2018 vem aí
Por VEJA.COM | 21 de Ago de 2017, 19h43
‘DEM vai ter candidato próprio à Presidência’, diz Rodrigo Maia
Presidente da Câmara dos Deputados negou que seu partido tenha interesse em convencer o prefeito de São Paulo, João Doria, a deixar o PSDB
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‘DEM vai ter candidato próprio à Presidência’, diz Rodrigo Maia

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não acredita que as eleições de 2018 serão polarizadas entre PSDB e PT (Marcelo Chello/CJPress/Folhapress)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira que o seu partido terá um candidato próprio à Presidência da República em 2018. “O DEM vai ter candidato a presidente”, disse Maia por duas vezes.

Perguntado se seria ele o postulante, Maia brincou: “Sou pré-candidato à presidência… da Câmara dos Deputados”. Ele ainda prognosticou que na próxima eleição não haverá mais a polarização entre PT e PSDB como aconteceu nos últimos pleitos.

Em trajetória de ascensão, o DEM tem tentado atrair nomes do PSDB, PSB e de outros partidos para aumentar sua influência política e sua bancada no Congresso. Recentemente, lideranças do partido se aproximaram do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que trava uma disputa silenciosa com o seu padrinho, governador Geraldo Alckmin (PSDB), para se lançar candidato em 2018.

Maia, no entanto, negou o interesse na filiação do prefeito. “Ele é do PSDB. Doria e o Geraldo vão se entender”, disse. “Doria é nosso amigo há muitos anos. Nós apoiamos a candidatura dele na prefeitura, mas ele está no PSDB”. De fato, nos últimos meses, o prefeito tem recebido mais apoio de políticos do DEM, como o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, do que da ala tucana da Casa.

O presidente da Casa declarou que o momento é de “reorganizar os partidos”, dado sinais de que a sua sigla está de olho em captar políticos descontentes com as suas siglas. Nos últimos pleitos presidenciais, o DEM sempre se portou como uma “força auxiliar” do PSDB. “Todo mundo quer ocupar espaço. Partido serve para ocupar o poder. Ninguém pensa em ter um partido para ser auxiliar do poder dos outros.”

DISTRITÃO
Ao tratar da proposta de reforma política, Maia afirmou que o modelo “distritão” tende a “renovar” mais o Congresso do que o sistema atual — proporcional de lista aberta. “Sistema majoritário renova mais que o sistema proporcional, que é muito mais conservador”, disse ele, contrariando as críticas de que o “distritão” favorece a reeleição dos atuais inquilinos da Casa.

Apesar disso, ele admitiu que o modelo, que ganhou mais força entre os parlamentares, tem defeitos e que será apenas uma “transição” para a adoção do distrital misto nas próximas eleições. Conforme o texto, que deve ser votado nesta semana na Casa, a ideia é que em 2018 passe a valer o “distritão” e a partir de 2022, o distrital misto.

O “distritão” é um sistema em que o eleitor vota apenas em candidatos e tem como – os mais votados são eleitos, independentemente do desempenho dos partidos. Atualmente, as vagas são preenchidas levando em conta tanto a votação individual quanto os votos recebidos pelas legendas. No distrital misto, o eleitor precisa votar duas vezes — uma no candidato e outra no partido.

Segundo Maia, essa foi a forma encontrada pelos parlamentares para mudar o modelo vigente, uma vez que não existe consenso na Casa sobre o tema. “Fazer texto de reforma no Brasil é muito difícil. Os dois polos de sistema que são defendidos não têm votos suficientes para vitória. Nem o distrital puro tem maioria, nem a lista preordenada sozinha (ou lista fechada) consegue maioria”, disse.

Evitando tratar de valores, Maia defendeu a criação do fundo público dedicado a financiar campanhas eleitorais e que o seu montante só seja definido quando o Congresso for deliberar sobre o Orçamento federal. Os parlamentares queriam aprovar um repasse de 3,6 bilhões de reais, mas passaram a procurar alternativas, como restabelecer a contribuição empresarial vedada pelo Supremo Tribunal Federal em 2015, diante do desgaste na opinião pública de criar um novo gasto num momento em que o país atravessa uma severa crise econômica.

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