
Telma Pimentel: “Indiscutivelmente, quero deixar a marca da responsabilidade na gestão da Elese”
“Quero que a Elese possa ser lembrada como um espaço de saber, educação, cultura e de cidadania”
30/9/2023-19hQue o Poder Legislativo em seus três níveis - municipal, estadual e federal - guarda para si a aura de o mais permeável pela presença do povo, isso não é uma novidade e muito menos um sofisma. Não que o Executivo tenha origem diferente em sua constituição, em sua montagem.
Mas no Município, no Estado e na União quando o povo quer reclamar, sua válvula de escape é o vereador, o deputado estadual e o deputado federal - nem tanto o senador. Eles estão mais próximos do povo, fazem leis e vigiam as outras três esferas de Executivo. O Judiciário..., ah deixa o Judiciário quieto.
E por ter essa permeabilidade, o Poder Legislativo em alguns Estados acredita que deve ter instrumentos e posturas de relacionamentos com as comunidades que possam ir além do plenário e das comissões temáticas. Da ação parlamentar em si.
É com esse espírito que o Poder Legislativo Estadual de Sergipe mantém há 20 anos, completados agora em setembro, a Escola do Legislativo Deputado João de Seixas Dória - Elese. Sim, Seixas Dória ganhou notoriedade mais como governador, mas foi também deputado estadual e federal
Com essa Escola, a Assembleia Legislativa defende uma ação de duas cabeças: qualificar os seus próprios servidores numa série de frentes e áreas, e fazer isso extensivo aos das Câmaras Municipais do Estado, e abrir um link frontal e produtivo de relacionamento com o povo de Sergipe.
Um link que abarque o que é a ação legislativa, mas sobretudo que estabeleça uma empatia afetivo-cultural que coloque o Legislativo e as manifestações culturais de Sergipe num mesmo barco, e que singrem outras possibilidades.
No comando dessa instituição desde o mês de fevereiro deste ano - coube a ela pegar as comemorações dos 20 anos -, está uma mulher muito ativa e cercada de comprometimentos com a causa por todos os lados.
Trata-se de Telma Pimentel - ela mata a quem revelar-lhe a idade -, uma bacharela em Ciências Contábeis desde 1986, bancária de longa carreira na Caixa Econômica Federal, experimentada em comandos de gestão pública de alguns setores estratégicos e, sobretudo, repleta de boas vontades para fazer a Escola do Legislativo Deputado João de Seixas Dória ir bem além do que já foi nesses 20 anos.
“Indiscutivelmente, quero deixar a marca da responsabilidade na gestão que me foi proposta. Quero garantir que a Elese possa atender a tudo que está previsto até o final da gestão do presidente Jeferson Andrade. Quero que a Elese possa ser lembrada sempre como um espaço de saber, de educação, de cultura, de cidadania”, diz Telma.
Mas diz mais: “Gostaria de ser essa pessoa que colaborou para que tudo isso ocorresse. Isso tudo junto a uma equipe dedicada, comprometida e voltada sempre para atender o bem-estar da sociedade. A Elese está cada vez mais próxima das comunidades através das ações que realiza”.
“Nós trazemos para dentro da Escola representantes das mais diversas comunidades para debater os assuntos que mais interessam ao coletivo. Estudantes das escolas públicas e particulares, universidades, artistas, representantes do candomblé, dos quilombolas, comunidade artística, acadêmicos, pensadores, professores, artesãos, historiadores, enfim uma coletânea de pensamentos diversos que completam um variado cardápio cultural e educacional atendido pela Elese”, completa.
Nesta Entrevista Domingueira, Telma Pimentel vai descortinar muito do que fez nesses poucos meses de ação e do que está no planejamento para acontecer mais à frente.
Fugindo ao tema gestão da Elese, ela emitirá opinião muito abalizada sobre as necessidades de a atividade turística de Sergipe - da qual é componente ativa -, ser melhor tratada, e falará do seu passado como bancária e do agradecimento que tem por essa área.
Telma Rios Pimentel nasceu no dia 24 de junho de ..., em Mairi, na Bahia, município situado na Chapa Diamantina Norte, na região de Rui Barbosa a Mundo Novo. É filha de Alexandre da Rocha Rios e Adalberta de Souza Rios.
É casada com o também bancário e eventualmente deputado estadual Luciano Azevedo Pimentel, com quem é mãe de Lorena Rios Pimentel, Adriana Rios Pimentel e de Luciano Azevedo Pimentel Jr. Já tem cinco netos - Yuri, Júlio, Maria, Heitor e Alice.


