
Jorge Teles: “Temos uma estrutura para ser o elo entre o desejo do trabalhador e a necessidade do empregador”
“Procuro devolver para a sociedade o que recebi ao longo de minha trajetória”
11/11/2023-19hDesde a sua campanha eleitoral, no pleito de 2022, o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, PSD, colocou como uma de suas principais metas de gestão a geração de emprego entre os sergipanos. De lá para cá – já são 10 meses governando o Estado. A meta saiu do Plano de Governo e vem sendo colocada em prática.
A geração de emprego e renda se tornou um mote da Administração de Fábio Mitidieri ao recriar a Secretaria Especial do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo – Seteem – no início da gestão, dando a missão de comandá-la ao advogado Jorge Teles, 43 anos.
À Seteem, Jorge Teles levou sua expertise em Administração Pública. Ele atuou em diversos municípios sergipanos na área de consultoria de projetos e na Federação de Municípios do Estado de Sergipe – Fames –, antes de assumir a Secretaria do Trabalho em janeiro deste ano.
Jorge Teles tem visão da responsabilidade que foi colocada em suas mãos. “Quando entendemos que quem atua na parte burocrática da administração pública não está lidando apenas com número e sim com a vida das pessoas, a perspectiva e comprometimento são elevados. Durante os últimos 24 anos, fui passando por diversas atividades e projetos públicos. Procurei dar a minha melhor contribuição. Hoje, me sinto muito mais preparado do que ontem”, afirma o secretário.
De janeiro para cá, Jorge só viu o crescimento na Secretaria que comanda. Por meio do Projeto de Lei – PL – Nº 112/2023, encaminhado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa de Sergipe – Alese –, a Seteem de fato e de direito virou uma Secretaria.
Em abril, o PL foi aprovado pelos deputados estaduais e a Seteem deixou de ser especial, ganhando o poder de coordenar projetos, obras e serviços estaduais, proporcionando à pasta maior integração com todas as secretarias, empresas e fundações do Governo de Sergipe.
“Esta mudança traz, sobretudo, a autonomia orçamentária e financeira permitindo maior agilidade na implementação de políticas públicas, já que passamos a ter equipe técnica própria para gestão do orçamento anual”, afirma Jorge Teles.
A Seteem está em fase de reestruturação. “A Secretaria do Trabalho foi recriada por esta gestão e ainda atuamos com orçamento elaborado pelo Governo passado, quando ainda era uma Superintendência com uma estrutura muito menos complexa e livre de muitas obrigações que trazemos hoje no seu escopo. Estamos em momento de transição e de reestruturação, mas não nos faltou recursos humanos e financeiros para fazer frente ao desafio que foi apresentado”, informa Jorge Teles.
Uma das principais provas do esforço do Governo de Sergipe, por meio da Seteem, com a empregabilidade foi a criação e lançamento do programa Primeiro Emprego – focado para os jovens de 18 a 29 anos – em agosto. A iniciativa promete proporcionar a cinco mil jovens, até 2025, o contato inicial com o mercado de trabalho.
O Primeiro Emprego consiste em quatro grupos de ações: oferta de qualificação técnica alinhada às demandas do mercado sergipano; oportunidade da primeira experiência profissional; acompanhamento contínuo aos jovens beneficiados pelo programa; e apoio financeiro a partir da concessão de bolsas por um período de seis meses.
Jorge Teles explica por que a Seteem se concentra tanto sobre as demandas dos jovens sergipanos. “Normalmente, as empresas exijam experiência anterior para a contratação de profissionais e que poucas empresas estejam dispostas a dar ao jovem a sua primeira oportunidade de trabalho. Assim, muitos jovens têm dificuldade de ingresso no mercado formal requerendo uma atenção especial para a quebra deste paradigma. Foi assim que nasceu o Programa Primeiro Emprego”, afirma.
Em entrevista ao Portal JLPolítica & Negócio, Jorge Teles fala mais sobre as expectativas em torno do Programa Primeiro Emprego e dos esforços empregados por Fábio Mitidieri em torno da temática emprego e empreendedorismo. “A postura do governador facilita muito esse processo. Ele tem trabalhado muito para criar um ambiente de negócios no Estado e facilitar a chegada de novos negócios e ampliação das empresas que já estão por aqui”, informa.
Jorge Elias Menezes Teles nasceu em Aracaju, por falta de maternidade em Areia Branca, em 14 de dezembro de 1979. Mas seus laços familiares e criação foram todos em Areia Branca. Ele é filho de Luiz Gonzaga da Silva Teles e Maria Lúcia de Menezes Teles e casado com a advogada Tiana Figueiredo Teles. Jorge é pai de Nina Figueiredo Teles, 9 anos, e Bento Figueiredo Teles, 3 anos.
Jorge Teles é formado em Direito pela Faculdade Estácio/Fase, em 2014, mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas – FGV – e tem MBA em Gestão de Projetos. Além de secretário da Seteem e advogado, atualmente, ele é também professor de cursos de pós-graduação da Faculdade Amadeus – Fama – e da Escola Judicial de Sergipe – Ejuse – e integra a Academia de Letras Areia-branquense.


