EMPURRA
Por FAN F1 | 31 de Jan de 2018, 16h39
Almeida culpa prefeituras por falta de vaga para pacientes renais
“Somos vítimas de um jogo de empurra-empurra”, diz Associação de Renais
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Almeida culpa prefeituras por falta de vaga para pacientes renais

Almeida Lima; culpa é das prefeituras

Enquanto pacientes aguardam nos corredores do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) por uma vaga, outros 38 renais estão em alta, mas não vão para casa porque as clínicas contratadas pelas prefeituras não têm vagas que garantam a continuidade do tratamento desses pacientes.

Hoje pela manhã, 31, o secretário de Estado da Saúde, Almeida Lima, o porta-voz da Saúde do município de Aracaju, Alberto Jorge, e o presidente da Associação dos Doentes Renais Crônicos e Transplantados, Lúcio Alves, travaram um debate no Jornal da Fan (Fan FM Aracaju). “Somos vítimas de um jogo de empurra-empurra”, disse Lúcio Alves.

O secretário Almeida Lima disse que a responsabilidade por conseguir vagas para esses pacientes é das prefeituras e que a despesa com os renais em alta já é superior a R$ 1 milhão. Alberto Jorge contrapôs de imediato e disse que a prefeitura de Aracaju não se omite, “o problema é que faltam vagas nas clínicas”, disse a George Magalhães (Jornal da Fan).

Alberto Jorge explicou que a falta de vagas em Aracaju é decorrente do inchaço do sistema iniciado em setembro quando a clínica de nefrologia de Itabaiana fechou sob suspeita de contaminação da água no dia 3 de setembro. A clínica foi reaberta no último dia 9, mas ainda não houve tempo para regularizar a situação.

Nos quatro meses que a clínica de Itabaiana, que atendia os pacientes da região agreste e do sertão do Estado, ficou fechada, os pacientes foram encaminhados, a maioria deles, para Aracaju, gerando uma superlotação nas três clínicas de nefrologia existentes na capital.

Para tentar resolver esse problema, Lúcio Alves sugeriu que fossem abertas vagas em clínicas em cidades que fazem divisa com Sergipe a exemplo do que foi feito com os pacientes de câncer em tratamento de radioterapia. Para ele, o que falta é fiscalização dos contratos.

Para Almeida Lima, mandar os pacientes em alta para casa sem a garantia da continuidade de tratamento é o mesmo que decretar a sentença de morte para essas pessoas. “Esses pacientes estão lá, porque não vamos mandar esses pacientes pra casa, com risco de morrer”, disse ao destacar que os leitos ocupados pelos renais poderiam estar sendo disponibilizados para os pacientes que entram no Pronto-Socorro do Huse.

Nota da PMA – Esta semana, a Secretaria Municipal de Saúde divulgou nota, informando que tem buscado junto à Nefroclínica ampliar o número de vagas, mas que não vem tendo sucesso.

Confira a nota na íntegra:

A Secretária Municipal de Saúde (SMS) informa que nas últimas semanas tem requisitado diariamente a Nefroclínica um aumento da oferta de vagas para atender a atual demanda dos renais crônicos que precisam ser tratados em Aracaju, e que inclusive, já notificou a clínica oficialmente.

Como resposta dada à SMS, a empresa credenciada informou que está passando por um processo de treinamento e contratação de profissionais, e que dentro das próximas semanas espera aumentar a oferta, atendendo assim o que foi contratado pelo município.

Além disso, após uma reunião ocorrida na manhã da segunda-feira, 29, entre a diretora do Nucaar, Tina Cabral, e a direção da clínica, foi anunciada a abertura de 16 novas vagas.

A SMS reforça ainda que está acompanhando esse processo, e que não se furta em continuar monitorando o prestador, a fim de acelerar a ampliação dessas ofertas, diante da gravidade da situação dos pacientes.

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