Além da sua longa história com a Caixa - chegou ali em 1982, via concurso pelo BNH, e aposentou-se em 2018 - e antes de chegar à Elese, Telma Pimentel presidiu a Fundação Municipal do Trabalho de Aracaju - Fundat - e foi diretora Administrativa e Financeira da Fundação Aperipê.
“É com muita felicidade que vejo hoje que a Elese ultrapassou e superou todas as expectativas que se tinha para ela”, diz Telma Pimentel.
A Entrevista com Telma Pimentel vale muito empreitada da leitura.
JLPolítica & Negócio - Qual é o significado, ou o extrato, que se pode ter dos 20 anos da Escola do Legislativo João de Seixas Dória, comemorados agora em setembro?
Telma Pimentel - Os 20 anos são uma marca bastante importante e tive a sorte de estar à frente dela para comemorar esta data tão significativa para todos nós que fazemos a Escola do Legislativo Deputado João de Seixas Dória. Nas comemorações pelo aniversário, pude ouvir dos idealizadores dessa instituição tudo que se pensava à época a respeito do futuro, e é com muita felicidade que vejo hoje que a Elese ultrapassou e superou todas as expectativas que se tinha para ela em relação à oferta de cursos, palestras e formação para os servidores da Casa Legislativa Estadual e também para toda a sociedade.JLPolítica & Negócio - Como é que a senhora encontrou, do ponto de vista físico e estrutural, a Elese ao assumir a sua Diretoria?
TP - Ao chegar à Elese, pude ver o quanto o prédio preserva suas estruturas originais e o quanto isso engrandece ainda mais a história dele. Mas ao mesmo tempo, isso também se torna um grande desafio, já que tudo requer mais atenção e mais investimentos para que o prédio seja preservado e cuidado como um marco importante no parque arquitetônico da Praça Fausto Cardoso. Estruturalmente, contamos com uma equipe que nos atende nas nossas necessidades técnicas e operacionais para que a manutenção do prédio seja realizada periodicamente.

JLPolítica & Negócio - Qual o principal foco de atuação do trabalho que a Elese se propõe a desempenhar?
TP - A Elese tem como finalidade, por lei, promover, preparar e executar ações de formação, capacitação, aperfeiçoamento e valorização dos servidores públicos. A Elese atua também atendendo aos deputados estaduais no fortalecimento do Poder Legislativo com foco na implementação de políticas públicas, na cessão do espaço para a realização da formação de servidores, na parceria com os parlamentares para que a Elese se torne espaço para seminários, debates, audiências públicas e formação dos servidores dos gabinetes dos deputados estaduais. A Escola do Legislativo tem também parceria com Escolas de Governo e Câmaras de Vereadores dos municípios sergipanos para a criação de Escolas do Legislativo que possam aprimorar o trabalho dos servidores públicos municipais. São braços da Elese ações que promovam a educação, a cidadania e a cultura.JLPolítica & Negócio - Qual foi seu maior desafio ao aceitar o convite para estar à frente dela?
TP - O maior desafio de quem assume um cargo é o de sempre atender as expectativas que esperam de você. O meu maior desafio, acredito, é o de fazer com que a Elese cumpra seu papel para uma educação legislativa, cidadã e profissional. E a gente faz isso na oferta de cursos, nas parcerias formadas e principalmente ouvindo os servidores para que a instituição possa ser uma extensão do trabalho deles na Casa Legislativa e para que eles encontrem na Elese um espaço de formação, de promoção de atividades que possa ajudá-los na atividade que exercem e que possa se transformar numa ação de qualidade no atendimento ao público, que ao final é nossa grande preocupação: atender bem à sociedade.

