Márcia Guimarães: “Dívidas acumuladas são um grande peso para o Cirurgia”

Entrevista

Jozailto Lima

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Márcia Guimarães: “Dívidas acumuladas são um grande peso para o Cirurgia”

10 de abril de 2021
“Não consigo visualizar o sistema estadual de saúde “funcionante” sem o Cirurgia”

Prestes a completar 100 anos, o Hospital de Cirurgia Dr Augusto Leite tem um itinerário de prestação de serviço e de existência que se confunde com o da saúde pública do Estado de Sergipe.

A tradução disso é que ele é abarrotado de carências e de problemas. Muitos problemas. Mas também de muitas virtudes e significados para lá de positivos.

Nos últimos anos da década passada, o velho e bom Hospital de Cirurgia e sua grande malha de prestação de serviços ao sistema de saúde pública de Sergipe pelo Sistema Único de Saúde quase naufragaram. Andaram beijando a lona.

Isso quer dizer da inviabilidade de muitos dos seus serviços, com salários de médicos, enfermeiros e todos os demais trabalhadores atrasados, e fornecedores com os contratos de perna pro ar.

A solução encontrada pelo Ministério Público e os Poderes Judiciário e Executivo foi a de estabelecer uma cogestão ali. Coube ao Governo de Sergipe indicar em 2018 para o cargo de cogestora a enfermeira Márcia Guimarães, 52 anos, e dona de uma carga adensada de boas ações e de expertise na gestão da saúde pública.

Mas em 95 anos do portentoso e problemático Hospital de Cirurgia, Márcia Guimarães foi a primeira mulher a assumir a direção geral - ela não se sentiu segregada nem atarantada. E desde então, não mediu esforços para decidir por acertadas atitudes em favor do velho paciente hospitalar.

Sob Márcia Guimarães e seus colegas de Diretoria, o Hospital de Cirurgia saiu da UTI, já deixou a enfermaria e é hoje um paciente a caminho de uma vida normal. Respira sem ajuda de aparelhos, embora não abra mão de afagos em forma de ajuda financeira.

Com um custo mensal de R$ 12 milhões, amparado por muitas pessoas físicas, jurídicas e por políticos com mandatos, o HC ainda sofre, mas está em fase de desmame de remédios e marchando para a consolidação de reformas físicas, estruturais e financeiras.

Márcia Guimarães não se intimida diante do tamanho gigantesco do HC e dos problemas dele
Num momento de pausa “em conversa” com um guaiamum, um dos seus pratos preferidos para relaxar e distrair

É desse empenho que trata essencialmente essa Entrevista. Márcia não é somítica para trabalhar e muito menos para dizer o que fez e o que fará.

“O Hospital de Cirurgia sempre liderou a assistência à saúde da população sergipana. Desde sua criação, destacou-se pela visão de futuro, fomentando não só a assistência, mas também a formação dos trabalhadores da saúde em Sergipe”, dirá ela.

“Somos referências nas áreas da Cardiologia, Neurocirurgia, Ortopedia, Cirurgia Vascular e Oncológica, especialidades com demanda crescente na sociedade. Os atendimentos no Cirurgia, em mais 90%, são para o SUS. Quase 100% dos procedimentos de alta complexidade do SUS no Estado são realizados aqui. Estamos cumprindo sempre a nossa missão de atender com mais qualidade e mais pacientes. Por tudo isso, não consigo visualizar o sistema estadual de saúde “funcionante” sem este Hospital Cirurgia”, completará.

Márcia de Oliveira Guimarães nasceu no dia 14 de setembro de 1968 em Aquidabã, Sergipe. Ela é filha de Francisco Assis de Oliveira e de Maria José Matos. É casada com Washington Guimarães e é mãe de Tiago de Oliveira Guimarães, de 28 anos.

Márcia Guimarães tornou-se enfermeira em 1994 pela Universidade Federal de Sergipe e tem especialização em Recursos Humanos, Urgência e Emergência e Saúde Pública.

Márcia com o deputado estadual Zezinho Sobral, na 22ª Feira Internacional Hospitalar em SP, em 2015, quando era diretora Operacional da Fundação Hospitalar e ele secretário de Estado da Saúde

Apesar da pouca idade, na área dela Márcia Guimarães já foi de quase um tudo. Aliás, seu flerte eterno com o velho HC vem de longe e, logo, desde cedo. Em 1º de abril de 1996 ela já batia ponto nesta instituição.

E começou pelo Centro Cirúrgico e também na Coordenação de Enfermagem, onde foi responsável pela Gerência de setores de grande importância para o funcionamento da casa, como Nutrição, Lavanderia e Higiene e Limpeza.

Ficou ali até 2001 e teve uma segunda passagem, dessa vez mais rápida, em 2003, atuando na Clínica Cirúrgica Geral.

