sua vida” e vai tratar de reflexões. São 60 anos e serão 60 frases e de cada frase eu faço uma reflexão sobre o que significa para mim. Isso eu venho escrevendo já há algum tempo e tratam das minhas vivências e das minhas caminhadas. Refletem os caminhos que eu fiz. O caminho de Cristo, em Jerusalém. O de Machu Picchu, no Peru, o caminho de Santiago. A Chapada Diamantina. Eu sempre busquei nesse lado um pouco místico tentar achar meu autoconhecimento. Algo dentro de mim.JLPolítica & Negócio - São reflexões mais filosóficas e existencialistas?
AB - Existencialistas, sim. Existenciais, do meu ponto de vista.JLPolítica & Negócio - O que o ramo das artes gráficas significou para o senhor?
AB - A atividade das artes gráficas significou a minha entrada, também, na vida pública. Na vida política. Eu sempre fui uma pessoa que eu gostei da política e através do panfleto para propaganda eleitoral que eu imprimia na gráfica e tal, entrei aí, passei um tempo muito bom no ramo de gráfica e olhei diferentemente para a atividade política.

DO LIVRO PESSOAL QUE VEM POR AÍ
“Chamar-se-á “A vírgula que faltava em sua vida” e vai tratar de reflexões. São 60 anos e serão 60 frases e de cada frase faço uma reflexão sobre o que significa para mim. Isso venho escrevendo já há algum tempo e tratam das minhas vivências e das minhas caminhadas”
JLPolítica & Negócio - Mas ter passado por essa atividade gráfica deixou alguma influência para a montagem, na maturidade, da Alquimia Cultural?
AB - Não necessariamente. A Alquimia Cultural veio de uma própria alquimia minha, da minha própria alquimia interna. Em determinado tempo eu parei a vida política, passei um período fora de Sergipe, em São Paulo - cerca de dois anos e meio a três anos, morando em São Paulo, cuidando da minha saúde e fazendo minhas reflexões sobre a vida. Naquele momento eu estava com 52 anos e aí começou a minha própria alquimia. Na minha volta, quando vim para Aracaju, não queria mais trabalhar com questão ordinária e nem a política, e aí montei, junto com meus irmãos, a Alquimia Cultural.JLPolítica & Negócio - A Alquimia Cultural é uma nova busca, a busca de uma nova interlocução consigo mesmo e com a sociedade?
AB - Sim, sim, perfeitamente. Isso mesmo. Acima de tudo, a busca de uma nova interlocução comigo mesmo, Armando Batalha, e, consequentemente, com a sociedade da qual paço parte. E nessa busca virão mais atividades por aí.JLPolítica & Negócio - O que o senhor fez da sua atividade empresarial no setor de combustíveis?
AB - Ah, eu saí. Já tem algum tempo que eu saí.JLPolítica & Negócio - Mas saiu por quê?
AB - Acho que por mudança mesmo. Mudança de vida, mudança de paradigma.