JLPolítica & Negócio - O que expressamente a Presidência da Alese exigiu como coordenadas gerais para a direção da Elese?
TP - Fico muito feliz com essa pergunta, porque me dá a chance de falar sobre as diretrizes de trabalho que estou implementando aqui junto a minha equipe. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jeferson Andrade, foi bem claro ao afirmar que quer uma gestão numa nova fase na relação com a arte e cultura no Estado. As ações são voltadas para a valorização dos artistas dos mais diferentes gêneros, como a música, a pintura, a literatura, as artes plásticas, a escultura, além da presença de pesquisadores, professores, estudantes, escritores. Nós estamos vendo isso agora com a retomada do Espaço Cultural Djenal Queiroz no último dia 28, no Hall da Alese. E nessa política de levar arte, educação e cultura para o centro da gestão, a Elese se encaixa muito bem quando promove os eventos, as palestras, os encontros e se torna um espaço precioso para os artistas como uma grande curadora nessa área.JLPolítica & Negócio - Esta retomada do Espaço Cultural Djenal Queiroz na Alese, com exposição de atividades culturais do Estado, terá algum elo com o papel da Elese?
TP -A retomada do Espaço Cultural Djenal Queiroz dialoga diretamente com a caminhada da Elese no lastro da cultura. Primeiro, porque os dois projetos têm um único coordenador, que é o jornalista Beneti Nascimento, que coordena as atividades culturais promovidas pela Alese e presta assessoramento à direção da Elese. É atribuição do cargo promover a valorização das diversas manifestações culturais, notadamente as sergipanas. E tudo isso será trabalhado numa linha de Curadoria de conteúdo cultural que possa abranger vários segmentos e expressões. Na verdade, um projeto está ligado ao outro do ponto de vista do que foi solicitado pelo presidente da Alese o deputado Jeferson Andrade.

DOS 20 ANOS DA ESCOLA DO LEGISLATIVO
“Os 20 anos são uma marca bastante importante e tive a sorte de estar à frente dela para comemorar esta data tão significativa para todos nós que fazemos a Escola do Legislativo Deputado João de Seixas Dória. É com muita felicidade que vejo hoje que a Elese ultrapassou e superou todas as expectativas que se tinha para ela”
JLPolítica & Negócio - A Escola tem orçamento próprio, e seria de quanto?
TP - A Escola do Legislativo não tem orçamento próprio. Ela integra a estrutura de organização da administração pública estadual do Poder Legislativo, sendo um órgão de subordinação direta da Diretoria Geral da Alese. Mas isso não impede que façamos a execução plena dos projetos, uma vez que sempre somos atendidos prontamente pela direção geral da Alese nas nossas demandas. Com um planejamento anual de atividades, nós levamos a demanda à direção e decidimos em conjunto que ações serão relevantes para a Casa Legislativa e também para a Elese.JLPolítica & Negócio - Mas saltar da contemplação do servidor do Poder Legislativo Estadual para o servidor do Poder Legislativo dos municípios, como é seu planejamento, atende a que ou a quais objetivos?
TP - A nossa relação com os municípios é a de integração e de cooperação. Está na resolução que criou a Elese, que prevê a celebração de convênio e parcerias com outros órgãos e entidades para atender a necessidades de servidores, empregados públicos e demais parceiros das instituições. Nós temos o Projeto Conecta que é uma parceria para a oferta de cursos, palestras e consultoria para a criação de Escolas de Legislativos nas Câmaras de Vereadores.