Mas já teve atuações na Unimed, no Day Hospital Diagnose, na Secretaria Municipal de Saúde de Aquidabã, onde coordenou a Atenção Básica. Passou pelo Samu de Aracaju, fez parte das primeiras equipes, ajudou a implantar unidades do Samu em outros Estados e executou atividades na coordenação de Logística do Samu Estadual de Sergipe.

Márcia atuou, também, no Pronto Socorro e no Centro Cirúrgico do Hospital de Urgências de Sergipe, foi diretora Operacional da Fundação Hospitalar de Saúde e de Gestão de Sistemas da Secretaria de Estado da Saúde. 

Muito dessa performance, a batalhadora Márcia Guimarães debita na conta da sua profissão. “Me orgulho muito de minha formação em enfermagem. Se fosse para escolher novamente, faria isso. A enfermagem é a liderança máxima na escala do cuidar. Ela é essencial para qualquer desfecho assistencial ou administrativo. Dentre todas as profissões da saúde, é a que mais faz diferença no sucesso do serviço”, chancela.

Por tudo isso e muito mais, a Entrevista com a enfermeira Márcia Guimarães pede para ser lida.

Márcia Guimarães na frente do Centro Cirúrgico do Hospital de Cirurgia, espaço que ela pretende reformar ainda neste ano
O CIRURGIA E A LIDERANÇA NO CAMPO DA SAÚDE
“O Hospital de Cirurgia sempre liderou a assistência à saúde da população sergipana. Desde sua criação, destacou-se pela visão de futuro, fomentando não só a assistência, mas também a formação dos trabalhadores da saúde em Sergipe”


JLPolítica - Em maio de 2026, o Hospital de Cirurgia completará 100 anos. Tem como medir ou aferir a importância dele neste quase um século?
Márcia Guimarães -
O Hospital de Cirurgia sempre liderou a assistência à saúde da população sergipana. Desde sua criação, destacou-se pela visão de futuro, fomentando não só a assistência, mas também a formação dos trabalhadores da saúde em Sergipe. Foi aqui a primeira Escola Técnica de Enfermagem, em 1952, e a primeira Escola da Faculdade de Medicina, em 1961. A tecnologia também teve seu maior berço aqui: primeiro Raio-X, hemodinâmica, radioterapia, tomografia, além da realização dos procedimentos mais complexos, como o primeiro transplante cardíaco das regiões Norte e Nordeste. Ao longo de décadas, fomos Hospital de Pronto-Socorro do Estado responsável por diversas especialidades médicas. Por aqui, passaram grandes nomes, ícones da saúde sergipana, como nosso fundador, Dr. Augusto Leite, e tantos outros nobres colegas. Na atualidade, destacamos muitos nomes que engrandecem a medicina em Sergipe, que têm mantido a missão na assistência e na formação dos novos profissionais. São tantos profissionais médicos e não médicos que engradecem o nome desse hospital que, não citar a todos, seria uma grande falha. Por isso, citarei o nome de Dr. Rilton Morais, pois, como nosso diretor Técnico, ele representa bem a todos. O time de ontem e o de hoje traz solidez ao hospital. Por tudo isso, digo que, se fosse aferida a importância do Cirurgia, estaríamos no mais alto ponto.

JLPolítica - Pelo que a senhora conhece do dia a dia dele e pelo que leu de situações passadas, quando foi que o Hospital de Cirurgia vivenciou a sua pior crise de prestação de serviço?
Márcia Guimarães -
Os números mostram que, de 2014 a 2016, o hospital iniciou uma queda significativa na sua produção de saúde, sendo que 2017 e 2018 foram os piores dos últimos sete anos.

JLPolítica - Qual foi a intenção do governador Belivaldo Chagas quando indicou a senhora como cogestora do Hospital de Cirurgia lá em 2018? O que ele e a senhora pactuaram?
Márcia Guimarães -
A intenção do governador Belivaldo Chagas era a de que o Cirurgia produzisse saúde. Apostou em minha capacidade técnica de entender o funcionamento desse hospital e o apontamento de ações efetivas para funcionamento harmônico. Pactuamos que eu viria participar da cogestão, porém, caso não houvesse condições de desenvolver uma parceria para o trabalho conjunto, eu retornaria ao meu posto na Secretaria de Estado da Saúde.