O secretário começou a trabalhar aos 12 anos, pegando carrego na feira de Areia Branca. Vendeu picolé, balas, fogos e trabalhou como artesão produzindo a decoração dos festejos juninos de Areia Branca. Estudou a maior parte de sua vida em escolas públicas.
Jorge Teles trabalha há 24 anos na Administração Pública. Já exerceu cargos nos municípios de Carira e Areia Branca, onde iniciou suas atividades públicas aos 18 anos. “Comecei a trabalhar desde cedo e se cheguei até aqui foi porque muita gente me abriu as portas e deu oportunidades”, afirma.
“Procuro devolver para a sociedade o que recebi ao longo de minha trajetória e é essa oportunidade que eu tenho na Seteem diariamente. Muita gente tem um talento fantástico e acaba desistindo de seus sonhos por falta de apoio”, informa o secretário. Confira a seguir entrevista com Jorge Teles.
ELEVAÇÃO DA SETEEM
“Esta mudança traz, sobretudo, a autonomia orçamentária e financeira permitindo maior agilidade na implementação de políticas públicas, já que passamos a ter equipe técnica própria para gestão do orçamento anual”
JLPolítica & Negócio - O que muda com a elevação de Especial para uma Secretaria de Estado a Pasta do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo?
Jorge Teles – Esta mudança traz, sobretudo, a autonomia orçamentária e financeira permitindo maior agilidade na implementação de políticas públicas, já que passamos a ter equipe técnica própria para gestão do orçamento anual. Além disso, o governador Fábio Mitidieri demonstra a importância que dá à política de geração de emprego, renda e empreendedorismo dotando a Seteem de todo o aparato necessário para o cumprimento de sua missão institucional.JLPolítica & Negócio - A mudança de endereço e de localização fortalece ou enfraquece a SETEEM?
JT – Trazemos em nosso escopo a diretriz clara deste Governo de aproximação da população. Logo, mudarmos a sede da Secretaria para o Centro de Aracaju, o que permite a reestruturação do Núcleo de Apoio ao Trabalho, o NAT, criando o CEAC do Trabalhador, uma Casa do Artesão Sergipano e levando toda a estrutura administrativa da pasta para uma área da cidade de fácil acesso para a população.

JLPolítica & Negócio - O senhor tem equipe e estrutura suficiente para atender às demandas das áreas a que se propõe?
JT – A Secretaria do Trabalho foi recriada por esta gestão e ainda atuamos com orçamento elaborado pelo Governo passado, quando ainda era uma Superintendência com uma estrutura muito menos complexa e livre de muitas obrigações que trazemos hoje no seu escopo. Estamos em momento de transição e de reestruturação, mas não nos faltou recursos humanos e financeiros para fazer frente ao desafio que foi apresentado. O governador, que já foi secretário do Trabalho, tem priorizado as demandas crescentes, reafirmando o seu compromisso com a geração de emprego e renda. Além disso, trouxe a Secretaria do Trabalho para o centro das discussões de implementação de novas empresas e investimentos que potencializam a geração de emprego. Entendendo as tendências e os investimentos futuros, temos um caminho a ser seguido para formação de mão de obra, de acordo com a necessidade do mercado.JLPolítica & Negócio - Há diferenciações nas cadeias de trabalho, emprego e empreendedorismo?
JT – Enquanto trabalho está ligado a objetivos e realizações profissionais, emprego é simplesmente uma forma de conseguir renda. Então, focamos na geração de emprego formal, mas sem descuidar daquele sergipano que tem um talento especial e que pode ser desenvolvido através do empreendedorismo ou do artesanato. Temos uma estrutura preparada para ser o elo entre o desejo do trabalhador por garantir a sua subsistência através da oferta de sua força de trabalho e da necessidade do empregador de contratar mão de obra para o desenvolvimento de sua atividade comercial. Além disso, recebemos o empreendedor e ajudamos a potencializar o seu ofício, que geralmente está ligado à força de sua ancestralidade.