DOS DESAFIOS POR TRÁS DA ESCOLA
“O maior desafio de quem assume um cargo é o de sempre atender as expectativas que esperam de você. O meu maior desafio, acredito, é o de fazer com que a Elese cumpra seu papel para uma educação legislativa, cidadã e profissional”
JLPolítica & Negócio - Mas já materializou alguma parceria?
TP - Sim. Já atendemos a mais de 12 prefeituras e temos mais na situação de implementação, auxiliando na criação das leis, na formação das Escolas Legislativas e também na disponibilidade da nossa equipe para auxiliar nas demandas apresentadas pelas gestões municipais. Nossa Senhora do Socorro, Boquim, Riachão do Dantas, Tobias Barreto, entre tantas outras, já receberam o Curso de Oratória e Linguagem Corporal, que é ministrado pelo jurista e coordenador da Elese Evaldo Campos, e também cursos na área de informática para servidores públicos. Tudo isso para a melhoria do serviço público prestado à sociedade.JLPolítica & Negócio - Mas a Elese vai às Câmaras Municipais ou as Câmaras Municipais precisam vir até a Elese?
TP - Não há uma regra definida em relação a isso. Nós fazemos o que melhor facilitar para as gestões municipais que, sabemos, enfrentam dificuldades para a implantação de projetos. Em alguns casos, fazemos as primeiras visitas. Em outros, recebemos a primeira visita. O importante é garantir que haja a disponibilidade da Elese na consultoria desse projeto. E mesmo depois de implementada, as Escolas continuam contando com nossos coordenadores, nossos servidores nas questões que possam dirimir as dúvidas e auxiliar na execução das atividades.

OS OBJETIVOS DO ESPAÇO CULTURAL DJENAL QUEIROZ
“A retomada do Espaço Cultural Djenal Queiroz dialoga diretamente com a caminhada da Elese no lastro da cultura. Primeiro, porque os dois projetos têm um único coordenador, que é o jornalista Beneti Nascimento. É atribuição do cargo promover a valorização das diversas manifestações culturais”
JLPolítica & Negócio - Como são distribuídos os projetos nas Coordenações da Elese?
TP - Temos a Coordenação Pedagógica, que tem à frente o servidor Carlos Vinicius Tavares Lima, voltada para os projetos nas áreas dos cursos oferecidos aos servidores. Estão ligados diretamente à Coordenação Pedagógica, os cursos de Oratória e Linguagem Corporal, os de Licitação e Contratos, o Curso de Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD -, o Curso de LibreOffice Writer Básico, o de LibreOffice Writer Avançado, além do Conecta Elese, que tem as parcerias com os municípios para auxílio na consultoria para a implantação dos projetos nas Câmaras de Vereadores. Na Coordenação de Projetos Especiais, sob o comando do jurista Evaldo Campos, está o Projeto Visita a Casa do Povo, que leva estudantes das escolas públicas e particulares da capital e do interior para conhecer as atividades dos deputados estaduais e as instalações da Assembleia Legislativa de Sergipe. Universidades públicas e particulares também participam do projeto.JLPolítica & Negócio - E o que cabe ao Beneti nesse latifúndio?
TP - O jornalista Beneti Nascimento comanda a Coordenação de Assuntos Culturais, cuidando de todas as ações culturais da Escola do Legislativo e também da Assembleia Legislativa de Sergipe. Diretamente ligada à Coordenação de Cultura, estão os projetos “Quintas Negras” e “Encontro com o Autor Sergipano”. Temos ainda o servidor Celso Iris na Coordenação da Biblioteca Marcelo Déda e o Corales, o coral da Escola do Legislativo sob o comando do maestro Joel Magalhães há 19 anos.