Em casa e com as dela: Márcia com a mãe, dona Maria José Matos, e as irmãs Rosa Maria e Eliane
DA ARTE DE SUPERAR A CRISE E SEGUIR
“Sem dinheiro e com essa missão grande a cumprir, só havia uma ação a ser feita: negociação. Somente o retorno das atividades poderia promover o sucesso da nossa missão, pois o contrato do hospital com a SES é de produção: precisávamos realizar atendimentos, receber pelo trabalho e fazer a engrenagem funcionar”


JLPolítica - Como se encontrava o Hospital de Cirurgia antes do início da intervenção judicial que coube à senhora liderar?
Márcia Guimarães -
Os serviços de alta complexidade estavam comprometidos. Médicos estavam sem receber salários há sete meses, funcionários com seus salários também atrasados, equipamentos quebrados, insumos básicos e órteses e próteses sem fornecimento. A cirurgia cardíaca estava paralisada há mais de 60 dias, tratamentos de quimioterapia há mais de seis meses sem funcionar, pacientes sendo transferidos para a Oncologia do Huse. Radioterapia com o acelerador linear - equipamento para o tratamento radioterápico - quebrado. A Neurocirurgia sem microscópio para realizar os procedimentos de cirurgias intracranianas. Havia uma diminuição grave das cirurgias urológicas, vasculares e hemodinâmicas. Sem falar na falta grave de insumos e rouparia que viabilizasse um internamento decente. Com isso, o sistema estadual de saúde estava prejudicado. Ou seja, a nossa missão era prover condições de retomada total das atividades.

JLPolítica - Quais as ações concretas tomadas no início da intervenção para que o Hospital de Cirurgia começasse produzir novamente?
Márcia Guimarães -
Sem dinheiro e com essa missão grande a cumprir, só havia uma ação a ser feita: negociação. Somente o retorno das atividades poderia promover o sucesso da nossa missão, pois o contrato do hospital com a SES é de produção: precisávamos realizar os atendimentos, receber pelo trabalho e, assim, fazer a engrenagem funcionar. Por isso, busquei cada especialidade, cada grupo de fornecedor e prestador para chegar ao entendimento de quais seriam as providências necessárias para a retomada.

Márcia Guimarães com o esposo Washington Guimarães e o filho Tiago de Oliveira Guimarães
DE COMO CONSEGUIU RESGATAR A CREDIBILIDADE
“Com a regularização de salários, compra de equipamentos, insumos, fomos adquirindo a credibilidade. E, em dois meses, conseguimos reativar os atendimentos, provando que o Cirurgia, tendo condições, corresponderia à sua missão de cuidar mais e melhor”


JLPolítica - A senhora recebeu total autonomia para agir?
Márcia Guimarães -
Sim. Naquele momento, tivemos uma carta de confiança e abrimos um plano de trabalho para a reativação das cirurgias e do retorno das quimioterapias. Paralelo a isso, necessitávamos dar condições melhores de trabalho a todos os colaboradores e isso exigia a negociação em todos os níveis da cadeia administrativa e assistencial.

JLPolítica - E conseguiu resgatar a credibilidade?
Márcia Guimarães -
Com a regularização de salários, compra de equipamentos, insumos, fomos adquirindo a credibilidade. E, em dois meses, conseguimos reativar os atendimentos, provando que o Cirurgia, tendo condições, corresponderia à sua missão de cuidar mais e melhor, sendo muito importante para o sistema estadual de saúde.

JLPolítica - O mandato de interventora da senhora vai fazer três anos em novembro próximo. Ele será renovado ou vai parar ali?
Márcia Guimarães -
Veja, eu fui indicada e estou zelando para cumprir a minha missão. Agora, com relação à situação futura, não cabe a mim e sim ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Justiça do Estado decidirem.

Em 1996, com dois anos de formada, Márcia Guimarães reunida com diversos colaboradores do Cirurgia
PARCEIROS NA EMPREITADA DE REFORMAR
“Nosso Plano de Reestruturação também passa pela execução de construção de novas áreas e reforma. Com a ajuda de grandes parceiros, como a Universidade Tiradentes, Tribunal de Justiça de Sergipe e deputados e senadores sergipanos - por meio de emendas parlamentares -, pudemos reformar”


JLPolítica - Sendo uma mulher, uma enfermeira e não um médico, a senhora sentiu clima de restrição ao seu nome?
Márcia Guimarães -
Não. Na verdade, muitas vezes acharam que a minha formação era de médica. Mas, claro, não eram os médicos que pensavam isso, pois grande parte deles me conhecia. Sempre trabalhei na assistência e na gestão, tendo passado muitos plantões trabalhando com muitos deles ou negociando protocolos assistenciais, aqui no próprio HC, na década de 90, como em vários outros hospitais da rede privada, planos de saúde e nas funções que desenvolvi na Secretaria de Estado da Saúde.