TRABALHO VS EMPREGO VS EMPREENDEDORISMO
“Enquanto trabalho está ligado a objetivos e realizações profissionais, emprego é simplesmente uma forma de conseguir renda. Então, focamos na geração de emprego formal, mas sem descuidar daquele sergipano que tem um talento especial e que pode ser desenvolvido através do empreendedorismo ou do artesanato”
JLPolítica & Negócio - Mas por que a Seteem se concentra tanto sobre as demandas dos jovens sergipanos?
JT – É um grande paradoxo que normalmente as empresas exijam experiência anterior para a contratação de profissionais e que poucas empresas estejam dispostas a dar ao jovem a sua primeira oportunidade de trabalho. Assim, muitos jovens têm dificuldade de ingresso no mercado formal requerendo uma atenção especial para a quebra deste paradigma. O governador Fábio Mitidieri ao construir o seu plano de Governo, ainda na pré-campanha, ouviu esse clamor da juventude e concebeu a criação de um programa que permitisse a entrada do jovem no mercado e a oferta de mão de obra qualificada para as empresas. Foi assim que nasceu o Programa Primeiro Emprego.JLPolítica & Negócio - Quais são as bases e o objetivo do Programa Primeiro Emprego Sergipe?
JT – O programa é voltado para jovens de 18 a 29 anos que nunca tenham tido experiência anterior de trabalho com carteira assinada. Tem o início de sua execução com a busca de uma empresa parceira disposta a receber o aluno em sua estrutura para treinamento prático. A partir daí, nossos profissionais de seleção e recrutamento constroem uma trilha de conhecimento baseada na necessidade da empresa que será ofertada ao aluno em atividades teóricas e práticas durante seis meses em que também será paga uma bolsa de até R$ 750,00 por mês. Ao final do período, a empresa parceira contrata, no mínimo, 30% dos alunos para o seu quadro de pessoal e todos saem com a experiência exigida pelo mercado para contratação.

JLPolítica & Negócio - O que é, tecnicamente, um jovem preparado para o mercado de trabalho?
JT – A pandemia catalisou a mudança das relações de consumo e, sobretudo, das relações de trabalho. Assim, em apertada síntese, um jovem preparado para o mercado de trabalho é aquele que atende os requisitos de formação técnica e experiência exigidos pelas empresas. Fica fácil perceber que temos um descolamento entre as profissões que mais formamos em Sergipe e a necessidade do mercado. Estamos em intenso processo de retomada da nossa economia e desenvolvimento, por isso é necessário um diálogo próximo com a classe empresarial para orientação da oferta de cursos e treinamentos, de acordo com as áreas de conhecimento que esse processo vai demandar. E temos feito isto com o Programa Primeiro Emprego e com outras iniciativas de formação de mão de obra. Esse debate é indispensável para que nossa economia cresça de maneira sustentável e para que os postos de trabalho gerados sejam ocupados por sergipanos.JLPolítica & Negócio - Há mecanismos para medir a quantidade de jovens em busca do primeiro emprego em Sergipe?
JT – Sim. O Governo de Sergipe elegeu como uma das bases de seu planejamento estratégico a construção de políticas públicas baseadas em dados e evidências. Logo, buscamos a construção de um quadro de indicadores socioeconômicos que baseiam nossas ações em especial a idade, escolaridade, cor, faixa salarial, entre outros. A elevada quantidade de jovens desempregados com idade entre 18 e 29 anos foi determinante para que essa faixa fosse eleita como condição de participação do Programa Primeiro Emprego.