ALQUIMIA CULTURAL REFLETE ALQUIMIA INTERNA
“A Alquimia Cultural veio da minha própria alquimia interna. Em determinado tempo parei a vida política e passei um período fora de Sergipe fazendo reflexões sobre a vida. Na volta, não queria mais trabalhar com questão ordinária e nem a política, e aí montei, junto com meus irmãos, a Alquimia Cultural”
JLPolítica & Negócio - Chegou a ter quantos postos?
AB - Cheguei a ter três. Era um bom negócio, sim, mas o valor empreendido para a margem de lucro e o trabalho digamos que não compensava.JLPolítica & Negócio - José Batalha de Gois e Madalena Gois, seus pais, foram políticos em Brejo Grande e em Aracaju. Até que ponto essas opções deles lhe estimularam a entrar na política?
AB - Ah, em muito e não tem como desassociar. A gente vivenciava isso. Meu pai passou pelo Executivo lá em Brejo Grande e foi vereador, presidente da Câmara, foi vereador em Aracaju. Ele ficou doente e naquela época era para eu ser candidato, mas eu não tinha idade. Na época, minha mãe conduziu a sucessão dele e foi eleita duas vezes vereadora em Aracaju. Logicamente que vivenciando isso no dia a dia, vivendo a política no dia a dia, com certeza acabou me influenciando, sim, a entrar na vida política.JLPolítica & Negócio - Quatro mandatos públicos - um de vereador, dois de prefeito e um de deputado estadual - foram suficientes para lhe deixar que tipo de lição?
AB - Eu acho que tudo isso junto foi uma experiência boa. Creio que todas eles foram muito válidos. Foi um período em que eu vivi muito bem a política. Eu só faço as coisas de maneira intensa. Foi muito importante na minha vida. Essa passagem pela política foi um divisor de águas na minha vida. Ter vivenciado tudo que eu vivenciei, seja como Legislativo, seja como Executivo, valeu muito. Passei também por um período como presidente da Câmara lá em São Cristóvão. De nada me arrependo.JLPolítica & Negócio - Como Executivo, o senhor acha que teria deixado algum legado positivo no município de São Cristóvão?
AB - Ah, com certeza deixei. Fiz muitas obras estruturantes e agora, nesse último mandato do nosso grupo, São Cristóvão vivenciou um momento que hoje está sendo colhido pelo atual prefeito Marcos Santana. Foi dado ali um choque de gestão na Prefeitura de São Cristóvão. Ele era município que tinha 17 passagens no Cauc - Sistema de Informações Sobre Requisitos Fiscais -, foi mudado tudo e através da minha modesta inspiração, descobri a questão dos royalties, que estão aí hoje. São Cristóvão recebeu a herança milionária de R$ 180 milhões. Descobrimos pela minha cabeça, foi colocado em prática através da gestão e o prefeito Marcos Santana teve a felicidade de receber e está fazendo as coisas com esses royalties.

DA IMPORTÂNCIA DOS QUATRO MANDATOS
“Tudo isso junto foi uma experiência boa. Creio que todas eles foram muito válidos. Foi um período em que vivi muito bem a política. Eu só faço as coisas de maneira intensa. Foi muito importante na minha vida. Essa passagem pela política foi um divisor de águas”
JLPolítica & Negócio - Mas esses R$ 180 milhões em que período?
AB - Agora, nesse período das duas gestões de Marcos. Por isso que São Cristóvão hoje vive um outro momento, mas fruto de uma herança bendita nossa. Não foi feito só um choque de gestão. Para mim, me deixa muito satisfeito em ter conseguido isso - esse ajuste na Prefeitura de São Cristóvão. Isso me dá orgulho.JLPolítica & Negócio - Mas o senhor se arrepende de ter sido político por esses quatro mandatos?
AB - Não, de forma nenhuma. Não bateu arrependimento nenhum disso aí.JLPolítica & Negócio - Mas o que lhe levou a deixar de lado a participação pessoal na política?
AB - Eu diria que não tenho mais saco, pessoalmente, para a política. Não tenho mais saco para estar no seu dia a dia. A minha política sempre foi a de benefício coletivo. A do benefício para a população inteira. E as pessoas hoje só querem a do benefício pessoal. Aquela coisa pessoal miúda. Então cansa, porque quando a gente pensa projetos estruturantes para uma cidade, quando a gente pensa algo maior para a coletividade, as pessoas só querem o miudinho. Só querem o de âmbito pessoal. O venha a nós. Isso cansa e cansa.JLPolítica & Negócio - Mas qual foi o resultado as duas gestões depois das suas duas a lhe sucederem?
AB - Foram bem. Olha aí o benefício dos R$ 180 milhões para São Cristóvão. Foi um choque de gestão que foi dado em São Cristóvão…