JLPolítica - Quais as principais linhas do Plano de Reestruturação para melhorar a gestão e a assistência aos pacientes posto em prática por sua administração?
Márcia Guimarães -
O Plano de Reestruturação do hospital tem seus pilares na melhoria da gestão e da assistência. Na linha da gestão, o planejamento estratégico foi confeccionado com a ajuda de muitas mãos, nos dando uma visão de futuro. Iniciamos a melhoria dos processos administrativos, dando controle e fluxo. Pode parecer pouco, mas quem trabalha com a empresa mais complexa de todas, que é um hospital, entende que começar do zero é um grande desafio. Você imagine: do zero desestruturado? Na assistência, o processo de segurança do paciente foi priorizado. Isso nos fez empreender esforços na melhoria das condições de trabalho e modernização tecnológica. Renovamos a padronização dos insumos, adquirimos - muitos alugados - equipamentos médicos, como mesas cirúrgicas, bisturis elétricos, serras elétricas. Colocamos para funcionar a tomografia, que estava em caixa há mais de três anos, assim como o novo equipamento para o tratamento da radioterapia e a ressonância.

No encerramento do Projeto Todos pela Saúde, do Itaú, Márcia juntamente com a equipe técnica e assistencial do Cirurgia
RESPEITO À MEMÓRIA DE AUGUSTO LEITE
“A história dessa instituição e a memória do fundador foram pilares que não deixaram o Cirurgia sucumbir após tamanha degradação. Foram a base de sua criação e toda sua trajetória de marcos históricos que nos fizeram acreditar que era possível reerguê-lo. Quando do falecimento de Dr. Augusto Leite o Conselho Deliberativo incorporou o nome dele ao do hospital”


JLPolítica - Os colaboradores da casa se sentiram mais seguros?
Márcia Guimarães -
Sim. As ações executadas trouxeram uma segurança para os nossos colaboradores e para os nossos pacientes. Nosso Plano de Reestruturação também passa pela execução de construção de novas áreas e reforma. Com a ajuda de grandes parceiros, como a Universidade Tiradentes, Tribunal de Justiça de Sergipe e deputados e senadores sergipanos - por meio de emendas parlamentares -, pudemos reformar setores como o Ambulatório Geral, três enfermarias, uma Unidade de Terapia Intensiva; a Central de Processamento de Roupas, a nossa Lavanderia, a Sala de Recuperação Pós-Anestésica – SRPA - do nosso Centro Cirúrgico Geral, e criamos 30 novos leitos de UTI que permanecerão pós-pandemia, totalmente equipados e humanizados.

JLPolítica - Qual é o custo mensal do Hospital de Cirurgia?
Márcia Guimarães -
O custeio do hospital hoje gira em torno de R$ 12 milhões mensais.

JLPolítica - Ele ainda arrasta consigo algum tipo de déficit financeiro?
Márcia Guimarães -
Sim. As dívidas acumuladas, ao longo de vários anos, são um grande peso para o hospital e prejudicam muito nossas ações hoje.

Márcia Guimarães em reunião na Ebserh, em Brasília, com a presença do então reitor e vice-reitor da UFS
ENFRENTANDO BEM A PANDEMIA DE COVID
“O nosso HC foi também um dos primeiros hospitais de Sergipe a disponibilizar videochamadas e boletins online do quadro clínico dos pacientes, com o objetivo de acolher e manter os familiares informados, assim como diminuir a angústia e o distanciamento social”


JLPolítica - Como a história desta instituição lida com o passado, a importância e a memória do médico Augusto Leite e a partir de quando o Hospital de Cirurgia incorpora institucionalmente o nome dele?
Márcia Guimarães -
A história dessa instituição e a memória do fundador foram pilares que não deixaram o Cirurgia sucumbir após tamanha degradação. Foram a base de sua criação e toda sua trajetória de marcos históricos que nos fizeram acreditar que era possível reerguê-lo. Quando do falecimento de Dr. Augusto Leite o Conselho Deliberativo incorporou o nome dele ao do hospital. Porém, o que se vê é que o nome que ele escolheu, Hospital de Cirurgia, se mantém forte até os dias de hoje.

JLPolítica - Qual tem sido o desempenho desta instituição na oferta de leitos para tratar pacientes com a Covid-19 neste mais de ano da pandemia do coronavírus?
Márcia Guimarães -
O Hospital Cirurgia tem garantido o seu papel de importância no sistema de saúde. Ofertamos na primeira onda 70 leitos, sendo 40 de UTI e 30 de leitos clínicos - enfermaria e quartos. Hoje, com o aumento da necessidade do Sistema de Saúde, estamos com 50 leitos de UTI e 42 de leitos clínicos. Tenho tido muito orgulho do nosso time de trabalhadores, pois o tratamento de pacientes com a Covid-19 é muito desgastante. Mas eles não são moles não, pois desistir não é uma opção.

