
Ricardo Roriz: “As sucessivas notas positivas do TCE são prova de que temos agido com responsabilidade na gestão”
“Com a Escola do Senac, tenho certeza de que o artesanato de Santana será tratado com a valorização que merece”
7/10/2023-19h
Bacharel em Gestão Pública, Ricardo Roriz, PSD, 61 anos, caminha de cabeça erguida para encerrar o mandato de prefeito de Santana do São Francisco, o município mais novo do Estado de Sergipe - fez 30 anos no dia 6 de abril deste ano. É 1993, quando foi emancipado de Neópolis, e atendia pelo nome de Carrapicho.
Mas esta não é a primeira experiência de gestor de Ricardo Roriz frente a Santana do São Francisco. Ele já administrou a cidade num outro momento, cujo mandato foi obtido nas eleições de 2008 e desempenhado entre 2009 e 2012.
A diferença, no entanto, é que desta vez, mais maduro, Ricardo Roriz parece bem mais focado e resolutivo frente às necessidades de Santana, que é pequeno, mas não está entre os últimos municípios sergipanos, demograficamente falando.
Com 7.346 habitantes, segundo o censo do IBGE deste ano, ocupando 46.340 quilômetros quadrados no corpo de Sergipe e estando a 121 quilômetros de Aracaju, plantado à margem do grande rio que lhe empresta sobrenome, Santana e os santanenses têm problemas e carências.
Muitos problemas e muitas carências. Mas a maturidade do gestor Ricardo Roriz conseguiu detectar isso desta vez em tempo mais célere e com determinação ele tem atenuado significativamente a situação. A começar pelo social, com um programa próprio de enfrentamento das carências alimentares.
“O Comitê Vida Sem Fome - CVSF - foi o Programa que efetivamente erradicou a fome do nosso município. Assim que cheguei à gestão, foi um dos meus primeiros atos: erradicar a fome do nosso povo. Com a arrecadação do CVSF, conseguimos comprar aproximadamente 50 cestas básicas, todavia distribuímos 1.100 delas ao mês pela contrapartida da Prefeitura”, diz o prefeito.
A seguir, vieram as obras necessárias e infraestruturantes. E nelas, Roriz também não foi escasso. “Desde o início da nossa gestão já inauguramos mais de 40 obras em todo o município”, diz ele.
“Em termos de pavimentação, nosso município está próximo de atingir 40 mil metros quadrados. São números que por si só já se mostram grandiosos, mas ao andarmos pelas ruas e colhermos os sorrisos das pessoas é que temos a magnitude da transformação que temos conseguido proporcionar na vida delas”, complementa.
Diante disso tudo, as pesquisas de opinião pública, segundo Ricardo Roriz, dão uma aprovação estupenda à administração. “A média da gestão municipal é de 95% nas pesquisas que recebemos desde o início do mandato. E isso diz muito do que estamos fazendo pela cidade e pelas pessoas”, avisa o prefeito.
Este desempenho estimula Ricardo Roriz a pensar em tentar a renovação do mandato no ano que vem. “Se há um nível tão alto, se há um reconhecimento, esse reconhecimento é a base e o motivo para acordarmos todos os dias e trabalhar, inclusive visando uma reeleição quando estivermos no momento adequado”, diz o prefeito.
Ricardo José Roriz Silva Cruz nasceu em 5 de julho de 1962 em Aracaju. Ele é filho de Raymundo Firpo Cruz, já falecido, e de Thereza Roriz Silva Cruz. É casado com a psicóloga Clínica Renata Santiago Vargas Roriz Silva Cruz, que lhe dá um bom suporte na gestão.
Ricardo Roriz é pai de quatro filhos - Tarcísio Lima Roriz e Rodrigo Lima Roriz e Gabriela Tartuce Roriz e Bruna Tartuce Roriz.Antes de disputar o primeiro mandato de prefeito em 2008, ele tentou a Assembleia Legislativa em 1994. Tem boas vivências executivas: foi secretário de Obras de Neópolis e secretário de Estado adjunto de Infraestrutura ao lado de Valmor Barbosa, no Governo de Jackson Barreto. Foi diretor Financeiro e presidente da Segrase.


