Luiz Mitidieri: “Fábio terá que trabalhar para a vaga de governador em 2022”

Entrevista

Jozailto Lima

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Luiz Mitidieri: “Fábio terá que trabalhar para a vaga de governador em 2022”

“Agora já está na hora de parar”

Ele é deferente. Olhado à distância, parece frio. Ou excessivamente cartesiano. Lá na dele. De perto, essa impressão se desfaz compulsoriamente, e aí se afigura uma outra pessoa. De olhar mais comprometido com o que faz. Cordial. Amigueiro e dono de uma memória de certo modo afetiva pelo que viveu na política. E pelo futuro dela.

E foi assim que o médico Luiz Antonio Mitidieri, de 65 anos feitos no último dia 26 de setembro, varou solenemente 32 anos - com uma lacuna de oito, é certo - da política de sergipana, amealhou cinco mandatos de deputado estadual diretamente eleito e mais da metade de um na condição de primeiro suplente.

No dia 1º de fevereiro do ano que vem, quando se darão as posses dos 24 deputados estaduais de Sergipe para a próxima Legislatura, Luiz Mitidieri não será um deles. Mas o pijama que vestirá tem peso, sem exagero, de um Stuart Hughes Suit, o terno mais caro do mundo, que consome 800 horas para ser feito.

Como quase ninguém conseguiu em Sergipe, Luiz Mitidieri sairá da cena político-eleitoral deixando nela dois filhos muitíssimo bem postados - o Fábio Mitidieri, reeleito deputado federal com 102.899 votos, e a filha Maisa Mitidieri, eleita estadual em segundo lugar, com 35.707 votos. E, de quebra, um irmão - o empresário Jorge Mitidieri - como primeiro suplente de senador de Rogério Carvalho, PT. Todos pelo PSD,

Não só por isso, como por todo o patrimônio de relacionamento que construiu ao longo dos seis mandatos, Luiz Mitidieri tem consciência de que o seu sair de cena é meio artificial. Como se isso não tivesse a menor condição de se materializar por completo.

“Sempre estarei envolvido de outra forma, porque, de uma maneira ou de outra, todos somos políticos. Sem falar que tenho dois filhos na atividade e, querendo ou não, tenho que acompanhá-los”, diz.

Acompanhá-los é pouco. Animal político, Luiz Mitidieri antecipa intenção de lugar especial na cena do futuro. Entrará bem mais nela e defende desde já que a partir do ano que vem o deputado Fábio Mitidieri deve começar a trabalhar as condições de disputar o Governo de Sergipe dentro do atual bloco que elegeu Belivaldo Chagas, PSD, governador.

“Daqui a quatro anos, teremos uma vaga de Governo e uma de Senado. Se Belivaldo Chagas for para a de Senado, só sobra a de governador. Então, Fábio Mitidieri vai ter que trabalhar para isso”, sugestiona Luiz. É claro que, do alto da sua habilidade, Luiz Mitidieri leva em conta outros quereres nessa mesma direção.

“É fato que há outras pessoas que querem, como o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e Rogério Carvalho, mas Fábio também vai se colocar como candidato. Há um planejamento para que ele seja candidato a governador. É legítimo. E não estamos antecipando eleição. Mas ele tem que trabalhar para ser candidato majoritário”, diz.

Do longo tempo em que esteve em cena - ele só não disputou eleição em 1994 e em 1998 -, Luiz Mitidieri vai levar boas impressões, apesar da noção cética dos reais limites do mandato de um deputado estadual. “Eu acho que o Poder Legislativo, embora seja o mais democrático, não me fez sentir muito produtivo. Isso porque o deputado depende muito do Poder Executivo”, diz ele, numa constatação que é verdadeira.