Acompanhada de Dr. Rilton Morais, Márcia em reunião do Fórum Permanente de Combate à Corrupção, no Tribunal de Contas
UM HOSPITAL QUE É A CARA DO SUS
“Os atendimentos no Cirurgia, em mais 90%, são para o SUS. Quase 100% de alta complexidade do SUS no Estado são realizados aqui. Somos referências nas áreas da Cardiologia, Neurocirurgia, Ortopedia, Cirurgia Vascular e Oncológica. Por tudo isso, não consigo visualizar o sistema estadual de saúde “funcionante” sem este Hospital Cirurgia”


JLPolítica - O Cirurgia se planejou quando pressentiu a onda da Covid-19 se aproximando?
Márcia Guimarães -
Sim. É importante ressaltar que, para oferecer o melhor tratamento aos pacientes, no início de março de 2020, antes de surgirem os primeiros casos de pacientes com a Covid-19 em nosso Estado, toda a equipe da direção, coordenação médica, equipe multiprofissional iniciou preparativos para lidar com o vírus, ciente da necessidade de planejar e executar ações prévias. Com este grande planejamento feito, o nosso Cirurgia, que sempre foi um referencial para Sergipe, mesmo diante de uma situação tão adversa, consegue atender quantitativamente e qualitativamente. Isso só é possível graças a muito trabalho e força de vontade dos nossos colaboradores, sob a liderança de nosso diretor Técnico, Dr. Rilton. E graças à ajuda de instituições, a exemplo da Universidade Tiradentes, Tribunal de Justiça, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Banese, de grupos de empresários, como os do Lide e da Fecomércio, e muitos voluntários anônimos que nos deram condições de comprar insumos, rouparia e equipamentos, como ventiladores mecânicos. Outro diferencial do Cirurgia foi a participação no Projeto Todos pela Saúde - uma iniciativa nacional, financiada pelo Banco Itaú, que nos auxiliou a qualificar o gerenciamento e desenvolvimento da assistência hospitalar para o enfrentamento da Covid-19.

JLPolítica - O Cirurgia permeou esse projeto por inteiro?
Márcia Guimarães -
Sim. Inclusive, fomos destaque nacional do projeto, sendo o único hospital do Norte e Nordeste a concluir todos os pontos dele. Além do mais, o nosso HC foi também um dos primeiros hospitais de Sergipe a disponibilizar videochamadas e boletins online do quadro clínico dos pacientes, com o objetivo de acolher e manter os familiares informados, assim como diminuir a angústia e o distanciamento social. Diante de tanto trabalho, esforço feito, faço aqui um apelo à nossa população: faça o uso constante e correto da máscara, faça sempre a higienização das mãos e, principalmente, não faça aglomeração. Evite ir para o supermercado, se não for necessário, por exemplo. São tantas coisas que podemos evitar, para podermos diminuir o número de casos de pessoas com a Covid-19 e este sofrimento que todos nós vivemos.

JLPolítica - A pandemia comprometeu outras prestações de serviços na esfera da saúde?
Márcia Guimarães -
Diria que sim. No HC, na primeira onda, quase não diminuímos o atendimento cirúrgico e, em algumas especialidades, até aumentamos execução. Porém, nessa segunda onda, o comprometimento de pacientes foi maior, exigindo mais leitos e, principalmente, mais insumos, que ficaram mais difíceis no mercado. Por isso, houve a necessidade de restringir o que fosse possível esperar.

Márcia celebra aniversariantes do mês, em 1996: Clovis Andrade, cardiologista falecido em 2008; Celso, diretor Administrativo; Elizabeth Paiva, diretora Clínica, e Antônia Damasceno, da Central de Roupas
UNIDADE DE CIRURGIA CARDÍACA SAI DA HIBERNAÇÃO
“A notável Unidade de Cirurgia Cardíaca existe e está aqui no HC. Prefiro pensar que estava em hibernação, não por desejo dos que fazem esse grande e necessário serviço, mas por falta de condições de prestarem assistência digna aos seus pacientes. Abrimos canal de escuta com todos, investimos muito na revitalização da cirurgia cardíaca”


JLPolítica - A senhora consegue imaginar a prestação de serviço de saúde pública em Sergipe, via SUS, sem a presença do HC?
Márcia Guimarães -
Os atendimentos no Cirurgia, em mais 90%, são para o SUS. Quase 100% dos procedimentos de alta complexidade do SUS no Estado são realizados aqui. Somos referências nas áreas da Cardiologia, Neurocirurgia, Ortopedia, Cirurgia Vascular e Oncológica, especialidades com demanda crescente na sociedade. Estamos cumprindo sempre a nossa missão de atender com mais qualidade e mais pacientes. Por tudo isso, não consigo visualizar o sistema estadual de saúde “funcionante” sem este Hospital Cirurgia.