DA IMPORTÂNCIA DOS QUATRO MANDATOS
“Tudo isso junto foi uma experiência boa. Creio que todas eles foram muito válidos. Foi um período em que vivi muito bem a política. Eu só faço as coisas de maneira intensa. Foi muito importante na minha vida. Essa passagem pela política foi um divisor de águas”
JLPolítica & Negócio - Estamos falando de gente alinhada ao senhor?
AB - Sim, isso mesmo - alinhadas a mim, e que eu estive participando delas também. Então foi deixado um saldo muito positivo, tanto é que os frutos estão aí e a atual gestão está colhendo.JLPolítica & Negócio - O senhor considera que a sua ação política interrompida continua na figura do seu filho e deputado estadual Neto Batalha, seu filho?
AB - De certa forma, sim. O Neto está com esse desejo político, tem se saído muito bem - se elegeu vereador em São Cristóvão e dois anos depois se elegeu deputado estadual. Logicamente que teve a minha participação. Mas é grande o mérito pessoal dele. Eu diria que estou hoje como um treinador político.JLPolítica & Negócio - Qual é a análise que o senhor tem dele desde o mandato de vereador de São Cristóvão ao de deputado estadual em ação?
AB - Eu acho que ele está fazendo um bom mandato. Fez como vereador e está fazendo como deputado. Logicamente que sempre tem o que melhorar. Sempre tem o que ajustar, mas está fazendo um bom mandato, sim.JLPolítica & Negócio - Neto Batalha acerta quando defende a unidade da oposição para enfrentar o poderio de Marcos Santana em São Cristóvão?
AB - Sim, com certeza, porque se dividir a oposição logicamente que facilita a situação do Governo. Isso não só em São Cristóvão, mas em qualquer lugar, toda vez que a oposição se pulveriza fortalece o candidato que está com a Prefeitura.

“AS PESSOAS SÓ QUEREM O MIUDINHO”
“Eu diria que não tenho mais saco, pessoalmente, para a política. Minha política sempre foi a de benefício coletivo. Para a população inteira. E as pessoas hoje só querem a do benefício pessoal. Aquela coisa pessoal miúda. As pessoas só querem o miudinho”
JLPolítica & Negócio - O senhor acha que vai conseguir essa unificação, essa unidade?
AB - Não sei. Sei que ele está buscando isso, é bom e eu aprovo.JLPolítica & Negócio - Se conseguir, é o suficiente para abalar a perspectiva do atual prefeito?
AB - Fica uma eleição interessante. Fica uma eleição nivelada e paritária.JLPolítica & Negócio - Armando Batalha Júnior desistiu da atividade política?
AB - Ele é um grande advogado e eu diria que Júnior seria hoje uma pessoa muito preparada intelectual e tecnicamente para administrar São Cristóvão. É um quadro importante. E acredito que ele não desistiu da vida política. Ele ainda pensa na atividade política e tem capacidade para isso.JLPolítica & Negócio - E o senhor defende que, nesta unidade de que fala Neto Batalha, Júnior deve ser o candidato?
AB - Não necessariamente. Mas não pode ser desconsiderado o nome dele. De forma nenhuma.

SENTE-SE SUCEDIDO PELO FILHO DEPUTADO
“O Neto (Batalha) está com esse desejo político, tem se saído muito bem - se elegeu vereador em São Cristóvão e dois anos depois, deputado estadual. Logicamente que teve a minha participação. Mas é grande o mérito pessoal dele. Eu diria que estou hoje como um treinador político”
JLPolítica & Negócio - Onde o senhor esteve e o que fez fora do Estado de Sergipe há alguns anos recentes?
AB - Eu fiz um tratamento de saúde em São Paulo, graças a Deus estou completamente restabelecido e tive a oportunidade de estudar. Estudei filosofia lá na Faculdade Nova Acrópole. Pude estudar, fazer reflexões da minha vida, ver negócios fora. Enfim, foi um momento sabático que me deu uma oxigenação de pensamento, de ideias e que pude estar trazendo algo diferente hoje aqui para o nosso Estado com o Alquimia Cultural.JLPolítica & Negócio - Mas que tipo de ocorrência se dera com sua saúde?
AB - Ocorreu-me um estresse crônico mesmo e que precisava de uma recuperação mais demorada.JLPolítica & Negócio - O que o curso de Filosofia, na Nova Acrópole lhe acrescentou de positivo?
AB - Sou dos que pensam que estudar é sempre importante. Adquirir conhecimento sempre ajuda a gente no nosso pensamento e na nossa visão de mundo.JLPolítica & Negócio - Por que o senhor parou no oitavo período e não concluiu o curso de Direito?
AB - Porque eu não tive interesse mais em exercer o Direito. Não vejo sentido. Perdeu o sentido para mim e preferi ir para o lado da filosofia e do autoconhecimento.

