OPINIÃO
Por Luciano Pimentel | 07 de Out de 2017, 09h23
Todos unidos em favor dos bancos públicos e do seu papel social
[*] Luciano Pimentel
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Todos unidos em favor dos bancos públicos e do seu papel social

[*] É bancário e deputado estadual pelo PSB

Eu dediquei a minha vida inteira a banco. A trabalhar em bancos. A trabalhar por bancos. E digo sem medo de errar: fui feliz.
 
Casei com uma bancária, Telma, tive os filhos com ela enquanto fui bancário. Ela continua na ativa, e eu fui para aposentadoria, porque assim o tempo me permitiu.
 
Pela Caixa Econômica, fui de um tudo. Passei por todas as funções possíveis a um bancário dentro de uma instituição bancária.
 
Cheguei à Superintendência dela, onde permaneci por quase seis anos e a levei, juntamente com meus colegas, a posições fantásticas de desempenho no ranking nacional.
 
Sem exageros, costumo dizer que saí do banco, mas o banco nunca saiu de mim. E nem sairá. “Estou”, graças a Deus e ao povo de Sergipe, deputado estadual pelo PSB, pelo que sou muito grato.
 
“Estou”, mas ser mesmo eu “sou” é um bancário. Eu tenho a alma bancária - naquilo de bom e social que bancos e bancários representam e trazem consigo. Eu faria tudo de novo.
 
E durante a manhã desta sexta-feira, eu tive a alegria de viver um pouco do que de fato sempre fui nestes quase 40 anos. Eu tive, nesta sexta, 6 de outubro, a satisfação de ser parceiro dos meus colegas bancários na promoção de um evento muito importante, uma Audiência Pública para discutir e debater os perigos e as armadilhas que os Governos estão armando para os nossos bancos públicos.
 
No plenário da Alese, em parceria com Sindicato dos Bancários do Estado de Sergipe, a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTBSE - realizamos uma histórica Audiência Pública com o nome de “Em defesa dos bancos e das empresas públicas”.
 
Por ali, passou uma multidão de bancários, pessoalmente ou representados por seus legítimos líderes de classe. Todos focados num só interesse: salvar os bancos públicos da sanha da privatização sem cabimento, da gula do capital privado, que só vê o lucro e não tem olho para o social.
 
Claro que o banco, como qualquer outro negócio, tem de auferir lucro. Mas não se pode apartá-lo da prestação do serviço social. Dos interesses dos mais necessitados. Não se pode privar comunidades inteiras, por mais humildes e pobres que sejam, da presença dessas instituições que fomentam o desenvolvimento.
 
Saí do evento muito feliz com o desempenho de 10 palestrantes e depois de mais nove intervenções de pessoas amigas na plateia. Nunca tanta gente, dezenove, se posicionou tanto numa Audiência Pública da nossa Alese.
 
Todos com visões justas de equilibradas, de muito zelo e afeto para com esta atividade. Todos dizendo, a uma só voz, sim a uma visão mais humanista para a atividade bancária. Será impossível combinar humanidade de banco e lucro?
 
Pela minha origem, eu nunca neguei a ninguém que uma das classes à qual o nosso mandato de deputado estaria umbilicalmente ligado seria à dos bancários. Desculpem-me se há nisso um modo de fazer o meu mandato ligado a mim mesmo. Mas não posso fugir disso.
 
Queria deixar registrada aqui a minha gratidão a toda a categoria e compartilhar a importância deste momento e desta Audiência Pública com as pessoas que tomaram parte do evento e deram seus testemunhos em defesa dos bancos, como Ivânia Pereira da Silva Teles, presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe; Emanoel Souza de Jesus, presidente Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e Adêniton Santana Santos, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.
 
A Sérgio Takemoto, vice-presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal - Fenae; Rita Josina Feitosa da Silva, presidente da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil - AFBNB; Luis Moura, presidente do Diesse/Sergipe; e João Ricardo Ramos Coutinho, meu colega presidente da Associação de Gestores da Caixa. Antônio Bittencourt, vereador do PC do B de Aracaju e a minha colega deputada Maria Mendonça. Juntamente comigo à mesa, todos tiveram direito à fala e deram inestimável contribuição.
 
No Plenário, com intervenções pertinentes e abalizadas, tomaram posição no debate os companheiros, bancários ou de outras categorias, Adilson Azevedo, Luiz Alves, o Lula, Diego Araújo, Adelaide Santos, Rose Santos, Manuel Moraes de Souza, Elenilde Navarro, Maria Pureza, Adriano Filgueiras.
 
Compôs a mesa, ainda, o prefeito de Salgado, meu amigo Duílio Siqueira. Na planteia, representando o esposo, o bom e saudoso amigo sindicalista José Sousa, a sua esposa, a jornalista Niúra Belfort, a quem fiz questão de saudar.
 
Finalmente, quero aqui dizer que nunca vi um evento de 2h50min de duração parecer tão curto e tão proveitoso. E quero reafirmar que estarei sempre junto de todos vocês bancários em todos os momentos em que as instituições e a nossa profissão estiver em risco, sendo posta à prova e submetida a vexame. 

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