JLPolítica - De outubro de 2018 a dezembro de 2020, Hospital de Cirurgia participou do Projeto de Reestruturação de Hospitais Públicos, do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde - Proadi-SUS -, sendo orientado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz – HAOC –, de São Paulo. Como foi a participação, qual a importância deste projeto para o hospital?
Márcia Guimarães -
Esse projeto foi essencial para o nosso desenvolvimento. Naquele momento de alta fragilidade financeira, administrativa e assistencial, esse projeto foi nossa tábua de salvação. Não conseguiríamos pagar uma consultoria com acompanhamento tão constante e de tão alta qualidade. Não sei se você sabe, mas o Cirurgia havia sido reprovado no processo seletivo. Foi a menor nota entre os hospitais participantes do projeto do Brasil. Precisei muito da Secretaria de Estado da Saúde para nos ajudar, junto ao Ministério da Saúde, que nos aceitasse no projeto. O HAOC dizia que não teríamos condições de acompanhar as ações obrigatórias de evolução da qualidade. Insistimos e conseguimos chegar ao término do período como case de sucesso. Foi impressionante a nossa evolução. Quem fez isso? Nossos colaboradores. Eles estudaram, mudaram postura e superaram. Pela nossa performance, fomos logo selecionados para ter o projeto Teleuti Covid-19 durante o ano de 2020 - outra ação do HAOC que nos ajudou muito na assistência aos pacientes acometidos por essa doença.

Márcia Guimarães batizando um dos seus inúmeros afilhados do coração
PREVISÃO DE INVESTIMENTOS FUTUROS
“A pandemia alterou não só cronograma, mas as planilhas de custos também. Isso é claro, notório e aqui não seria diferente. Mesmo assim, a ampliação do Centro Cirúrgico já está contratada e deve ser iniciada no início do próximo semestre. A UTI Pediátrica está programada em local que hoje funciona como ala Covid-19”


JLPolítica - Qual o conceito que a senhora tem da nota 7,6 alcançada na participação do programa ONG Transparente do Ministério Público de Sergipe e da Promotoria do Terceiro Setor?
Márcia Guimarães - 
Tenho um conceito ótimo. As barreiras que tivemos que superar para poder chegar a essa nota não foram poucas. A cultura da transparência não é conseguida facilmente, mas não deixaremos de buscar essa concretização. Em 2019, aderíamos ao ONG Transparente do Ministério Público Estadual, projeto que pede que todas as Organizações Não Governamentais e instituições filantrópicas coloquem no Portal da Transparência o que é feito, o valor que é recebido de incentivos, recursos públicos. Quando iniciamos no programa, na primeira avaliação - que foi experimental -, tivemos uma nota 5,4, equivalendo a 50% do que deveríamos ter informado no portal. E, na segunda avaliação - oficial -, em 2020, já recebemos a nota 7,6. O Cirurgia não tinha um modelo de processo de trabalho e transparência definido. Então, passamos quase um ano buscando informações entre as especialidades médicas, os serviços de apoio, e só no final de 2019 que começamos a fazer a montagem da nossa transparência. Quando saímos da nota 5,4 para 7,6, percebe-se que houve um progresso em uma instituição que está passando por uma reestruturação. Aproveito este espaço para parabenizar o MPE, através da Promotoria do Terceiro Setor, conduzida pela promotora Ana Paula Machado, por este excelente programa.

JLPolítica - Quais os caminhos para se obter uma absoluta transparência de gestão numa instituição do porte do Hospital de Cirurgia?
Márcia Guimarães -
O caminho é a mudança da cultura. Porém, impasses, muitas vezes legais, trazem impeditivos para o alcance pleno. Cabe a nós gestores encontrar a melhor forma de atingir a transparência sem ferir direitos individuais.

JLPolítica - Em 2020 aumentou, por exemplo, o número de cirurgias em comparação a 2019?
Márcia Guimarães -
No montante geral, houve diminuição. Mas, mesmo com todas as dificuldades vividas devido à pandemia, nosso hospital não parou de funcionar. Quando comparamos 2019 a 2020, tivemos uma ampliação no número de cirurgias onde os problemas de saúde representavam risco a vida dos pacientes, como das especialidades de Gastroenterologia - 55% -, Torácica - 40% -, Oncologia Urológica - 19% - e Oncologia Geral - 15%.

Nos últimos três anos, a gestão de Márcia tem buscado jogar luzes sobre a história do Hospital de Cirurgia, aqui iluminado para o Natal de 2020
PESO DA ENFERMAGEM NAS PROFISSÕES DA SAÚDE
“A enfermagem é a liderança máxima na escala do cuidar. Ela é essencial para qualquer desfecho assistencial ou administrativo. Dentre todas as profissões da saúde, é a que mais faz diferença no sucesso do serviço”


JLPolítica - O que foi feito da notável Unidade de Cirurgia Cardíaca do Hospital de Cirurgia? Desapareceu?
Márcia Guimarães -
Prefiro pensar que estava em hibernação, não por desejo dos que fazem esse grande e necessário serviço, mas por falta de condições de prestarem assistência digna aos seus pacientes. Abrimos canal de escuta com todos, investimos muito na revitalização da cirurgia cardíaca. Desde a aquisição de novos equipamentos para o Centro Cirúrgico e para a UTI Pós-Cirúrgica até o aumento e a melhoria dos insumos para a execução dos procedimentos. A pretensão é aumentar o número de salas cirúrgicas e os leitos de UTI para que aumentamos a oferta de serviços. Então, a notável Unidade de Cirurgia Cardíaca existe e está aqui no HC.