Agora, é com os filhos Fábio e Maísa. Fábio foi reeleito, em primeiro lugar, deputado federal. Maísa elegeu-se em segundo lugar e sucede o pai, que deixa a Alese depois de exercer 6 mandatos
Luiz Antonio Mitidieri fez 65 anos no último dia 26 de setembro. Graduou-se em Medicina no ano de 1976

DE BEM CONSIGO, MAS NÃO COMPLETAMENTE
“Eu acho que o Poder Legislativo, embora seja o mais democrático, não me fez sentir muito produtivo como deputado. Isso porque o deputado depende muito do Executivo. Eu gostaria de ter contribuído muito mais, mas não pude”

JLPolítica - Vem de quem esta tendência política do senhor, que acabou por envolver a dois dos seus filhos?
LM -
Na verdade, na minha família ninguém é político. Eu, quando me formei lá em 1976, fui ao Rio de Janeiro, fiz um curso e quando voltei, jovem, achava que o político podia realizar muita coisa. Na época, eu trabalhava em Boquim, havia muitas dificuldades na esfera da saúde, e falei: “vou entrar na política para ver se melhoro isso”. Infelizmente, percebi que não dava para fazer muito. E essas foram as primeiras desilusões que eu tive, de achar que poderia resolver muita coisa e não ter podido enquanto deputado. Mas insisto: de qualquer maneira, valeu a pena.

JLPolítica - A sua opção pela política causou que danos ou avarias na sua carreira médica?
LM -
Eu era um médico bem conceituado e tinha uma clientela muito grande. Atuava como obstetra, embora no interior a gente fizesse de um tudo. Eu atendia cerca de 50 pessoas e ainda ficavam mais 50 para o dia seguinte. Já como deputado, chegou a um ponto em que eu não tinha mais condições de atender. Ficou difícil para mim. Então terminei tendo que largar a área médica, porque eu não tinha tempo mais para exercer a Medicina.

JLPolítica - Mas quando é que o senhor descobre que entre a medicina e a política deveria prevalecer a política?
LM -
Foi a partir daí, porque eu vi que inchou e que eu não tinha mais condições de exercer a Medicina com as exigências que ela nos faz.

JLPolítica - O médico Bernardino Mitidieri, seu pai, lhe inspirou somente na escolha da profissão ou teve influência pela sua opção política?
LM -
Na política não. Só na profissão mesmo. Modéstia à parte, meu pai foi um médico muito conceituado na região centro-sul, principalmente Boquim, Riachão e Tobias Barreto. Meu pai era muito humanitário, e eu aprendi a Medicina com ele. Acompanhando-o. Veja que história: quando meu pai se formou, não havia odontólogo, e ele teve que voltar à escola, porque o médico naquela época também tinha que fazer extração de dente. Ele voltou pra Salvador, passou alguns meses lá até aprender a fazer extração. E naquela época o paciente podia escolher se com ou se sem anestesia. A própria pessoa ia na farmácia e comprava um anestésico. Se não, ia no cru mesmo.

Sobre Fábio: \"acho que ele tem um grande futuro pela frente\"

A VERDADEIRA HORA DE PARAR
“Depois do segundo mandato, eu larguei a política. Voltei. Mais recentemente não deixei inicialmente porque Fábio meu filho entrou, e depois veio Maisa. Mas agora já está na hora de parar”

JLPolítica - Por que o senhor elegeu os seus 65 anos para dar um adeus à política de disputas?
Luiz Mitidieri -
Na verdade, não elegi bem essa idade. Já há algum tempo eu queria largar a política partidária. Os 65 não eram o limite. Veja, em 1990, depois do segundo mandato, eu larguei a política. Não a queria mais. Em 1994 e em 1998 eu já não disputei mandatos. Quando chegou 2001, eu enfartei e o médico disse para eu não me envolver com os negócios - na época eu me dedicava muito à Plamed e a outras empresas. Mas como esse mesmo médico sugeriu que deixasse os negócios de lado e fosse andar, aí voltei à política. Voltei, na verdade, por isso, já que já tinha tido os dois mandatos. E uma coisa boa de quando voltei foi que, nesse período, as pessoas que haviam votado em mim em 1986 e em 1990, elas me deram total apoio e reafirmam o voto em mim. Isso foi muito gratificante, porque eu entendi que na política eu também já havia feito coisas importantes e amigos. Então, por isso voltei. E mais recentemente não deixei inicialmente porque Fábio meu filho entrou, e depois veio Maisa. Mas agora já está na hora de parar.

