SAÚDE
Por Ascom | 15 de Jan de 2018, 15h07
Sergipe não possui registros de febre amarela
O último fato investigado ocorreu no último dia 23 de outubro
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Sergipe não possui registros de febre amarela

Sergipe não possui registros de febre amarela / Imagem: Interne

Diante dos registros relacionados à febre amarela no Rio de Janeiro, o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Saúde (SES), destaca a inexistência de casos no território sergipano. Segundo a gerente do Núcleo de Endemias da SES, Sidney Sá, não há ocorrências que apontam para a morte de primatas em decorrência dessa doença infecciosa, sendo que o último fato investigado ocorreu no último dia 23 de outubro, no município de São Cristóvão, onde vários animais da espécie Callithrix, conhecido como sagui ou mico, apareceram doentes ou mortos num condomínio localizado no Conjunto Rosa Elze.

“Profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de São Cristóvão enviaram para a Vigilância Epidemiológica Estadual um animal morto, a fim de que fossem dinamizadas as análises. Desse animal, apenas uma amostra pôde ser retirada. Com o auxílio de equipes da Emdagro [Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe] um animal vivo foi capturado e deste procederam seis amostras provenientes de várias partes do corpo do animal, a fim de que os estudos necessários fossem realizados”, explicou a gerente do Núcleo de Endemias da SES.

Resultados negativos

As amostras foram enviadas ao Laboratório Central de Saúde do Estado de Sergipe (Lacen) e encaminhadas para outro laboratório de referência, que trouxe resultados negativos. Na ocasião do fato, informações da Diretoria de Vigilância em Saúde de São Cristóvão apontavam para a suspeita de envenenamento desses animais. Esse mesmo órgão realizou a coleta do material que foi levado ao Lacen.

A fim de potencializar ações preventivas em Sergipe, em 2017, a SES promoveu um curso voltado para profissionais das vigilâncias epidemiológicas dos municípios, sendo eles médicos veterinários e até mesmo técnicos da Emdagro, e de outros órgãos. Também no ano passado outro curso foi oferecido pela SES, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS), desta vez exclusivamente voltado para médicos veterinários, abrangendo municípios sergipanos que possuem esse profissional em seu quadro médico. O objetivo foi instrumentalizá-los para a realização de autópsias do animal morto, para consequente envio ao Lacen.

Vacinas e outras orientações

Como o Estado de Sergipe não possui registro da doença infecciosa, as vacinas contra a febre amarela só são disponibilizadas em unidades da Rede de Atenção Básica para cidadãos que estão se dirigindo às regiões endêmicas, ou seja, áreas de risco em razão da presença de vetores e reservatórios animais que permitem a manutenção do ciclo silvestre. Cidadãos que estão se deslocando para áreas que apresentam casos confirmados de febre amarela também podem receber a vacina.

Sidney frisa ainda que não é o macaco que transmite a febre amarela, por isso não há necessidade de extermínio das espécies. A transmissão urbana da doença infecciosa pode, eventualmente, ocorrer em qualquer país onde esteja presente o Aëdes aegypti, daí a necessidade de cuidados a serem mantidos pelos profissionais atuantes nos órgãos de controle, bem como da própria população, que detém grande responsabilidade sobre a eliminação dos possíveis focos do mosquito, especialmente no verão.

“As chuvas temporárias são comuns no verão, fato que tende a intensificar o surgimento de criadouros potenciais, a partir do maior quantitativo de água parada em locais como lavanderias, tonéis e vasos de plantas. Em dias mais quentes, o mosquito consegue chegar à fase adulta mais rapidamente, cujo processo dura, em média, sete dias, o que tende a aumentar os índices de proliferação”, explicou.

Sintomas

Geralmente, quem contrai o vírus da febre amarela não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas, a exemplo de febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.

Serviços disponíveis

Ao identificar um animal morto, o primeiro passo a ser dado é acionar a Secretaria Municipal de Saúde da localidade em questão. Caso a situação não seja resolvida, a próxima medida é contactar a SES, que mantém seus profissionais em observação para quaisquer casos suspeitos. Nesse caso, o fato deve ser informado ao Centro de Informação Estratégica em Vigilância em Saúde no Estado de Sergipe (CIEVS-SE), através do telefone 0800-282-282-2 ou do e-mail notifica@saude.se.gov.br. Se preferir, o cidadão pode entrar em contato diretamente com o Núcleo de Endemias da SES, através do (79) 3226 8323.

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