JLPolítica - Afinal, depois de uma década, já estaria instalado o novo acelerador linear e qual a importância desse equipamento na prestação de um bom serviço de oncologia?
Márcia Guimarães -
O novo acelerador só não está funcionando ainda porque está sendo barrado pela lentidão da burocracia. Aguardamos que a Comissão Nacional de Energia Nuclear emita o aval de liberação para o funcionamento, pois o aparelho já está instalado, com as equipes devidamente treinadas, aguardando somente essa autorização. Esse equipamento vai melhorar a capacidade estadual de prestar assistência em radioterapia. É um grande avanço na assistência oncológica em Sergipe. Mas, para chegar a isso, foi um longo caminho. Quando cheguei no Cirurgia, o Serviço de Oncologia era um dos mais desestruturados. A cirurgia oncológica estava escassa e a quimioterapia paralisada há seis meses. A necessidade de reestruturação deste serviço era vital. O acelerador de radioterapia estava paralisado. Em 2018, foram 120 dias de paralisação. Eu não sentia confiança em consertar. Por isso, desativamos e empreendemos esforços na negociação do novo aparelho, que deveria ter sido comprado, pago, mas não estava. Retornamos o processo de negociação junto com a Elekta – fabricante do novo acelerador –, com o Ministério da Saúde e os órgãos de controle para cuidar dos prazos de efetivação do convênio federal para a aquisição do aparelho. Empenhei minha palavra nesse processo e consegui trazê-lo para dentro do nosso Cirurgia após vários anos de espera. É importante informar que, desde quando o antigo acelerador foi desativado, toda nossa equipe de radioterapia foi cedida ao Huse, por meio da parceria firmada com a Secretaria de Estado da Saúde, realizando tratamento radioterápico em pacientes oncológicos do Estado, no horário do terceiro turno, das 17h às 22h. De 10 de setembro de 2018 até o dia 28 de fevereiro de 2021, nossa equipe tratou 427 pacientes, realizando tratamento radioterápico em 40.945 campos.

Márcia Guimarães celebrando o aniversário de um ano do filho Tiago, que neste sábado, 10, fez 28 anos
TIME QUE COLOCA O HC NO MAIS ALTO PONTO
“O time de ontem e o de hoje traz solidez ao hospital. Por tudo isso, digo que, se fosse aferida a importância do Cirurgia, estaríamos no mais alto ponto”


JLPolítica - O atendimento a pacientes oncológicos em 2020 em relação a 2019 sofreu danos diante do cenário de pandemia?
Márcia Guimarães -
Não. Pelo contrário. Mesmo diante do cenário atípico de pandemia, em 2020 o Cirurgia garantiu uma melhor assistência, atendendo um número maior de pacientes oncológicos em relação a 2019. O tratamento de quimioterapia foi o serviço que mais cresceu. Foram realizados 6.309 tratamentos, sendo que, em 2019, 4.040. Ou seja, houve um crescimento de 56,2%. O serviço de consultas também teve avanço. Foram realizadas, em 2020, um total de 4.123 consultas em oncologia clínica e 2.505 consultas em oncologia cirúrgica. Quando comparados com os dados de 2019, constatamos um aumento de 39% em consultas de oncologia clínica e de 17% em oncologia cirúrgica. Já as cirurgias oncológicas tiveram um aumento de 8%, com 691 realizadas, sendo que, pela primeira vez, realizamos o número de procedimentos esperados para uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia - Unacon. Atingimos a meta. Conseguimos isso focando nas melhorias desse serviço tão necessário e de alta fragilidade dos pacientes e de suas famílias. Ampliamos equipes com a contratação de três médicos oncologistas clínicos, médica dos cuidados paliativos e cirurgião plástico para reconstrução mamária pós mastectomia, assim como a equipe multidisciplinar com fisioterapeuta, nutricionista, enfermeiro e assistente social.

JLPolítica - Quando o Hospital de Cirurgia vai se dar por “concluído” do ponto de vista de reformas físicas, de obras civis?
Márcia Guimarães -
Um hospital centenário e com grande capacidade de crescimento nunca vai parar, pois a necessidade da população sempre tem tendência de aumento. Mas, em termos de grandes obras, se houver continuidade dos nossos deputados e senadores em nos enviar emendas parlamentares para finalizarmos o plano diretor de expansão, em mais três anos estaremos concluídos.