JLPolítica - Qual o balanço que o senhor faz destas três décadas dedicadas à política, sobretudo à atividade parlamentar?
LM -
Eu acho que o Poder Legislativo, embora seja o mais democrático, não me fez sentir muito produtivo como deputado. Isso porque o deputado depende muito do Poder Executivo. Nos dois primeiros mandatos, eu era deputado de oposição e nessa posição você trabalha muito mais no parlamento. Depois, eu fui deputado do Governo - porque fui eleito na base do Governo e não porque mudei –, então trabalhei mais em termos de relacionamento com Secretarias, buscando recursos. Mas eu sempre digo: o deputado que é governista tem sempre a condição de trazer benefícios para a comunidade e o da oposição vai ficar no discurso, porque infelizmente a política ainda é assim. Ainda se boicota o opositor.

JLPolítica - A disputa pela Prefeitura de Aracaju em 1992 e a derrota para Jackson Barreto lhe frustrou para novas investidas para o Executivo?
LM -
Não, não me frustrou. Na verdade, eu estava um pouco desiludido com o Legislativo, então tentei ali o Executivo. Como não deu certo, me afastei. Mas não por decepção, simplesmente porque não quis mais esse tipo de disputa.

JLPolítica - O senhor acredita que valeu tanta dedicação?
LM -
Apesar dos percalços, sim. Porque, de certo modo, você contribui com seu Estado, representa seu Estado. Eu gostaria de ter contribuído muito mais, mas devido às limitações do Legislativo, não pude.

Sobre Maísa: \"é muito carismática. Ela começou agora, mas já teve mais votos do que eu\"

DE BERNARDINO MITIDIERI, A HERANÇA PROFISSIONAL
“Modéstia à parte, meu pai foi um médico muito conceituado no centro-sul - Boquim, Riachão e Tobias Barreto. Era muito humanitário, e aprendi a Medicina com ele. Acompanhando-o. Foi convidado muitas vezes para ser candidato a prefeito de Boquim e nunca aceitou”

JLPolítica - O senhor vai deixar algum inimigo na política?
LM -
Não. Já tive grandes adversários em Boquim, por exemplo, mas fora da política todos eram meus amigos pessoais. Inclusive o Cleonâncio Fonseca.

JLPolítica - O senhor vai ficar 100% fora da política?
LM -
Na verdade, 100% em termos de mandato sim. Mas sempre estarei envolvido de outra forma, porque de uma maneira ou de outra todos somos políticos. Sem falar que tenho dois filhos na atividade e, querendo ou não, tenho que acompanhá-los.

JLPolítica - Qual é a principal característica de um político para suceder-se bem e reconquistar tantos mandatos?
LM -
Acho que, primeiro, é dar atenção às pessoas. Às lideranças com as quais convive. Tem que ter compromisso. Eu faço isso durante os quatro anos. Não sou político que some depois da eleição. Eu visito continuadamente Carira, Boquim, Umbaúba - todos os municípios. E dou atenção a todos eles. Faço política todos os dias e não de quatro em quatro anos.

JLPolítica – O senhor sente muita diferença da campanha de 1986 para esta de 2018 nas tratativas entre as lideranças políticas e o eleitorado?
LM -
Sim. As de 86 e 90 foram totalmente diferentes das de 94 para cá. Quando entrei na política, não sabia exatamente nem quem era o chefe político. Eu era do PMDB, o candidato ao Governo do Estado era José Carlos Teixeira, e Seixas Dória e Francis Rollemberg eram candidatos a senador, meu deputado federal era Bosco França, e a gente só votava no nosso agrupamento. Não votávamos em candidatos de outros partidos, como se faz hoje, cuja miscelânea é grande, porque hoje os agrupamentos políticos permitem isso. Você está em um partido e vota em candidato de outro. Na época em que comecei não tinha disso.