NASCIMENTO DO “PRIMEIRO EMPREGO”
“O governador ao construir o seu plano de Governo, ainda na pré-campanha, ouviu esse clamor da juventude e concebeu a criação de um programa que permitisse a entrada do jovem no mercado e a oferta de mão de obra qualificada para as empresas. Foi assim nasceu o Programa Primeiro Emprego”
JLPolítica & Negócio - Quantos jovens a Seteem quer ver qualificados até 2025?
JT – Dentro do Programa Primeiro Emprego temos como objetivo a qualificação de 5.000 jovens com o pagamento de bolsa e mais 5.000 pessoas dentro do Programa Qualifica Sergipe, este que não tem restrição de idade e nem o pagamento de bolsa. Até 2025, teremos, no mínimo, 10.000 sergipanos qualificados em nossos programas.JLPolítica & Negócio - Eles têm de desembolsar algum recurso para ter acesso a essa qualificação?
JT – Não. Todos os cursos são inteiramente gratuitos.

JLPolítica & Negócio - As empresas sergipanas estão sendo convidadas a participar do Programa Primeiro Emprego? Se sim, como estão respondendo?
JT – Sim. Temos construído uma boa interlocução com as entidades representativas das empresas e com os empresários. A postura do governador Fábio Mitidieri facilita muito esse processo. Ele tem trabalhado muito para criar um ambiente de negócios no Estado e facilitar a chegada de novos negócios e ampliação das empresas que já estão por aqui. O Estado, atuando como indutor do desenvolvimento, traz uma aproximação que permite parcerias e construção de programas integrados. É raro o dia em que a agenda do governador não está permeada por reuniões que visam o fortalecimento da atividade empresarial e, por consequência, a geração de emprego e renda. É um trabalho acelerado e incansável. O verdadeiro líder arrasta o seu time pelo exemplo e esse trabalho está trazendo resultados incontáveis para a sociedade sergipana. As empresas têm recebido muito bem essa iniciativa já que temos uma oferta constante de mão de obra treinada pelos melhores profissionais de nosso Estado à disposição das empresas. Um fato que ilustra bem esse processo é o anúncio, após negociações conduzidas pelo governador, do retorno do centro de compras do GBarbosa ao Estado de Sergipe e o anúncio de 382 vagas para qualificação do Programa Primeiro Emprego com a mesma redeJLPolítica & Negócio - O senhor considera que Sergipe tem se saído bem na geração de postos de trabalhos formais neste ano de 2023?
JT – Sem dúvida alguma. Segundo dados do Novo Caged, no mês de setembro, o Estado de Sergipe foi o segundo estado do Brasil que mais gerou empregos com um saldo positivo de 5.956 novos postos de trabalho. No ano, já foi gerado um saldo positivo de 11.040 postos de trabalho.

AMBIENTE DE NEGÓCIOS
“Ele (Fábio Mitidieri) tem trabalhado muito para criar um ambiente de negócios no Estado e facilitar a chegada de novos negócios e ampliação das empresas que já estão por aqui”
JLPolítica & Negócio - E isso se deve ao quê?
JT – Isso se deve ao fato de o Governo do Estado ter trazido à pauta do emprego para o centro das discussões demonstrando que o que se busca não é apenas o desenvolvimento e sim o desenvolvimento com geração de emprego e renda para o sergipano. O governador Fábio Mitidieri tem atuado em várias frentes para fortalecer esse processo, com um olhar estratégico para o potencial de cada região. Assim, avançamos muito em investimentos para fortalecer o turismo através da participação em feiras e eventos nacionais, aumento do número de voos e passageiros e com a realização de eventos que chamam a atenção do trade turístico, a exemplo da Vila do Forró, Projeto Verão e Natal Iluminado. E, os dados apurados, olhe aí a política pública baseada em dados e evidências, mostram que esses investimentos têm gerado um retorno muito maior para toda a economia, inclusive na geração de impostos. A agricultura e pecuária têm sido incentivadas e fortalecidas em diversas frentes. A indústria de produção mineral e de petróleo e gás também está retomando o seu protagonismo em virtude de diversos investimentos e incentivos, assim como o Cinturão de Confecções está sendo gestado e vai beneficiar a região sul e centro sul.JLPolítica & Negócio - Que tipo de impulsionamento o Governo de Sergipe pensa para o chamado Cinturão de Confecção do Estado?
JT – A confecção em Itabaianinha e produtos de cama, mesa e banho em Tobias Barreto possuem um protagonismo econômico, mas carecem de mudanças estruturais que permitam o seu pleno desenvolvimento. Firmamos parceria com o Senai/Cetiqt que está desenvolvendo um diagnóstico para a construção de um plano de ação, a fim de sanar os gargalos destas atividades. Já iniciamos a qualificação de 50 empresas da região no Programa Inova Moda Digital, que visa a geração de eficiência e criação de novos produtos pelas empresas atendidas. E vamos desenvolver muitas outras atividades conexas e com o firme propósito de fortalecer a atividade econômica na região.