JLPolítica - Vai ser possível implantar a UTI Pediátrica e fazer a ampliação do Centro Cirúrgico Geral, como sua gestão pensa para este ano de 2021?
Márcia Guimarães -
A pandemia alterou não só cronograma, mas as planilhas de custos também. Isso é claro, notório e aqui não seria diferente. Contudo, mesmo assim, a ampliação do Centro Cirúrgico já está contratada e deve ser iniciada no início do próximo semestre. A UTI Pediátrica está programada em local que hoje funciona como ala Covid-19. Então, assim que essa fase passar, voltaremos nosso olhar para a execução desta obra.

Márcia Guimarães, em visita ao Hospital de Barretos, São Paulo, juntamente com o governador Belivaldo Chagas e comitiva de Sergipe
A APOSTA FEITA POR BELIVALDO CHAGAS
“O governador Belivaldo Chagas apostou em minha capacidade técnica de entender o funcionamento desse hospital e o apontamento de ações efetivas para funcionamento harmônico”


JLPolítica - Qual a importância destas duas obras na grade de serviços do hospital?
Márcia Guimarães - 
Elas são importantes em duas bases: manutenção da habilitação em alta complexidade, que nos leva a atender todas as faixas etárias, e o compromisso em cuidar mais e melhor

JLPolítica - Há pretensão de reformar outras alas de internamento?
Márcia Guimarães -
Sim. Hoje temos 12 alas de internamento e queremos fazer reforma em todas. Já fizemos reforma em duas unidades de UTIs, em três alas de enfermarias e em uma, de forma parcial. Iniciamos também a melhoria no Centro Cirúrgico Geral e em algumas áreas de apoio. Todas essenciais para o cumprimento das ações civis públicas, que eram muitas, ou para melhoria do serviço.

Com a equipe da Direção do Hospital de Cirurgia, Márcia Guimarães em reunião com o Ministério Público Estadual, apresentando resultados da intervenção
SE PENSAR EM AJUDAR, EIS O CAMINHO
“Podemos receber contribuições de várias formas. Mantemos contas específicas para contribuições financeiras - Caixa Econômica Federal - agência 2186, operação 003, conta corrente 4261-0 - e Banese - agência 048, operação 03, conta corrente 101698-1. Razão Social: Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia, CNPJ: 13.016.332/0001-06”


JLPolítica - Há nomes notáveis, entre pessoas físicas e jurídicas, que se incorporam à ação de ajuda ao Cirurgia enquanto um hospital filantrópico? É possível revelá-los?
Márcia Guimarães -
Ha muitos notáveis mesmo. A começar por cada colaborador que, diariamente, faz da sua lida o melhor cuidar. Mas, pensando nos notáveis e que tem buscado o fortalecimento do hospital e, assim, a manutenção da assistência, posso citar o governador Belivaldo Chagas, o professor Uchoa da Unit, a vice-reitora da Unit, Amélia Uchôa, todos os nossos deputados federais, em especial Laércio Oliveira e Bosco Costa, o senador Alessandro Vieira, o ex-senador Eduardo Amorim, além de empresas, associações e órgãos públicos, como TJSE, que no seu conjunto são notáveis para o HC.

JLPolítica - Quais os caminhos a seguir para as pessoas e as instituições que queiram ajudar financeiramente o hospital?
Márcia Guimarães -
O Cirurgia está sempre de portas abertas para receber ajuda financeira. Podemos receber contribuições de várias formas. Mantemos contas específicas para contribuições financeiras - Caixa Econômica Federal - agência 2186, operação 003, conta corrente 4261-0 - e Banese - agência 048, operação 03, conta corrente 101698-1. Razão Social: Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia, CNPJ: 13.016.332/0001-06. Estamos também na relação de empresas que podem receber contribuições para abatimento no Imposto de Renda, além de estarmos sempre dispostos a receber doações de alimentos e insumos ou algo que possa contribuir com as nossas ações.

JLPolítica - Qual é o conceito que a senhora tem da importância da enfermagem no mix das profissões da área da saúde?
Márcia Guimarães -
A enfermagem é a liderança máxima na escala do cuidar. Ela é essencial para qualquer desfecho assistencial ou administrativo. Dentre todas as profissões da saúde, é a que mais faz diferença no sucesso do serviço. No Hospital de Cirurgia, diversos setores homenageiam enfermeiros que foram ou são referência de competência e dedicação, como a enfermeira Irma Clara, que dá nome ao Centro Cirúrgico Geral, a Unidade de Internamento Enfermeira Maria José Figueiroa - sendo transformada em unidade diagnóstico -, o Centro de Materiais e Esterilização que leva o nome da enfermeira Maria Rita de Cassia da S. Melo, que tanto fez por esse hospital. Me orgulho muito de minha formação em enfermagem. Se fosse para escolher novamente, faria isso.

 

 

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