Assegura que os Mitidieri trabalharam de igual modo para Rogério e JB

OU A MEDICINA, OU A POLÍTICA
“Eu era um médico bem conceituado e tinha uma clientela muito grande. Atuava como obstetra, embora no interior a gente fizesse de um tudo. Já como deputado, chegou a um ponto em que eu não tinha mais condições de atender. Ficou difícil para mim”

JLPolítica - Mas o doutor Bernardino reprovou a sua escolha pela política?
LM -
Não. Muito pelo contrário. Ele me apoiou. Ele mesmo foi convidado muitas vezes para ser candidato a prefeito de Boquim e nunca aceitou. E foi convidado pelos dois lados, ou seja, ele seria candidato único, tanto de Cleonâncio Fonseca quanto de Nivaldo dos Santos, o que era possível naquela época. Porque ele, como médico, atendia a pessoas de todos os lados. Sem distinção. Apesar de ele ter sua posição política, ele atendia a todos. Era unanimidade. E me ajudou muito no primeiro mandato. Ele me disse: “só não faça decepcionar a mim ou a sua família. Seja honrado”. Foi-me um excelente cabo eleitoral.

JLPolítica - Das seis legislaturas que o senhor tomou parte na Alese, teria uma pela qual o sentira uma espécie de saudade e diria que foi marcante?
LM -
Teria sim. Meu melhor mandato, e acho que o mandato que eu mais me dediquei, foi o primeiro, que foi o da elaboração da Constituição. Na época você ouvia a comunidade. Nós fizemos a Constituição, em 1989, e aquilo para nós foi muito bom. Foi espetacular.

JLPolítica - Era uma Assembleia de grandes homens...
LM -
Era. E nós estávamos envolvidos com aquele processo todo. O segundo mandato veio quando eu já não queria mais ser candidato, mas pelas circunstâncias políticas locais eu tentei e depois foi quando eu fiquei um tempo sem me candidatar por um tempo, em 94 e 98.

JLPolítica - Mesmo tendo uma vida parlamentar tão longeva, por que o senhor não presidiu o Poder Legislativo de Sergipe?
LM -
Porque o Poder Legislativo precisa de muita dedicação para ser seu presidente. E eu tinha outras atividades. Já estava dando pouca atenção à minha atividade empresarial, para ser presidente aí eu teria que parar de vez.

Sobre Belivaldo: \"vai ser o nosso senador daqui a quatro anos\"

DE FORA, MAS POR DENTRO DA POLÍTICA
“Na verdade, 100% em termos de mandato sim. Mas sempre estarei envolvido de outra forma, porque de uma maneira ou de outra todos somos políticos. Sem falar que tenho dois filhos na atividade e tenho que acompanhá-los”

JLPolítica - Isso melhorou ou piorou?
LM -
Eu acho que piorou. Nesse aspecto piorou. Não existe muito compromisso. É cada qual por si. O eleitor também mudou muito. Ele criminaliza muito o político e bota todos no mesmo barco – o honesto e o desonesto. Veja que já em 1990 os deputados constituintes nota 10 de 1986 não se reelegeram. Sabe por que? Porque estavam em Brasília defendendo o Estado e os outros estavam aqui perto dos eleitores. Isso se deu no âmbito local. O grande exemplo foi Marcelo Déda, que foi eleito em 86 como o mais votado e em 90 não conseguiu. Eu passei o tempo todo tentando conscientizar as pessoas sobre a importância do voto, mas até hoje isso não existe, não se concretizou.

JLPolítica - O partido político brasileiro também não ajuda...
LM -
Não. Muda muito. E piorou de 1986 para cá. Porque naquela época, lembro que quando fui presidente do PMDB tínhamos reuniões da Executiva toda quarta-feira. Hoje o partido não se reúne nunca.

JLPolítica - O senhor seria capaz de prever o futuro político de Fábio Mitidieri?
LM -
Eu acho que Fábio é um bom político. Ele gosta muitíssimo da atividade. Muito mais do que eu. Fábio vive política. Tanto é que você viu o resultado disso agora na eleição, quando todos os deputados, de maneira geral, tiveram menos votos do que na eleição anterior, Fábio cresceu. Saiu de 80 mil votos para mais de 103 mil. O segundo colocado teve 68 mil. Então acho que ele tem um grande futuro pela frente. Tudo na vida é planejamento, e ele precisa disso. E, nesse sentido, precisa focar em 2022, já que ele é legislativo. Lá, daqui a quatro anos, teremos uma vaga de Governo e uma de Senado. Se Belivaldo Chagas for para a de Senado, só sobra a de governador. Então, Fábio Mitidieri vai ter que trabalhar para isso. É fato que há outras pessoas que querem, como o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, Rogério Carvalho, mas Fábio também vai se colocar como candidato. Há um planejamento para que ele seja candidato a governador. É legítimo. E não estamos antecipando eleição. Mas ele tem que trabalhar para ser candidato majoritário.