DO FUTURO POLÍTICO DE ARMANDO JÚNIOR
“Ele é um grande advogado e eu diria que Júnior seria hoje uma pessoa muito preparada intelectual e tecnicamente para administrar São Cristóvão. É um quadro importante. E acredito que ele não desistiu da vida política. Ele ainda pensa na atividade política e tem capacidade para isso”
JLPolítica & Negócio - Afinal, o que é e para que serve um coach?
AB - Um coach serve para levar uma pessoa que está em um estado atual para seu estado desejado. Então a gente pode guiar. O coach significa um condutor, um modelador de humanos. Então a gente conduz as pessoas, orienta, conversa sobre as nossas experiências através de técnicas que podem fazer isso. Por exemplo: do Neto Batalha eu fui o professor. Eu fui um coach político dele. Hoje estou tendo um convite da Prefeitura de Itabi para poder treinar pessoas. Estou como se fosse um treinador. Aquele jogador de futebol que para de jogar, mas vira treinador.JLPolítica & Negócio - Seria um vendedor de expertises.
AB - De expertises, exatamente.JLPolítica & Negócio - Mas como se torna um deles e desde quando o senhor se fez um?
AB -Eu fiz o curso lá no Instituto Brasileiro de Coaching, em São Paulo. Eu fiz a formação em coach. Parece um curso de vida. Eu fiz também o de extensão, o que dá a dimensão de faculdade.JLPolítica & Negócio - Ou seja, o senhor tem três esferas de...
AB - Três esferas de atuação e ainda tenho o analista comportamental. Eu fiz também o curso de analista comportamental.

MOMENTO SABÁTICO NO RETIRO A SÃO PAULO
“Fiz um tratamento de saúde em São Paulo, graças a Deus estou completamente restabelecido e tive a oportunidade de estudar. Estudei filosofia lá na Nova Acrópole. Pude fazer reflexões da minha vida, ver negócios fora. Enfim, foi um momento sabático que me deu uma oxigenação de pensamento”
JLPolítica & Negócio - O que será este Projeto Alquimia do Ser que o senhor está a executar em São Cristóvão?
AB - O Alquimia do Ser é um espaço holístico. É um hotel fazenda antigo que a gente está reestruturando e que busca o ser. A harmonia do ser. O lado espiritual, desde a parte da saúde das pessoas ao seu conhecimento interior. Por isso que eu sempre tive essa linhagem - Alquimia Cultura, por causa da cultura, do entendimento, e do ser, que trata do ser humano. Então será um espaço holístico que vai ter médicos voltados para a Medicina mais alternativa, a Medicina mais naturalista, fazendo com que as pessoas tenham uma longevidade maior.JLPolítica & Negócio - Qual é a característica física do Alquimia do Ser? Ocupam uma fazenda de quantos…?
AB - Será uma área de 300 tarefas de terra, com rio dentro e um hotel com 18 apartamentos.JLPolítica & Negócio - O senhor considera Alquimia Cultural e Alquimia do Ser uma espécie de transição de carreira pessoal?
AB - Sim, sim. As tenho como extensão de uma profissão minha. Continuo na vida política como um treinador, digamos assim, um coach. Mas, pessoalmente, dedico-me a essa transição de vida, a outras atividades. Mais na área cultural e na área do autoconhecimento.JLPolítica & Negócio - Quando o senhor pretende inaugurar o Alquimia do Ser?
AB - A princípio, planejamos para fevereiro de 2024.