DE COMO SE DÁ A RELAÇÃO COM AS CÂMARAS
“Nós fazemos o que melhor facilitar para as gestões municipais que, sabemos, enfrentam dificuldades para a implantação de projetos. Em alguns casos, fazemos as primeiras visitas. Em outros, recebemos a primeira visita. O importante é garantir que haja a disponibilidade da Elese na consultoria desse projeto”
JLPolítica & Negócio - Quais foram os eventos mais significativos realizados neste 2023 pela sua gestão?
TP - Todos os projetos são muito significativos e especiais para nós, porque cada um atende a um público definido, mas podemos destacar a realização do “Quintas Negras”, que abre espaço para debates importantes sobre as questões relacionadas à cultura negra, os problemas enfrentados pelas comunidades e os desafios. Podemos falar sobre o “Encontro com o Autor Sergipano” que aproxima autores e público, dá visibilidade aos que muitas vezes não têm espaço para divulgar as obras e principalmente divulga a cultura sergipana. Debatemos a história do cangaço, os fatos ocorridos em Sergipe na Segunda Guerra Mundial e muitos outros assuntos de interesse da sociedade.JLPolítica & Negócio - Há planejamento para as ações da Elese nos próximos anos, e ele apontaria em que direção?
TP -A linha de atuação da Elese aponta para um futuro bastante promissor com ações voltadas para um calendário repleto de atividades que contemplam a educação, as artes e a cultura. Queremos a Escola do Legislativo funcionando como uma grande incentivadora das manifestações populares, das atividades das escolas e do campo artístico musical. A intenção é ampliar cada vez mais as possibilidades de interação com os poderes, com a classe artística e com o campo educacional. Nosso lema é: portas abertas sempre para atender a todos os segmentos que buscarem na Elese uma oportunidade de crescimento.

FUTURO PROMISSOR NAS MANIFESTAÇÕES POPULARES
“A linha de atuação da Elese aponta para um futuro bastante promissor com ações voltadas para um calendário repleto de atividades que contemplam a educação, as artes e a cultura. Queremos a Escola do Legislativo funcionando como uma grande incentivadora das manifestações populares e do campo artístico musical”
JLPolítica & Negócio - É certamente possível que a senhora queira deixar uma marca ao fim da sua gestão. Qual seria ela?
TP – Indiscutivelmente, quero deixar a marca da responsabilidade na gestão que me foi proposta. Quero garantir que a Elese possa atender a tudo que está previsto até o final da gestão do presidente Jeferson Andrade. Quero que a Elese possa ser lembrada sempre como um espaço de saber, de educação, de cultura, de cidadania. E gostaria de ser essa pessoa que colaborou para que tudo isso ocorresse - isso tudo junto a uma equipe dedicada, comprometida e voltada sempre para atender o bem-estar da sociedade.JLPolítica & Negócio - Há em curso pela Elese alguma política editorial de algo ligado à memória do Legislativo Estadual de Sergipe?
TP - Estamos trabalhando para fazer um levantamento em relação a documentos impressos, vídeos e áudios que possam ajudar a compor a história do Poder Legislativo. Há muitos registros sobre a Assembleia Legislativa, e gostaríamos que a sociedade pudesse ter um lugar onde acessar essas informações. A nossa Biblioteca Marcelo Déda tem como uma das funções cuidar da memória do Legislativo. É uma das nossas vontades dentro de um projeto maior para a Escola João de Seixas Dória

DA CONTEMPLAÇÃO DE VARIADO CARDÁPIO CULTURAL
“Trazemos para dentro da Escola representantes das mais diversas comunidades para debater os assuntos que mais interessam ao coletivo. Estudantes das escolas públicas e particulares, universidades, artistas, representantes do candomblé, dos quilombolas, comunidade artística, acadêmicos, pensadores, professores, artesãos, historiadores”
JLPolítica & Negócio - A senhora não acha que falta uma práxis mais aproximativa da Elese às comunidades, enquanto entidade apensa a um Poder que mais está ligado ao povo?
TP - A Elese está cada vez mais próxima das comunidades através das ações que realiza. Nós trazemos para dentro da Escola representantes das mais diversas comunidades para debater os assuntos que mais interessam ao coletivo. Estudantes das escolas públicas e particulares, universidades, artistas, representantes do candomblé, dos quilombolas, comunidade artística, acadêmicos, pensadores, professores, artesãos, historiadores, enfim uma coletânea de pensamentos diversos que completam um variado cardápio cultural e educacional atendido pela Elese.JLPolítica & Negócio - Como uma pessoa da área, uma hoteleira, a senhora acha que o trade turístico sergipano tem um tratamento estatal à altura das suas reais necessidades e das necessidades específicas do próprio Estado?
TP - A atividade turística é uma das mais expressivas na economia mundial. Contribui para o fortalecimento das economias locais, para a qualificação das pessoas, a geração crescente de trabalho, emprego e renda para o desenvolvimento social e econômico das cidades e da população. Mas ela exige investimento, planejamento, continuidade e efetividade.