JLPolítica – Desde agora em 2018, o senhor já veria ele preparado para disputar o mandato de governador em 2022?
LM -
Sim. Nessa eleição, ele já poderia ter sido candidato a senador. Mas fizemos uma opção pelo grupo, porque inicialmente se falava que Belivaldo seria o candidato e que eu poderia ser a vice. O que fizemos foi o seguinte: eu saio, não sou candidato - já que eu queria sair - e isso facilitaria o agrupamento. Fábio iria ao Senado, mas Jackson Barreto resolveu concorrer, e respeitamos esse desejo. E, independentemente de ser meu filho, ele seria um grande nome já nesta eleição.

Exerceu 6 mandatos de deputado estadual

SAUDADES DA POLÍTICA DE ANTIGAMENTE
“Não votávamos em candidatos de outros partidos, como se faz hoje, cuja miscelânea é grande, porque os agrupamentos políticos permitem isso. Você está em um partido e vota em candidato de outro. Na época em que comecei não tinha disso”

JLPolítica - Qual é a aposta que o senhor faz do tino político de Maisa Mitidieri?
LM -
Faço uma aposta alta. Maisa é muito carismática. Ela começou agora, mas já teve mais votos do que eu. Ela cresceu, foi a segunda mais votada. Lógico que a gente tem o nosso trabalho, mas se ela não fosse carismática, não teria tido a votação que teve.

JLPolítica - O senhor acha que ela costura bem politicamente?
LM -
Sim, costura. E ela dá atenção às pessoas. Nisso, Maisa saiu a mim. Ela conversa. É atenciosa. Nessa eleição, em muitos municípios eu não ia mais, já era ela que ia sozinha, e todo mundo gostava. Eu diria que Maisa já chegou com autonomia e, em muitos lugares, fez as coisas por conta própria. Nem em todos os lugares ela foi comigo.

JLPolítica - Como é que tem sido a sintonia entre os clãs dos Mitidieri e Andrade, de Jeferson, que comanda o PSD de Sergipe?
LM -
É uma sintonia muito boa. Essa foi uma união que desde que começamos até hoje não tivemos nenhum tipo de problema, e se Deus quiser vamos continuar juntos. Os Mitidieri e os Andrade juntos são mais fortes do que cada um isolado. E a gente vem trabalhando nesse sentido, porque hoje, juntos, somos um grupo muito forte no Estado.

JLPolítica - Há ciumeira?
LM -
Não. Muito pelo contrato. A gente trabalha em conjunto.

Em 1992, tentou, sem sucesso, ser prefeito de Aracaju

FAÇO UMA APOSTA ALTA EM MAISA
“Maisa é muito carismática. Ela começou agora, mas já teve mais votos do que eu. Ela cresceu, foi a segunda mais votada. Lógico que a gente tem o nosso trabalho, mas se não fosse carismática, não teria tido a votação que teve”

JLPolítica - O mandato de deputado lhe deixou ausente do crescimento e evolução do Plamed ou o senhor nunca se descuidou disso?
LM -
O fato de eu não estar presente, pesou. Eu acompanhei, mas à distância.

JLPolítica - O senhor vai se dedicar mais a ele ao lado da esposa Sônia e da sua nora Érica Mitidieri?
LM -
Sim, a partir de fevereiro, quando eu sair da Assembleia completamente.

JLPolítica - Qual é o espaço reservado no Plamed ao seu filho que lhe herdou o nome e a profissão?
LM -
O que Luiz Mitidieri Júnior gosta de fazer é a Medicina. Não gosta de gerenciar e nem de política. Ele gosta de exercer a profissão dele. E, modéstia à parte, exerce muito bem. Eu sempre digo a ele: “faça a Medicina como seu avô e como seu pai, com amor, porque um médico não pode deixar de ter carinho e amor aos seus pacientes”. E esta lição eu espero que os dois que optaram pela política também cumpram no plano do respeito às pessoas e às instituições.

