OPINIÃO
Por David Leite | 17 de Out de 2017, 13h34
MendOncinha quer um pouco de atenção!
[*] David Leite
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MendOncinha quer um pouco de atenção!

David Leite: \"Sobre mendOncinha, as “piadas sérias” proliferam\"

Vez por outra, a política torna-se um prato cheio para os piadistas, essa turba impertinente com humor até nas tripas.

Porém, há também as chamadas “piadas sérias”, cuja função necessariamente não seja fazer estrebuchar de rir. Vejam a assertiva do desempregado Mendonça Prado, “lançado” - lor ele mesmo - candidato ao Governo de Sergipe em 2018.

Aliás, sobre mendOncinha, as “piadas sérias” proliferam. Em 2014, arredio à aliança do Democratas com Eduardo Amorim, a quem desama com escandalosa paixão, o apagado ex-deputado federal – ninguém sabe quem é ele em Brasília –, coitado, não se reelegeu. 

E pasmem, pilantragem das patifarias, o próprio programa eleitoral do Democratas exibiu no último dia de propaganda um vídeo no qual, da tribuna da Câmara dos Deputados, um MendOncinha feroz chamava o governador Jackson Barreto, para cuja candidatura à reeleição ele se bandeou no curso da campanha, de ladrão e ainda o acusava de perversão sexual. Santa esculhambação! Quem teria urdido tamanha maldade?

Isso agora não mais importa, obviamente. Sobretudo porque hoje Jackson Barreto tem MendOncinha como um “filho” amado – rebelde, é verdade, porém querido e usável. 

Tanto que o fez secretário de Segurança Pública no início da (indi)gestão. Foi uma piada sem graça, claro. A incompetência do danado passou a ser medida pelo número crescente de homicídios, assaltos e roubos. 

Ejetado da SSP, MendOncinha foi abrigado com jeitinho na prefeitura de Edvaldo Nogueira. Por pouco não acabou na cadeia, enredado no escândalo da licitação do lixo. 

Reabilitado pela Justiça, foi ao rádio chorar mágoas contra o prefeito de Aracaju, a quem acusou de, imaginem!, “insensível”.

Foi, então, chamado pelo padrinho ao palácio desgovernamental para uma conversa de pé de ouvido. No dia seguinte, como quem não quer nada, anunciou ele mesmo a pérola da candidatura à sucessão de Jackson Barreto. 

A esperta imprensa de Sergipe nem se tocou da jogada: claro, MendOncinha será o “laranja” dos governistas contra o candidato da oposição, já que vencer a disputa não estaria em questão! 

Ele fará o serviço sujo que a Belivaldo Chagas custaria tempo, prestígio e dinheiro, e este, diga-se, deve se focar na árdua missão de fazer-se alguém conhecido do respeitável público, se quiser concorrer de verdade.

Jogada de mestre de Jackson Barreto! Sem ocupação oficial a lhe garantir sustento, resta a MendOncinha usar em seu favor, a fim de manter-se vivo e atuante, aquilo que ele tem de melhor: uma verve disposta a tudo e sem papas na língua, uma grande capacidade de articular maldades e, cereja do bolo, o ódio pessoal entranhado contra o futuro possível adversário – neste caso, Eduardo Amorim ou André Moura, já que Antônio Carlos Valadares já se aprochegou, também como quem não quer nada, do polêmico palanque da “terceira via”.

Aliás, esperto como é, nesta terça-feira, dia 17, na Rádio Aperipê, MendOncinha afirmou: só não quer apoio de… Eduardo Amorim ou André Moura! Mais claro, impossível.

Neste momento, a fim de construir o projeto urdido pela brilhante mente política de Jackson Barreto, vencedor incólume dos últimos pleitos nos quais se imiscuiu, cabe a MendOncinha garimpar um pouco de atenção, o que tem conseguido com facilidade, posto que a imprensa sergipana – em sua maioria – carece do resguardo garantido pela Comunicação estadual.

Noutras palavras, uma certeza está posta para 2018: teremos dois candidatos governistas, sendo um deles – Belivaldo Chagas – o oficial, e outro – MendOncinha – o oficioso, aquele à quem caberá atacar com firmeza os adversários e, de quebra, até tentar [re]construir uma imagem positiva do grupo a que integra. Resta só combinar com os russos…

[*] É bacharel em Letras e jornalistas e radialista.

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