Eloísa destaca, entre as conquistas, o fomento da política de editais que impulsionaram a cena cultural sergipana
O Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado de Sergipe (Sated) realizou uma noite de premiações no Teatro Atheneu, em comemoração aos seus 29 anos, regada a homenagens e debate acerca do retrocesso da política pública cultural nacional. Uma das homenageadas foi Eloísa Galdino, comunicóloga e ex-secretária de Estado da Cultura, nos governos de Marcelo Déda e Jackson Barreto.
A cerimônia reuniu centenas de artistas, gestores públicos, políticos e produtores culturais num ato de reconhecimento da história da instituição e daqueles que deixaram suas marcas em benefício da cultura popular sergipana. Galdino, por exemplo, foi gestora da Cultura do Estado por quase seis anos. E, hoje, ao ser lembrada, sente-se emocionada.
“É uma grande honra participar de momentos como esse em que a classe artístico-cultural se reúne para comemorar e cobrar avanços na política pública de cultura. E quanto a ser uma das homenageadas da noite, é mais uma confirmação de que fiz o meu trabalho de maneira correta, buscando dar protagonismo à cena cultural sergipana e fortalecer as vozes daqueles que produzem arte e cultura e ajudam a enaltecer o que é de Sergipe. Posso dizer que, apesar dos desafios, fizemos uma gestão que fez a diferença e que, até hoje, é lembrada pelos grandes feitos. E isso foi fruto de muita dedicação, amor pela gestão pública e trabalho em equipe”, disse Eloísa.
Em sua trajetória enquanto gestora estadual de cultura, Eloísa conquistou importantes feitos e conseguiu protagonizar o setor cultural. “Sabíamos das dificuldades, mas não nos intimidamos e enfrentamos os desafios. Tínhamos um governo federal que estava fazendo a diferença na área cultural a nível nacional, mas os anos em que estive na Secult foi época de recursos escassos. Mas, em meio a tantos desafios, conseguimos fazer história. Tenho orgulho de ter contribuído com o meu estado e de ter colaborado efetivamente com o desenvolvimento cultural na região para um padrão que, como costumo dizer, jamais visto até ali”, reflete.
Eloísa destaca, entre as conquistas, o fomento da política de editais que impulsionaram a cena cultural sergipana (primeira gestão a instituir a política de editais para as verbas da área. Em todas e nas mais variadas linguagens. 29 editais, R$ 5 milhões investidos em aproximadamente 300 projetos); instalação de 30 Pontos de Cultura em todos os territórios sergipanos; investimento em audiovisual estimulando a produção de produtos e o consumo por parte da população sergipana (lançamento do “Sergipe é coisa de Cinema”, maior pacote de investimentos no audiovisual da história do estado, com editais, intercâmbios e reabertura do Cine Vitória, na antiga Rua 24 horas).
Além dos citados por ela, acima, podemos listar outra série de ações desenvolvidas, a exemplo da criação do Festival Sergipano de Teatro, o mais importante fato das artes cênicas;a aposta em uma série de ações de capacitação voltada aos artistas, produtores e demais técnicos da área; incentivos culturais que fizeram com que a população conhecesse sua própria cultura; ampliação do Verão Sergipe; A reconfiguração do “Arraiá do Povo” para 100% sergipano e realização na Orla de Aracaju; protagonismo da Orquestra Sinfônica; criação de política pública estadual de leitura e instalação de bibliotecas em todos os municípios de Sergipe; criação dos museus: da Gente Sergipana, Palácio Olímpio Campos, histórico de Sergipe e da Polícia Militar; Reformas de espaços culturais, a exemplo do Teatro Atheneu; investimento em preservação do patrimônio cultural de Sergipe.
Ao citar cada um dos exemplos acima, Eloísa se emociona e diz que queria ter feito muito mais. “É muito gratificante saber que, junto com minha equipe, fizemos coisas jamais pensadas antes. Foi preciso ousadia, coragem, determinação e muita vontade de trabalhar para fazer com que o povo sergipano sentisse orgulho da sua história, da sua identidade e da riqueza de seu amado estado, Sergipe. E posso dizer, sem medo, que conseguimos alcançar esse objetivo. O sergipano passou a admirar a sua cultura, a consumi-la e a valorizá-la”, frisou.