JLPolítica & Negócio - Itabaianinha e Tobias Barreto são os únicos municípios do Cinturão de Confecção ou há mais?
JT – Não. O Cinturão de Confecções abrangerá 10 municípios do entorno de Itabaianinha e Tobias Barreto que têm o seu foco na atividade têxtil e vai permitir a integração das atividades, fornecedores e criação de incentivos fiscais para favorecer a instalação de novas empresas e fortalecimento de quem já está na regiãoJLPolítica & Negócio - O que pensa o Governo de Sergipe como meio de potencializar o artesanato sergipano?
JT – O sergipano tem o seu talento nato que envolve a ancestralidade e a herança artística. Mas, acima do valor imaterial, tem o potencial econômico que permite que milhares de famílias tirem o seu sustento da produção de artesanato. Acreditamos muito na necessidade de fechamento do ciclo de formação técnica, oferta de crédito assistido e abertura de espaços de comercialização. Esse ciclo virtuoso permite que mais gente se sinta atraída por esta atividade e garante a perpetuação de nossas tradições. Em todos os eventos que o Governo do Estado promove ou patrocina há sempre o espaço do artesanato e da economia solidária, bem como a participação de artesãos e empreendedores sergipanos em feiras e eventos nacionais. Esperamos encerrar o ano com mais de R$ 2 milhões em produtos artesanais e comidas típicas comercializados por intermédio do apoio do Estado. Adquirimos um caminhão de artesanato, doado pelo então deputado Fábio Mitidieri, através de emenda parlamentar, que nos permitiu participar de grandes feiras nacionais de artesanato, como a Fenearte, em Recife, e a Fenacce, em Fortaleza, e nos permitirá transportar o talento sergipano para Feira de Artesanato em Brasília, durante do mês de novembro. Além disso, incentivamos a participação dos artesãos nestes eventos através do pagamento de ajuda financeira. Durante a Fenacce, participamos de uma rodada internacional de negócios onde nossa renda irlandesa foi destaque e ficou pactuada a exportação para comerciantes de seis países.

CINTURÃO DE CONFECÇÕES
“O Cinturão de Confecções abrangerá 10 municípios do entorno de Itabaianinha e Tobias Barreto que têm o seu foco na atividade têxtil e vai permitir a integração das atividades, fornecedores e criação de incentivos fiscais para favorecer a instalação de novas empresas e fortalecimento de quem já está na região”
JLPolítica & Negócio - Como vai se dar ou já está acontecendo a promoção de intercâmbio cultural e comercial da renda irlandesa e fortalecimento de laços diplomáticos com a Irlanda?
JT - As tratativas para promoção de intercâmbio cultural e comercial da renda irlandesa iniciaram ao final de janeiro deste ano, durante videoconferência com presença do governador; representante da Embaixada do Brasil na Irlanda, Anecy Scholling; artesãs de de Divina Pastora; e de técnicos da Seteem. Em abril, um novo encontro aconteceu. Desta vez, na sede da Embaixada, em Brasília, com a presença do então embaixador da Irlanda, Seán Hoy. A exportação do artesanato sergipano, ampliação de estudos e possibilidades de exposições, cursos e feiras, foram alguns dos temas debatidos durante o encontro. Na ocasião, o embaixador aceitou convite para visitar o Sergipe durante os festejos juninos, com o intuito de conhecer a produção da renda irlandesa. O saber fazer da renda irlandesa produzida em Divina se tornou Patrimônio Histórico e Imaterial de Sergipe e chamou a atenção de Seán Hoy. Nos dias 26 e 27 de junho, o então representante diplomático veio a Sergipe e participou de agendas promovidas pelo Governo do Estado, com intermédio da Seteem. Além de promover o intercâmbio cultural e comercial da renda irlandesa, a visita objetivou ampliar o conhecimento sobre a produção singular desse artesanato que se perdeu no seu país de origem, a Irlanda, mas se fortalece, a cada dia, no estado sergipano. A partir deste contexto, recebemos o convite do Governo Irlandês para a realização de exposição da renda irlandesa na Irlanda e participação de feira de negócios voltados ao fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países.JLPolítica & Negócio - A renda irlandesa sergipana é uma ocorrência apenas de Divina Pastora ou há manifestação dela em outros municípios do Estado?
JT – Não. A renda irlandesa, apesar de ter uma forte ocorrência em Divina Pastora, também está presente em Laranjeiras, Nossa Senhora do Socorro e Maruim. Mas o único lugar do mundo onde ela é feita é no Estado de Sergipe.