É PRECISO TRATAR MELHOR SERGIPE NO TURISMO
“Firmar Sergipe como um destino conhecido e forte requer um grande projeto, estudo técnico sobre as suas necessidades e potencialidades. Talvez pelo fato de não se ter feito esse estudo, temos um sério problema de descontinuidade, estamos sempre recomeçando, enquanto isso os destinos vizinhos continuam crescendo e se firmando. Hoje em Aracaju os hotéis sobrevivem do turismo de lazer, e isso é complicado”
JLPolítica & Negócio - A senhora entende, portanto, que pelo setor pode e precisa ser feito mais no Estado?
TP - Sim. Firmar Sergipe como um destino conhecido e forte, requer um grande projeto, estudo técnico sobre as suas necessidades e potencialidades. Talvez pelo fato de não se ter feito esse estudo, temos um sério problema de descontinuidade, estamos sempre recomeçando, enquanto isso os destinos vizinhos continuam crescendo e se firmando. Hoje em Aracaju os hotéis sobrevivem do turismo de lazer, e isso é complicado, porque ficamos dependendo de férias escolares e feriados prolongados. É necessário e urgente diversificar as possibilidades, definindo medidas para a retomada do turismo de negócios, incentivo ao turismo de eventos e cultural, dentre outros.JLPolítica & Negócio - O que é que a carreira de bancária acresceu à sua trajetória de vida e às suas experiências profissionais?
TP - A carreira de bancária acrescentou-me muito. Trabalhei na Caixa durante 35 anos e, graças a experiência que lá adquiri, tive a oportunidade de assumir a Presidência da Fundat em 2011, na gestão do prefeito Edvaldo Nogueira e em 2016, a Diretoria Administrativa e Financeira da Fundação Aperipê, quando Jackson Barreto era governador. Na Caixa, me realizei profissionalmente, fiz amigos para a vida e conheci o meu marido, Luciano Pimentel, e dessa união nasceram três filhos maravilhosos e cinco netos lindos. Sou muitíssimo grata por esse histórico.

JLPolítica & Negócio - A senhora recomeçaria a vida profissional por bancos?
TP - Sabe que eu nunca me fiz essa pergunta? Quando somos jovens, temos muitos sonhos, muitos planos, mas às vezes a vida toma um rumo diferente, e foi o que aconteceu comigo. Morava em Salvador, estudava na Universidade Católica e o Banco Nacional da Habitação - BNH - abriu inscrição para concurso. Me inscrevi por influência de minha irmã Sônia, fui aprovada e vim assumir aqui em Aracaju. Alguns dias após à minha chegada, comecei a namorar com Luciano. Nos casamos, o BNH foi extinto, a Caixa assumiu os bens, os direitos e as obrigações dele e ficamos trabalhando na Caixa. Nada planejado, mas tudo foi se encaixando e hoje me sinto realizada profissionalmente, feliz com a família especial que Deus me concedeu, e a Caixa tem um papel importante, porque foi lá que grande parte dessa história começou! Será que se eu não trabalhasse em banco a história da minha vida seria diferente, ou o universo conspiraria para que fosse desse jeitinho?