Roriz presidiu a Associação de Prefeitos do Baixo e do Vale do São Francisco de Sergipe e depois a converteu em Federação dos Municípios do Estado de Sergipe - Fames -, a presidiu por dois mandatos e esta entidade ainda hoje está ai em ação.
“O Tribunal de Contas do Estado de Sergipe nos deu esta nota (9,3 em transparência) porque temos atuado com a transparência necessária nas ações administrativas e que afetam o nosso povo. As sucessivas notas positivas são a prova material de que temos agido com responsabilidade na gestão de Santana do São Francisco”, diz.
A Entrevista com Ricardo Roriz é boa de ser lida.
JLPolítica & Negócio - Qual é a diferença entre administrar um município do porte de Santana do São Francisco para um do tamanho e das condições de Aracaju?
Ricardo Roriz - Um município como Santana do São Francisco possui uma receita muito pequena diante de tantos desafios sociais como os que enfrentamos. Aqui, a nossa população vive essencialmente da pesca e do artesanato em barro, o que gera um sustento mínimo para parte das famílias, mas que também insere uma parcela restante na situação de miséria.JLPolítica & Negócio - Num município com esse perfil, os programas sociais são uma obrigação...
RR - Sem dúvida, e graças aos programas de assistência social destinados pelos governos estadual e federal e, mais recentemente, aos royalties oriundos da exploração de gás no nosso município, temos conseguido enfrentar esses desafios e fazer com que o nosso povo possa olhar para frente com mais dignidade.JLPolítica & Negócio - O fato de ser o município caçula, o mais novo de Sergipe, torna Santana do São Francisco mais carente do que outros do mesmo porte dele?
RR - Sim, por causa destas mesmas dificuldades que mencionei anteriormente. Cada município tem a sua realidade e enfrenta seus problemas, mas considero que Santana sofra tanto quanto os demais.

JLPolítica & Negócio - As gestões anteriores não foram muito resolutivas?
RR - Não foram. A ausência de uma ação visionária das gestões anteriores contribuiu muito para certas dificuldades de hoje. É perceptível que houve um olhar praticamente nulo às potencialidades que essa terra oferece, principalmente no turismo. Na nossa administração, temos trabalhado para elevar Santana a um patamar de destino turístico ao nível que ela merece. Temos aqui muito a ser mostrado e também por isso fomos selecionados a participar da Expo ABAV, uma das maiores feiras de turismo da América Latina.JLPolítica & Negócio - Na comparação com os demais municípios do mesmo porte, Santana do São Francisco estaria numa boa posição de infraestrutura e gestão?
RR - Apesar de tudo, com certeza. Digo isso sem o mínimo medo de errar ou de parecer pretensiosismo, pois desde o início da nossa gestão já inauguramos mais de 40 obras em todo o município. Em termos de pavimentação, nosso município está próximo de atingir 40 mil metros quadrados. São números que por si só já se mostram grandiosos, mas ao andarmos pelas ruas e colhermos os sorrisos das pessoas é que temos a magnitude da transformação que temos conseguido proporcionar na vida delas.JLPolítica & Negócio - Quais são as obras estruturantes que a cidade necessita e que não podem ser feitas somente com recursos próprios?
RR - O maior exemplo que temos de obra assim é a da construção da Orla do povoado Saúde. É um sonho que temos buscado concretizar e que tenho a plena certeza de que alavancará o comércio e o turismo de Santana do São Francisco.