JLPolítica & Negócio - Nesta retomada da empregabilidade, que parece em crescente, qual é o papel do NAT?
JT – O NAT faz o papel fundamental de levantar a necessidade de mão de obra por segmento da sociedade e faz a intermediação entre o trabalhador e a empresa que busca a sua contratação. Além disso, são realizados serviços de emissão e atualização de carteira de trabalho e seguro-desemprego. Diariamente são ofertadas vagas de empregos e encaminhamentos dos trabalhadores cadastrados em seu banco de dados.JLPolítica & Negócio - Como é que a Seteem se encaixa nas ações mensais do Sergipe é Aqui?
JT - O Governo Itinerante “Sergipe é aqui” é mais uma ação que fortalece o compromisso do Estado com a democratização dos serviços públicos e ampliação de oportunidades para os sergipanos. Por intermédio da Seteem, são ofertados diversos serviços públicos e de cidadania no âmbito de apoio ao trabalho, ao artesanato e ao empreendedorismo, a exemplo de orientações sobre a carteira de trabalho e previdência social, a CTPS digital; cadastro de empregadores para captação de vagas; cadastro e atualização de trabalhadores em busca de emprego e cadastro para recebimento do seguro-desemprego; exposição e comercialização de artesanatos; cadastro e atualização de cadastro da carteira de artesão; oficinas de artesanato; comercialização de produtos gastronômicos locais e cadastro de empreendimentos econômicos populares e solidários.

RELAÇÃO COM GOVERNADOR
“Ele tem uma capacidade impressionante de síntese e de tratar problemas complexos de maneira direta e sem rodeios. É de se questionar como ele consegue manter agenda tão intensa”
JLPolítica & Negócio - Quem é empreendedor e artesão deve fazer o que para se credenciar à participação em feiras e eventos oficiais nacionais?
JT - O Governo de Sergipe, por intermédio da Seteem, lança edital de chamamento público para as feiras e eventos nacionais. Cada edital, possui a sua especificidade e requisitos necessários para a participação, bem como o meio de contato para possíveis dúvidas sobre o tema. Os empreendedores e artesãos interessados em participar, devem realizar o cadastro conforme as descrições no documento.JLPolítica & Negócio - O senhor sente uma boa integração entre as diversas Secretarias de Estado ou vê dispersão entre elas e necessidade de melhor ajuste de foco?
JT – Nenhuma Secretaria é uma ilha neste Governo. Temos a tranquilidade para construir ações transversais que envolvem diversas Secretarias e temos a convicção de que teremos o devido apoio e respaldo. Isso diz muito sobre o estilo do governador Fábio Mitidieri que estimula o desenvolvimento de ações coletivas e deixa claro o papel de cada um no processo. Isto fica bem visível no planejamento estratégico onde temos muitas ações compartilhadas e colaborativas. Isto traz um ambiente muito mais leve e de aprendizado constante.

