Opinião
Por | 03 de Jul de 2021, 14h29
João Alves Filho: 80 anos de lutas e glórias
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João Alves Filho: 80 anos de lutas e glórias

[*] Igor Salmeron

Neste 3 de julho,  João Alves Filho, se vivo estivesse, faria 80 anos. Uma data como esta, não pode passar em branco. Um Estado prospera por grandes edificações à sua comunidade e João nos construiu um legado mais que material, espoliou virtudes que atravessam gerações.

O João Chapéu de Couro, João da Água, João do Povo nasceu na capital de Sergipe, no bairro Santo Antônio no dia 03 de julho, ano 1941. Filho do empresário e construtor João Alves que lhe fez herdar a sabedoria perante as encruzilhadas da vida, e de D. Maria de Lourdes Gomes que legou a sensibilidade que soube levar consigo, bastando observar o seu cuidadoso olhar com relação aos problemas da população nordestina. Do casamento com Maria do Carmo Nascimento Alves, resultaram seus três filhos: Maria Cristina Alves, Ana Maria Alves e João Alves Neto.

Formado em Engenharia Civil na década de 1960, curso que realizou na Universidade Federal da Bahia - UFBA -, já dava os primeiros passos na atividade política, inserindo-se em alguns movimentos estudantis. Em 1965 retorna à Sergipe para exercer atividade de engenheiro-empresário sob a companhia paterna, na Construtora Alves.

Em 1975, assumiu a Prefeitura de Aracaju por indicação administrativa, no período em que o gestor era José Rollemberg Leite. Após exercer cargo de prefeito biônico de 1975 a 1979, conseguiu a proeza de se eleger governador em 1982, obtendo uma nomeação para atuar como ministro de Estado do Interior pelo presidente, na época, José Sarney em 1987. Já em 1990, se lançou como candidato ao governo de Sergipe, tendo uma estupenda vitória somando-se uma cifra de 364.819 dos votos válidos.

Dentre tantas façanhas políticas, destaca-se também a conquista que obteve quando disputou o pleito pelo governo estatal em 2002, derrotando o então senador José Eduardo Dutra. João Alves Filho nos anos compreendidos entre 1982 e 2016 nunca ficou sem participar de uma disputa eleitoral em Sergipe; seja se lançando como candidato ou exercendo indispensável apoio.

É fundamental caracterizar os seus áureos tempos como governador, pois nos mostram as lições que refletem a sua importância como homem público, mas sobremaneira, como ser humano. Suas briosas ações se debruçam sobre o homem do campo; por meio do programa Chapéu de Couro, construiu açudes que amenizavam a problemática da seca no sertão.

Dentre outras obras, podemos elencar a criação da Orla de Atalaia, realização que revolucionou e deixou todos atônitos com relação ao setor turístico sergipano. Um diferencial de João Alves Filho, é que ele não se limitava à habilidade política, mas também expande a sua inteligência no campo cultural. Sua contribuição intelectual, como um dedicado estudioso das questões referentes à problemática da população nordestina, se manifesta na autoria de livros marcantes na busca por soluções para atender os mais pobres.

João Alves Filho foi, e continua sendo um ser humano referencial por seus desbravadores projetos de amparo, com medidas voltadas ao combate à pobreza e, sobretudo, à seca que ainda hoje assola os mais desfavorecidos. Ele foi responsável por construir hospital, escolas, adutoras, rodovias, bem como as principais vias aracajuanas; seu nome é gênese do próprio desenvolvimento do estado de Sergipe.

Conclui-se que independente da ideologia partidária, devemos reconhecer o patrimônio de obras concretizado por João Alves Filho. Até mesmo os opositores mais ferrenhos consentem que João é um estadista que jamais se pode permitir ser esquecido na memória afetiva de todos os sergipanos.

[*] É sociólogo, pesquisador e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe.

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