JLPolítica & Negócio - Qual é a diferença dessa sua gestão para a primeira, feita entre 2009 e 2012?
RR - Conseguimos fazer muito pelo nosso povo na primeira gestão, mas por erros políticos fomos derrotados em uma das eleições mais acirradas da história do nosso município. Hoje me considero mais maduro e preparado para dar a Santana uma visão de gestão única e inovadora. Nosso principal objetivo é cuidar das pessoas. Creio que estamos muito bem encaminhados nesse objetivo.JLPolítica & Negócio - A sua gestão consegue manter a folha de pagamento dos servidores em dia? Tem havido reposição salarial?
RR - Não só pagamos em dia, como também pagamos de maneira antecipada. São quase duas semanas de antecipação. Na maioria dos meses, pagamos ainda no dia 16 ou 17 do próprio mês. Esse é um compromisso que assumi por entender que um município tão pequeno precisa de dinheiro circulando e, neste sentido, a Prefeitura de Santana do São Francisco é a maior fonte provedora.JLPolítica & Negócio - Ao assumir a gestão em 2021, o senhor encontrou dívidas da gestão passada?
RR - Com certeza. Os números são gritantes e piores do que eu imaginava antes de assumir. Em suma, eram aproximadamente R$ 16 milhões em dívidas a partir dos seguintes valores detalhados: R$ 330.000,00 do Pasep, R$ 850.000,00 de GFIP e R$ 180.000,00 do Sincob. Foram R$ 530.000,00, do SIDA, R$ 9.000.000,00 do INSS, mais R$ 2.242.000,00 de consignados junto ao Bradesco e R$ 250.000,00 de consignados perante a Caixa, e R$ 2.600.000,00 de dívidas de pessoal e fornecedores. Não era pouca coisa.

DAS DIFICULDADES DE UM MUNICÍPIO CARENTE
“Um município como Santana do São Francisco possui uma receita muito pequena diante de tantos desafios sociais como os que enfrentamos. Aqui, a nossa população vive essencialmente da pesca e do artesanato em barro, o que gera um sustento mínimo para parte das famílias”
JLPolítica & Negócio - Das cerca de 40 obras que sua gestão assegura ter inaugurado desde o início lá em 2021, quantas são com recursos próprios, e qual a mais importante delas?
RR - As obras feitas com recursos próprios chegam a aproximadamente 50% do total. Não tenho uma preferência. Sei que todas as que foram realizadas tiveram algum tipo de importância para as comunidades onde elas foram implementadas.JLPolítica & Negócio - As gestões do Governo de Sergipe têm dado a devida atenção que Santana do São Francisco necessita e merece?
RR - Desde quando eu assumi o meu mandato, tivemos o governador Belivaldo Chagas e atualmente o governador Fábio Mitidieri e ambos sempre tiveram compromissos com o nosso município e com a nossa gestão. E aproveito a oportunidade para agradecê-los publicamente a parceria e a amizade tanto por mim quanto pelo nosso povo.

PREJUÍZO QUE VEM DAS OMISSÕES PASSADAS
“A ausência de uma ação visionária das gestões anteriores contribuiu muito para certas dificuldades de hoje. É perceptível que houve um olhar praticamente nulo às potencialidades que essa terra oferece, principalmente no turismo”
JLPolítica & Negócio - Qual é a sua expectativa em relação ao Governo de Fábio Mitidieri na relação com o seu município e com os demais?
RR - Temos muita expectativa com o Governo Fábio e estamos muito otimistas com a relação que já construiremos e o que pavimentaremos no decorrer dos próximos anos. Fábio esteve algumas vezes aqui para dialogar conosco e se mostrou muito animado em investir no que nós precisamos para desenvolver Santana e região.JLPolítica & Negócio - Qual é a importância da artesania de barro para a economia e para a cultura de Santana do São Francisco?
RR - Eu digo que é a fonte primordial da cultura e da economia da nossa gente. É uma tradição que vem sendo passada de geração a geração e que faz com que a nossa terra seja tão reconhecida Sergipe a fora. Não foi à toa que conquistamos o título de Capital Sergipana do Artesanato em Barro.

