OPINIÃO
Por Opinião | 28 de Out de 2017, 16h57
Só merece liderar quem respeita os liderados
[*] Valmir de Francisquinho
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Só merece liderar quem respeita os liderados

Valmir: \"Chico de Miguel me conduziu a uma trajetória política vitoriosa\"

Antes de mais nada, é necessário esclarecer: não tenho e jamais terei vocação para me vitimizar, seja lá qual for a situação. Mas também não aceito, sob nenhuma hipótese, que meu nome, minha honra e minha história sejam atacados por quem quer que seja.
 
A verdade é um fundamento que faz a diferença na vida de quem respeita e se dá o respeito. Por isso, diante de tantas acusações descabidas sobre a minha pessoa, venho a público manifestar minha indignação.
 
E escolhi fazer isso através de um artigo e de um veículo de grande inserção na mídia sergipana, caso desse JLPolítica, por entender que a atividade política e a atuação de pessoas públicas, na atual conjuntura, merecem ser expostas de forma séria e abalizada, inclusive sendo registradas para a posteridade, devidamente documentadas, para que, com o passar do tempo, opiniões e fatos tenham registros confiáveis, assinados e não se tornem “palavras ao vento”. Que possam servir de exemplo para a atual e para as futuras gerações.
 
Há quase 30 anos estou na vida pública. Minha primeira eleição em Itabaiana foi em 1988, para vereador. E daquele momento em diante selei uma união da qual muito me orgulho: sempre estive ao lado dos Teles de Mendonça. Na verdade, sempre fui e sempre serei um admirador do saudoso Chico de Miguel, homem público de palavra e imensa capacidade de liderar.
 
Assim como Francisquinho dos Porcos, meu pai, me conduziu para o caminho do trabalho e da honestidade a partir de sua atividade de marchante de porcos, Chico de Miguel me conduziu a uma trajetória política vitoriosa por conta de seus ensinamentos e exemplos. Chico de Miguel, na vida pública, e Francisquinho dos Porcos, na vida propriamente dita, são referências fundamentais para a minha pessoa.
 
Esclarecida a minha inserção na vida pública, passo a falar sobre o tema que me traz a este artigo. Em 2012, vésperas das eleições para prefeito de Itabaiana, meu nome ganhou força por algumas razões. A principal delas, sem dúvida, foi o meu desempenho na disputa para vereador na eleição anterior, em 2008, quando obtive 4.960 votos. Ou 9,83% do total. Era, então, minha quinta eleição consecutiva, sempre como o mais votado.
 
Nosso agrupamento político buscava um nome com chances reais de derrotar o então prefeito e candidato a reeleição Luciano Bispo. A tarefa não era fácil, e eu poderia ter me contentado com uma reeleição tranquila para vereador. Aceitei o desafio e venci, com a força do grupo e a decisão soberana da população.
 
Mas que fique claro: a deputada Maria Mendonça, então a única detentora de mandato em nosso agrupamento, conquistado inclusive com meu apoio e trabalho, resistia a meu nome, sendo que seu irmão, o ex-deputado federal Zé Teles, foi decisivo para que eu fosse definido como candidato.
 
Como prefeito, em primeiro mandato, dei minha cara à gestão. Numa cidade caracterizada pela disposição para o trabalho de seu povo, fiz minha parte e fui à luta. Naquele momento, escolhi Carminha Mendonça, irmã de Maria, e Andreia Mendonça, filha de Zé Teles, como secretárias de Educação e de Saúde, respectivamente.
 
Para minha surpresa e decepção, Maria Mendonça, como deputada estadual, jamais defendeu o meu trabalho na Assembleia Legislativa. Nem mesmo nas duas áreas em que seus familiares atuaram. Naquele momento, estranhei a atitude de Maria, mas relevei por achar que se tratava de uma questão familiar. E família, para mim, é algo sagrado e que não deve ser discutido em público.
 
Já em 2014, na eleição para a Assembleia, Maria teve em mim um fiel defensor de sua candidatura. Coordenei a campanha, conquistei liderança em diversas cidades, a exemplo de Areia Branca, Aparecida, Ribeirópolis e outras. E o resultado desse nosso trabalho apareceu nas urnas, com Maria vencendo, pela primeira vez, Luciano Bispo dentro de Itabaiana e sendo a segunda mais votada no Estado.
 
Se ela não reconhece o nosso empenho e o nosso trabalho, aí fica por conta da ingratidão. Mas o povo de Itabaiana e de nosso agrupamento político sabe o que fiz por ela e por todos os Teles de Mendonça em eleições e em todos os momentos. Nas horas boas e nas horas ruins.
 
Em 2016, quando fui candidato à reeleição, contei com Carminha Mendonça como minha vice. Mais uma vez, demonstrei todo o meu respeito e consideração pela família Teles de Mendonça. Mas a minha decepção continuou pela participação tímida de Maria na nossa campanha. Com a irmã candidata a vice, era de se imaginar empenho total. Mas não foi isso o que aconteceu.
 
Reeleito com a maior diferença de votos da história da cidade e com a maior vantagem em todo o Estado, pensei que Maria assumiria nosso sucesso na gestão como sendo uma conquista de nosso agrupamento. Mas isso não aconteceu. Aliás, ela passou a se comportar de forma duvidosa quanto ao seu posicionamento político.
 
Num primeiro momento, permitiu que um radialista com familiares lotados em seu gabinete na Assembleia passasse a atacar a nossa gestão não através de críticas, que são bem-vindas quando feitas com o intuito de colaborar, mas com ataques pessoais que visavam apenas macular a imagem do prefeito e do, até então, aliado político.
 
Diante de uma situação dessas, não há como ficar indiferente. Senti que a minha presença no grupo político estava sendo fritada. Mas, como já disse, não tenho vocação para vítima, e segui trabalhando, fazendo a parte que a mim foi confiada pelos itabaianenses.
 
Porém, na semana passada, surgiu a traição maior: para atingir e atacar o prefeito Valmir de Francisquinho, Maria Mendonça traiu o vereador Zé Teles na eleição para Presidência da Câmara. Primo carnal dela, Zé Teles, também há 30 anos um aliado fiel de Maria, foi rifado, deixado de lado apenas para que a deputada mostrasse a sua força, ainda que para isso tivesse que se aliar a Luciano Bispo.
 
E dizer que não sabia nada sobre a eleição da Mesa Diretora da Câmara demonstra duas possibilidades sobre o comportamento de Maria: ou ela não lidera o agrupamento que diz liderar, pois ficar alheia em momentos decisivos seria uma forma de abandonar seus liderados à própria sorte. Ou, pior ainda: se, como eu imagino, Maria estava a par de tudo, sendo que sua opinião foi seguida pelos dois vereadores a ela ligados na hora de votar em um adversário, então a deputada não apenas traiu seu agrupamento, como também está mentindo abertamente para o povo de Itabaiana e de Sergipe.
 
De todo esse episódio se pode aprender o seguinte: algumas pessoas não estão preparadas para liderar pelo simples fato de não saber respeitar os seus liderados. De agora em diante, Sergipe inteiro pode ter certeza: Valmir de Francisquinho não aceita ser liderado por quem trai e se alia a adversários políticos com a intenção de me desmerecer. E entre Maria e o povo itabaianense, digno e honrado, cumpridor de palavra, seguirei ao lado do povo, sem a menor dúvida.
 
[*] É prefeito reeleito de Itabaiana e ex-vereador de cinco mandatos desta cidade.

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