“UM COACH É UM MODELADOR DE HUMANOS”
“Um coach serve para levar uma pessoa que está em um estado atual para seu estado desejado. A gente pode guiar. O coach significa um condutor, um modelador de humanos. Então a gente conduz as pessoas, orienta, conversa sobre as nossas experiências através de técnicas que podem fazer isso”
JLPolítica & Negócio - Com tanta expressão Alquimia ao seu derredor, o senhor virou um místico?
AB - Talvez não um místico, mas acho que todos somos místicos de nós mesmos. Eu acredito nisso. Eu acredito nessa linha de pensamento e acredito que todo mundo é capaz de fazer suas próprias transformações e buscar o seu próprio autoconhecimento.JLPolítica & Negócio - O senhor predica, então, uma linha de positividade na vida?
AB - Positividade, por achar que tudo tem sincronia, que tudo tem sentido.JLPolítica & Negócio - É possível vencer na vida ancorado no negativismo?
AB - Não. Não creio jamais. Eu acho que a vida tem que ser vencida com o positivismo.JLPolítica & Negócio - Agora em dezembro, o Alquimia Cultural faz dois anos. Ele já se paga, ou Aracaju não compreendeu o espírito do projeto?
AB - Alquimia Cultural ainda não se paga. Ele está se preparando para se pagar. A sorte é que a gente tem em todo esse empreendimento o apoio do Banco Nordeste do Brasil, através do FNE. Tanto Alquimia Cultural quanto o Alquimia do Ser são projetos financiados pelo Banco do Nordeste e logicamente que isso tem uma carência para a gente pagar.

VEM AÍ ALQUIMIA DO SER, UMA VIAGEM HOLÍSTICA
“O Alquimia do Ser é um espaço holístico. É um hotel fazenda antigo que a gente está reestruturando e que busca o ser. O lado espiritual, desde a parte da saúde das pessoas ao seu conhecimento interior. Vai ter médicos voltados para a Medicina mais alternativa e mais naturalista”
JLPolítica & Negócio - Mas o senhor mudou substancialmente a Alquimia, que parecia mais uma livraria de peso, hoje ela está mais uma loja de conveniências, não?
AB - Não. Ele continua mais que uma livraria com cinema, com café, com a parte de presentes, agora com coworking também - estamos implantando coworking -, estamos implantando um estúdio para podcast. Um brechó. O Alquimia Cultural continua com os mesmos propósitos, só que a rentabilidade da atividade de livro em si é muito pequena. Ela continua tendo os escritores, mas a gente ampliou o mix.JLPolítica & Negócio - Mas não dá para dizer que Aracaju não compreendeu o intuito do projeto?
AB - Não. Seria ingratidão. Eu diria que estão em processo de compreensão. Estão se namorando.

TALVEZ UM MÍSTICO DE SI MESMO
“Talvez não um místico, mas acho que todos somos místicos de nós mesmos. Eu acredito nisso. Acredito nessa linha de pensamento e acredito que todo mundo é capaz de fazer suas próprias transformações e buscar o seu próprio autoconhecimento”
JLPolítica & Negócio - Assusta à sua pessoa o caminho eletrônico que o livro está tomando no Brasil e no mundo?
AB - Assustar, não assusta. Mas a gente, enquanto leitor que gosta de pegar no papel, acha que tem espaço para tudo.JLPolítica & Negócio - Mas isso também enquanto empreendedor na área.
AB - Sim. Então não me assusta, mas acho que a parte do jovem gosta mais dessa atividade eletrônica e a gente que tem um pouco mais de janeiros, gosta mais de sentir o cheiro do livro, do café, e tudo convida a isso.

À ESPERA DE O ALQUIMIA CULTURAL QUE SE PAGUE
“O Alquimia Cultural ainda não se paga. Ele está se preparando para se pagar. A sorte é que a gente tem em todo esse empreendimento o apoio do Banco Nordeste do Brasil, através do FNE. Tanto Alquimia Cultural quanto o Alquimia do Ser são projetos financiados pelo Banco do Nordeste”
JLPolítica & Negócio - A política não é uma boa conselheira?
AB -Eu não digo que a política não é uma boa conselheira. Ao contrário, acho que a política é uma atividade necessária na vida de todo cidadão. A pessoa dizer que não gosta de política é se assumir analfabeta, porque tudo depende da política. Eu particularmente gosto da política.JLPolítica & Negócio - Então não a tem como má conselheira?
AB - Não a tenho nessa conta. Não a vejo como má conselheira. Só acho que é preciso ter cuidado com as ilusões no entorno dela.