DA MATURIDADE QUE O TEMPO TRAZ
“Conseguimos fazer muito pelo nosso povo na primeira gestão. Hoje me considero mais maduro e preparado para dar a Santana uma visão de gestão única e inovadora. Nosso principal objetivo é cuidar das pessoas. Creio que estamos muito bem encaminhados nesse objetivo”
JLPolítica & Negócio - O que falta para se agregar mais valor e expansão a esses produtos nascidos dos artesãos daí?
RR - Os incentivos dos governos Estadual e Federal são extremamente necessários nesse atual contexto. Talento e mão de obra não faltam por aqui. Mas sem uma política pública de incentivo e de valorização, compreendemos que é uma atividade que, aos olhos do restante da população, ainda é subvalorizada.JLPolítica & Negócio - A solução para isso pode vir da Escola do Senac, cujo protocolo pela construção dela o senhor já assinou com a Fecomércio e está andando?
RR - Com certeza. Agregar mais valor e expansão a esses produtos foi um dos motivos que me fizeram buscar essa parceria com o Sistema S e a Fecomércio, e fiquei muito feliz por ter visto meu pleito ser atendido com tamanho entusiasmo. Com a Escola do Senac, tenho certeza de que o artesanato de Santana será tratado com valorização que merece.

DA ORIGEM DOS RECURSOS PARA AS 40 OBRAS
“As obras feitas com recursos próprios chegam a aproximadamente 50% do total. Não tenho uma preferência (entre elas). Sei que todas as que foram realizadas tiveram algum tipo de importância para as comunidades onde elas foram implementadas”
JLPolítica & Negócio - Mas o senhor vê essa Escola do Senac atuando apenas na preparação da mão de obra e na comercialização dos produtos do barro?
RR - Claro que não! Vejo como uma ferramenta fundamental para transformar, pela educação, a realidade do nosso município num campo bem mais vasto. Vamos proporcionar um grande leque de novas profissões, ao capacitarmos as pessoas.JLPolítica & Negócio - Qual é a importância do Comitê Vida Sem Fome na atenção aos problemas sociais de Santana do São Francisco?
RR - Olha, o Comitê Vida Sem Fome - CVSF - foi o Programa que efetivamente erradicou a fome do nosso município de Santana. Assim que cheguei à gestão, foi um dos meus primeiros atos: erradicar a fome do nosso povo. Com a arrecadação do CVSF, conseguimos comprar aproximadamente 50 cestas básicas, todavia distribuímos 1.100 delas ao mês pela contrapartida da Prefeitura.

A FORÇA QUE VEM DO ARTESANATO DE BARRO
“Eu digo que é a fonte primordial da cultura e da economia da nossa gente. É uma tradição que vem sendo passada de geração a geração e que faz com que a nossa terra seja tão reconhecida Sergipe a fora”
JLPolítica & Negócio - Por que TCE-SE deu nota de 9,3 à transparência da gestão de Santana do São Francisco?
RR - O Tribunal de Contas do Estado de Sergipe nos deu esta nota porque, desde o início, e temos atuado com a transparência necessária nas ações administrativas e que afetam o nosso povo. As sucessivas notas positivas são a prova material de que nós temos agido com responsabilidade na gestão de Santana do São Francisco e de que os órgãos de controle têm aprovado essa condução.JLPolítica & Negócio - Qual tem sido a média de aprovação popular da gestão municipal de Santana do São Francisco sob seu comando?
RR - A média da gestão municipal é de 95% nas pesquisas que recebemos desde o início do mandato. E isso diz muito do que estamos fazendo pela cidade e pelas pessoas.

DA IMPORTÂNCIA FUTURA DA ESCOLA DO SENAC
“Vejo como uma ferramenta fundamental para transformar, pela educação, a realidade do nosso município num campo bem mais vasto. Vamos proporcionar um grande leque de novas profissões, ao capacitarmos as pessoas”
JLPolítica & Negócio - O senhor acha que essa aprovação é uma garantia de que o senhor deve tentar uma reeleição no ano que vem?
RR - Sim, é o que imagino. Os níveis de aprovação nada mais são que o termômetro do que pensa a população acerca da importância do que temos feito pelo desenvolvimento de Santana do São Francisco.JLPolítica & Negócio - E isso lhe estimula enquanto gestor?
RR - Sim. Se há um nível tão alto, se há um reconhecimento, esse reconhecimento é a base e o motivo para acordarmos todos os dias e trabalhar, inclusive visando uma reeleição quando estivermos no momento adequado.