JLPolítica & Negócio - O governador Fábio Mitidieri é de fácil acesso para despachos?
JT – Sem dúvida alguma. Com o governador Fábio Mitidieri temos a tranquilidade de realização de despachos formais. As nossas solicitações de agendamento são sempre atendidas, como podemos despachar entre uma agenda e outra ou, até mesmo, nos deslocamentos. Ele tem uma capacidade impressionante de síntese e de tratar problemas complexos de maneira direta e sem rodeios. É de se questionar como ele consegue manter agenda tão intensa, já que ele não abre mão de participar da grande maioria das solenidades e de manter os despachos em dia. Inclusive durante o “Sergipe é Aqui” ele só sai da cidade sede do evento quando despacha com todos os secretários, autoridades e lideranças locais.JLPolítica & Negócio – A Seteem tem boa articulação com as entidades de ciência e tecnologia do Estado e dos municípios, como a nova Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Aracaju?
JT – Sim. Temos buscado construir pontes com os diversos setores econômicos já que o emprego é resultado de várias causas e uma delas é a ciência e tecnologia. Já acompanho o trabalho do secretário Victor Rollemberg há algum tempo e certamente construiremos parcerias consistentes. A Sedetec, que tem como secretário Valmor Barbosa, é uma grande parceira e tem um técnico muito experiente e que traz resultados fantásticos para o Estado.

JLPolítica & Negócio - O senhor se sente à vontade nesse papel de mediador de pessoas que querem trabalhar e empreender? É algo que se parece com seu perfil?
JT – Comecei a trabalhar desde cedo e se cheguei até aqui foi porque muita gente me abriu as portas e deu oportunidades. Meu sonho já foi o de deixar de trabalhar com um carrinho de mão comum para utilizar um carrinho de mão com carcaça de geladeira que era maior e permitia um melhor lucro na feira. Saí de uma pequena cidade e conquistei conhecimento à base de muita disciplina e perseverança. Mas apenas isto não é suficiente para se ter sucesso. Muita gente muito melhor do que eu ficou pelo caminho. Consegui avançar graças à bondade divina e porque muitos me estenderam a mão. Sozinho eu não teria conseguido percorrer toda essa estrada. Procuro devolver para a sociedade o que recebi ao longo de minha trajetória e é essa oportunidade que eu tenho na Seteem diariamente. Muita gente tem um talento fantástico e acaba desistindo de seus sonhos por falta de apoio. Tenho um rol extenso de pessoas que procuro honrar porque elas acreditaram muito em mim e através de gestos me fortaleceram e mostraram que seria possível avançar ainda mais. Levo esses valores para o trabalho. Acredito muito nas pessoas e procuro ajudar no seu desenvolvimento. Cada um carrega dentro de si dores e desafios que não são visíveis. Quando recebi o convite do governador para assumir essa missão, ele me falou muito da capacidade transformadora do trabalho e da importância que isto teria em sua gestão pelo compromisso de mudar para melhor a vida do sergipano. Isto é muito forte. Para não esquecer, gosto muito do conceito de sucesso de Abílio Diniz: “Ter sucesso é ser feliz”!JLPolítica & Negócio - A sua relação com a municipalidade sergipana sempre foi ativada antes de estar secretário. Isso lhe ajuda hoje nas obrigações da Secretaria?
JT – Sim, ajuda muito. A administração pública é instrumento de mudança da vida das pessoas. Boas gestões trazem qualidade de vida e dignidade para a população que depende dos serviços públicos. Então, quando entendemos que quem atua na parte burocrática da administração pública não está lidando apenas com número e sim com a vida das pessoas, a perspectiva e comprometimento são elevados. Durante os últimos 24 anos, fui passando por diversas atividades e projetos públicos. Procurei dar a minha melhor contribuição. Hoje, me sinto muito mais preparado do que ontem e ainda tenho um longo caminho para ser o que espero no amanhã. Busco o aperfeiçoamento constante e seguir uma utopia que me permite continuar caminhando sempre. Toda essa bagagem e autocobrança ajudam nas obrigações que tenho hoje. No final, tudo se resume ao trabalho, fé e boas relações humanas.JLPolítica & Negócio - Por ser de lá, o senhor pensaria em alguma atividade futura na política de Areia Branca?
JT – Não tenho nenhuma pretensão política.