Fevereiro de 2010 em Boquim: Déda participa da missa de 7º dia do médico Bernardino Mitidieri, pai de Luiz Mitidieri

DO PROJETO DE FÁBIO GOVERNADOR EM 2022 II
“Daqui a quatro anos, teremos uma vaga de Governo e uma de Senado. Se Belivaldo Chagas for para a de Senado, só sobra a de governador. Então, Fábio Mitidieri vai ter que trabalhar para isso. É fato que há outras pessoas que querem, mas Fábio também vai se colocar”

JLPolítica - O que é, quantitativamente falando, em termos de usuários, o Plamed hoje?
LM -
O Plamed tem hoje quase 40 mil usuários. Já teve mais, porque tínhamos ações na Bahia e em Alagoas. Em termos locais, isso é muito significativo.

JLPolítica - Qual o faturamento anual dele?
LM -
Eu diria que é um bom faturamento (risos).

JLPolítica - É difícil manter um plano de saúde local, regional, com tantos tentáculos nacionais nesse setor?
LM -
Hoje é difícil manter qualquer empresa localmente, e não só de plano de saúde. Mas temos um conceito muito bom na praça e isso nos ajuda muito. Temos convênios com todos os hospitais e clínicas de Sergipe. Já são mais de 37 anos, e você sabe que no Brasil manter uma empresa há muito tempo com o mesmo CNPJ desde o seu nascimento, não é fácil. Para nós, tem sido possível.

JLPolítica – O Plamed tem três unidades de saúde – duas em Aracaju e uma em Carmópolis. O senhor pensa num hospital maior no futuro?
LM -
Pensamos, sim. Inclusive, já compramos um terreno ali próximo à Clínica São Camilo, que pertence ao Plamed. O projeto deve andar a partir de agora em fevereiro, que vou me dedicar mais.

Orgulha-se de não ter feito inimigos na politica

DO PROJETO DE FÁBIO GOVERNADOR EM 2022
“Fábio é um bom político. Ele gosta muitíssimo da atividade. Muito mais do que eu. Fábio vive política. Ele tem um grande futuro pela frente. Tudo na vida é planejamento e, nesse sentido, precisa focar em 2022”

JLPolítica - O senhor sente o político Belivaldo Chagas como um ente de futuro no PSD, ou ele estaria ali passando uma chuva de urgências?
LM -
Sinto como um dos nossos. Se nós não achássemos isso, não o teríamos convidado para o PSD. Nós o convidamos, o levamos a Gilberto Kassab e, se Deus quiser, Belivaldo Chagas vai ser o nosso senador daqui a quatro anos.

JLPolítica - Qual foi o papel dos Mitidieri na eleição de Rogério Carvalho ao Senado?
LM -
Como em todas as eleições, trabalhamos indistintamente para Jackson Barreto e para Rogério Carvalho. No caso de Rogério, assim como na anterior, que ele perdeu, mas nós também trabalhamos com afinco. Nós somos grupo, e trabalhamos pelos nossos candidatos. Não trabalhamos por um ou outro isoladamente, e sim pelo grupo. Muitas vezes, chegávamos em um município onde diziam, por exemplo, “Jackson está desgastado”. Mas como ele era o nosso candidato, nós trabalhamos para ele e para todos os nossos candidatos.

JLPolítica - Jorge Mitidieri, seu irmão, como primeiro suplente dele, é uma indicação sua ou uma escolha pessoal de Rogério?
LM -
Quando Rogério me convidou para ser o suplente dele, eu já estava decidido a sair da política. Mas queria botar um Mitidieri na chapa, porque achava que fortalecia o projeto dele. E o nome do meu irmão foi o que nos representou.

JLPolítica - Na prática, até que ponto o Plamed supre a sua ausência da condição de médico?
LM -
Na verdade, a Plamed sofreu muito com a minha ausência. Admito que ela poderia estar hoje muito mais forte, mas de qualquer forma ela tem sido bem conduzida. Antes, minha esposa que tomava conta sozinha, depois Érica, minha nora, passou a atuar lá. E elas vêm conduzindo muito bem.

Diz ter muita saudade da \"politica de antigamente\"
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